One shots - Wenclair

O doce abraço da morte - Parte 2

Feliz ano novo :)

Resumo: Enid visita o túmulo de Wednesday, enquanto lamenta a perda de sua amada...

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A mente de Wednesday era brilhante, brilhante além da explicação. A jovem sempre tinha o nariz metido em algum mistério, como se fosse uma habilidade inata dela extinguir qualquer escândalo que a cercasse. Ela tomaria qualquer medida extrema necessária para obter uma dica minúscula, não importando o custo para si mesma ou para aqueles infelizes o suficiente para tentar fazer amizade com ela.

Ela era incrivelmente egoísta.

E, no entanto, Enid se apaixonou tão, mais tão dolorosamente por ela. Ela sabia que iria desde o início. Uma vozinha no fundo de sua cabeça a atormentaria com apenas o nome de Wednesday. Todas as noites, a apenas alguns metros de quem ela queria, todo o seu ser era preenchido com nada além de desejo. Mesmo durante um breve momento de sua amizade, onde Enid tinha absolutamente todo o direito de se ressentir de Wednesday por colocá-la em perigo, ela nunca conseguiu. Claro, o puro desejo de ter Wednesday à vista resultou em seu "esquecimento" dos pertences necessários em seu dormitório, para o qual Wednesday imediatamente descobriu as razões por trás de suas ações.

Ela não suportava perder Wednesday, tanto que superava cada grama de raiva justificada em seu coração.

É por isso que, na noite em que a encantadora lua de sangue lançou seus raios rubi sobre Nevermore, a noite em que ela encontrou o corpo mutilado de Wednesday esparramado no chão da floresta, ela não viu nada além de vermelho.

Ela nunca vai esquecer a visão.

Além dos olhos lacrimejantes, o que ela conseguiu distinguir quase a fez vomitar. Folhas decadentes da floresta se afogaram em uma poça de sangue carmesim profundo, decorada com os intestinos dilacerados de Wednesday. Seus membros estavam espalhados impossivelmente, ossos por todo o corpo estilhaçados ou quebrados, como se ela tivesse sido jogada em tal posição. Ligamentos, músculos, ossos estavam todos expostos, deixando Enid muito consciente de que não havia como ela ter passado sem dor.

Enid sufocou um soluço.

Seu rosto pálido estava pintado com o mesmo sangue, machucado e espancado. Seus olhos tentavam se manter bem abertos, e não da maneira típica de Wednesday Addams; Enid podia ver o medo genuíno e o arrependimento em sua expressão final.

Wednesday sempre falou sobre como uma morte dolorosa e horrível seria a maneira mais gratificante de morrer. Olhando para trás, Enid sabia muito bem que uma passagem como essa seria celebrada pelos Addams.

Mas isso não era justo.

Não era para acontecer assim. Não tão cedo. Não quando ela era tão jovem.

Não quando Enid passava as noites acordada, agarrada a um bicho de pelúcia enquanto fantasiava sobre como seria estar em um relacionamento com Wednesday. Não quando Enid finalmente planejou a maneira como ela iria confessar seus sentimentos. Não quando ela começou a lamentar a sensação de vazio que viria com as férias de verão, apesar de na época ainda faltavam muitos meses.

Não quando ela finalmente começou a entender como era estar em um amor verdadeiro e genuíno.

O sangue de Wednesday Addams estava nas mãos de Crackstone, mas o sangue dele, estava nas mãos de Enid e Eugene

E nenhum deles nunca sentiria remorso por isso.

(...)

Por mais que Enid detestasse ter que perder o funeral de Wednesday, os intermináveis, incessantes interrogatórios de preocupação e autoritários de sua mãe a proibiam de fazê-lo.