Capítulo 3 - Riley

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6 meses antes

Antigamente eu precisava de um chá de camomila e dormia a noite inteira, hoje em dia eu tomo dois Xanax, bebo 3L de café para acordar e tomo remédios para dormir, patético, eu sei, mas quando eu passar para Oxford nada disso vai importar, durante todo o ensino médio consegui manter a maior nota da minha classe, na verdade segunda maior (Oliver nojento é o primeiro da classe graças a presidência do clube de debate).

Se eu preciso ser presidente daquele clube idiota então que seja, esse é o último ano e eu só preciso aturar todos esses clubes e os os eventos idiotas por um tempo. Estou sentada na frente da minha penteadeira de carvalho branco penteando meus cabelos loiros enormes, divido ele e amarro com um laço vermelho, coloco meus brincos de rubi vermelhos, e passo um lipbalm de cereja, levanto e olho o meu corpo no espelho, droga, pernas enormes, odeio essa saia de prega desse uniforme, endireito a minha blusa social branca de botões e coloco o blazer cinza por cima. Saio do meu quarto em direção ao corredor vazio, penso se vou dar um beijo na minha mãe antes de sair mas lembro que indo o não ela nem vai notar de tão chapada que está, fraca, desistiu de viver no primeiro chifre que sofreu, meu Deus, ao invés de seguir em frente se trancou no quarto e nunca mais saiu, nos primeiros meses pensei que fosse birra dela para manter meu pai cuidando dela, ele ia todo dia com uma cesta de café da manhã, levava o alço e todos as refeições, comprava presentes, mas depois do que a Hayley fez ele simplesmente tacou o foda-se, contratou o Bob para cuidar da mamãe, e nunca mais foi vê-la, peguei ele indo até a casa da vizinha várias vezes (nojento).

Sem Hayley aqui para me fazer companhia eu passo mais tempo fora e casa do que naquela casa mal assombrada e silenciosa, papai não come em casa nunca e mamãe não sai do quarto então grande parte do tempo fico na casa da Anna, minha melhor amiga que mora duas casas a esquina da minha.

Entro no carro rosa e toco na foto de Hayley colada no passageiro, é meio assustador fazer isso, até parece que ela morreu ou sei lá, mas ela já está longe por tanto tempo que realmente é como se ela tivesse morrido, as cartas que ela me manda geralmente são contando as histórias dos perturbados que estão internados com ela, nunca pergunta de ninguém ou da antiga vida que ela deixou para trás, ela foi internada e simplesmente começou agir como se nunca tivesse namorado Oliver nojento ou que odiava Anna por ter beijado ele na festa do Theo Donnelly no oitavo ano, nem da Mera sua melhor amiga que vive me pedindo para dar recados para ela.

- Caramba Mera, se em dois anos a Hayley não quis falar com você, talvez ela não gostasse tanto de você assim, supera.

Foi o que e disse pra ela na última vez em que ela veio com outra carta. Ela acha mesmo que eu vou desperdiçar nossos 15 minutos de telefonema a cada 3 dias pra falar sobre como ela se tonou uma vadia gorda que está se dando muito bem assumindo o jornal da escola depois que ela saiu. Literalmente demorou dois dias depois da saída de Hayley para ela ir correndo tomar o lugar dela.

Buzino duas vezes e Anna sai correndo de casa, seus cachos ruivos estão presos em um coque frouxo, se eu conheço ela bem provavelmente ficou em claro ensaiando a coreografia da torcida, depois de semanas enchendo o saco da Becca Thomasin ela finalmente deixou a Anna tentar uma vaga, com as notas de merda dela ser líder de torcida pode ajudar ela entrar em alguma fraternidade na faculdade.

- Desculpinha, me distrai mexendo na cafeteira nova. – Diz ela

- Nem penteou o cabelo pelo jeito, não faça eu me arrepender de pedir um favor pra Becca vadia Thomasin.

Anna solta o cabelo volumoso e pega uma escova de cabelo que eu guardo no porta luvas.

- Se a Mera cara de pus conseguiu entrar, eu consigo também. Alias, você viu que ela publicou no jornal sobre a Hayley?- Pergunta ela me entregando o jornal amassado. Estampado em primeira manchete vejo o que ela escreveu.

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