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marina malheiros point of view
Já havia se passado cerca de vinte minutos que conversei com Fani, e que graças a minha burrice Arthur tinha me visto através da fresta da cortina da sala. A minha intenção era simples e única: fingir que eu não estava em casa até que ele desistisse de tocar a campainha, mas parece que Deus não estava muito ao meu favor, pois tive que dar uma de estabanada bem quando Arthur encarou minha janela.
━━━ Marina, não adianta se esconder eu já vi que 'cê tá em casa. ━━━ Arthur diz do lado de fora me fazendo revirar os olhos. ━━━Abre 'aê, te juro que a conversa vai ser rápida.
━━━ Eu não quero conversa rápida, não quero conversa demorada, entenda que eu simplesmente não quero te ver, Arthur. ━━━ Gritei para ele.
━━━ Eu vou ficar aqui fora então, vou esperar sua irmã chegar para me liberar entrar ai.
━━━ Pode ficar, Fani foi 'pra faculdade e volta só de noite. ━━━ O respondi feliz da vida achando que não teria que lidar mais com ele.
━━━ Você não tem dó de mim, Nina? Vai me deixar aqui fora? Espero que você saiba que está atrasando minhas lives, meus fãs vão ficar puto contigo. ━━━ Ele grita e começa a tacar pedrinhas na janela.
━━━ Primeiro, é Marina para você! Segundo, se você quebrar esse vidro você vai pagar, terceiro mas não menos importante, teus fãs já me odeiam então pouco me importo. ━━━ Respondi ele, mas desta vez abri um pouco mais a cortina e conseguir ver a cara de culpado de Arthur quando mencionei que seus fãs me odeiam.
Antes que ele pudesse gritar de volta minha vizinha Dona Helô apareceu no quintal da sua casa com uma vassoura de baixo do braço.
━━━ Eu estou tentando ouvir minha missa mas as taquaras rachadas aqui não param de gritar. ━━━ Ela disse apontando a vassoura na direção do Arthur e da minha janela. ━━━ Marininha, deixa esse coitado com cara de choro entrar logo antes que eu perca o padre Robson benzer a água. ━━━ Revirei meus olhos profundamente ao ver que o Arthur estava sorrindo desafiadoramente para mim. Minha vontade era de mandar Dona Helô deixar de ser fofoqueira e focar no padre dela, mas a mulher sempre fazia doces para mim então deixei passar.
Fui a contra gosto até a porta e a destranquei e assim que a abri pude ver Arthur direito, eu poderia odia-lo, mas era uma merda não poder chamá-lo de feio. Por ele ter ficado bastante tempo no sol suas bochechas estavam levemente coradas, o que me fez lembrar das vezes que isso acontecia e eu despejava beijos por todo o seu rosto. Saio do maldito transe que entrei para ver Arthur me encarar com uma sobrancelha arqueada.
━━━ E ai, vou poder entrar ou a gente vai conversar aqui na porta mesmo? ━━━ Ele questiona com um sorriso brincalhão.
━━━ Não queira saber a minha resposta verdadeira, Arthur. ━━━ O respondo e lhe dou passagem para entrar na minha casa. ━━━ Então, você disse que queria conversar comigo e que seria rápido, você tem cinco minutos.
