Capítulo 3-krampus.

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Um grito é escutado,
o terror é tomado.
Há bengalinha doce na ceia de natal, o espírito natalino.
Um ser negro emerge das sombras, com patas de bode.
Seu passo é ouvido, seu rosto tenebroso com capuz se esconde, um capuz vermelho.
Poucos o viram, mas seu cheiro de cinzas, sangue e terra é bem sentido.
Com garras grandes segura um saco vermelho para buscar as crianças e seu sorriso tirar.
Com gritos e gemidos, se alimentar.
Não pense com sua mente poluída. Se liga, o krampus vai te pegar.
Ele pega os levados.Não  só crianças, mas adultos também.
Crianças levadas são seu prato principal, adultos ignorantes são sua  sobremesa.
Com corações de entrada, fígados de acompanhamento, olhos como petiscos, sangue de bebida,
como uma batida.
Gritos de desespero. Bate o sino, sino de Belém,
Krapus nunca vem.
Seu sangue a jorrar,
nas badaladas da noite,
Krampus vem ceifar a vida dos levados,
para seu saco levar, cheio de presentes.
Para ele cantar:
Bate o sino pequenino, sino de Belém,
Não faz mal, krampus é legal.
Hoje a noite é bela, krampus, você e ela,
Canta o krampus
na sua ceia a apreciar.
O que foi crianças?
O krampus comeu suas línguas?
Ah, como é bom sentir esse gostinho logo de manhã!
Adoro o natal, e minha época mais querida, época em que posso suas vidas ceifar, e ver o sangue a jorrar.
Hoje à noite é boa,
eu, você e ela,
o sorriso a apreciar,
o seu coração devorar.
Ah, adoro essas músicas natalinas!
Quem vai ser primeiro?
São tantas escolhas, diz o Krampus folheando seu grande livro dos levados, passando as suas garras pelos nomes.
São  tantos nomes.
Ana, Jim, Jeniffer, Michelle, Madeleine, Maia…
Quem vou escolher para a minha ceia enfeitar?
Hoje a noite é bela.
A neve a cair.
A ceia a cear, um Jim a buscar,
um adulto a devorar, o sangue a jorrar; o saco a pegar e o caminho a seguir. As garras a afiar.
Como adoro o natal e as canções natalinas!
Vamos comemorar!
Eu posso cear.
Krampus solta uma longa gargalhada enquanto se senta em  seu trenó vermelho escuro, com marcas de sangue e órgãos, que é tomado por sombras, puxado por suas renas das trevas com aparência de cadáveres; renas obscuras. De suas narinas saem fogo, e de seus cascos ferem o chão em um desespero por cadáveres para comer.

***

Sou ardiloso e feroz, meu faro é único. Sinto o cheiro dos ignorantes, sinto o cheiro dos desobedientes.
Ah, como gosto de ver o grito de pavor das crianças ao me verem do suspiro de suas almas, enquanto meus cães os arrastam para minhas masmorras.
Diz krampus, guiando o seu trenó pelo céu negro avermelhado.
Uma fina cascata começou a cair.
Em um telhado ele pousou e pela chaminé desceu.Os doces comeu.
Com as batidas de seu casco, no piso ele andou.Com as garras raspando nas paredes ele caminhou,e para o quarto ele foi, com um sorriso tenebroso, cheio de dentes amarelos
Jim estava a dormir
em sua cama de cetim.
Com um olhar faminto ele olha o nosso querido
Ao pé da cama chegou e as cobertas puxou,
e o grito ressoou,
e o resto você  já sabe.

Cuidado. Você  já sabe,
os levados são caçados, e os bonzinhos presenteados.
Siga com cautela, krampus está à espreita.

Desencantos ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora