Capítulo 27

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LORENZO

Desde que assumi essa posição, venho sendo alguém que segue à risca o que os capos dizem. No início, era mais fácil deixar tudo como meu pai tinha feito, eles eram os mais antigos e tinham as suas ideologias de como tinha que ser as coisas, porém, hoje vejo o quanto errei com isso tudo.

Me tornar um homem que os ouvia, passou a má impressão de que eu não era capaz de ser o chefe sozinho e agora, as expressões controvérsias e caras feias me deixavam puto.

Cuidar de Michael antes de entrar nessa sala não minuiu em nada a minha dor de cabeça, mas diferentemente do passado, depois do que aconteceu de um deles me trair, eu seria rígido e eram eles quem deveriam me ouvir.

A primeira coisa que faria seria me tornar independente e separar as nossas casas, pois agora vejo o quanto isso está confuso e a antiga impressão de uma grande família que se apoiava era uma mentira.

Enquanto eu fazia o que eles queriam, era respeitado e ouvido, mas me opor ou escolher algo no qual rejeitam, traz à tona o real problema disso tudo.

Estavam certos quando diziam que eu precisava me casar, que precisava de um herdeiro homem e que minha filha deveria estar encaminhada em um futuro no qual todas as mulheres tinham que estar.

Assinar aquele acordo dando a minha filha um futuro no qual eu não escolheria para ela, em temos normais, foi difícil. Agora, meu anúncio de que vou me casar com Dark e assumir nosso filho estava sendo tratado como um ultraje.

— Essa mulher não respeita as leis. — Disse um deles ainda tentando me convencer do contrário.

Meu irmão não dizia nada, e isso era outra coisa que mudaria a partir de hoje. Era minha culpa ele ter sido desdenhado desde o início da nossa parceria. Era tão filho do meu pai quanto eu, e como um péssimo irmão, não desafiei os mais velhos, no passado, por medo de não ser um bom Don, mas agora, depois de tantos anos e de conseguir nos colocar de volta no topo da cadeia, tentaria mudar o máximo que puder.

— As leis devem ser mudadas. — Falei tão duro e firme quanto da primeira vez. Geralmente sento nessa cadeira e ouço o que eles têm para dizer, hoje, apesar de ouvi-lo, serei eu quem dará a última palavra. — Querem um casamento, um herdeiro, eu tenho isso e não vou deixar que por pensamentos antiquados, meu filho seja tratado como um bastardo.

— Seu pai teve um bastardo e nunca o assumiu, apesar dele ainda estar aqui. — Disse outro, claramente ofendendo Dante, que só o observava. — Sei que é seu filho, mas...

— Vou deixar claro, Tomás e todos aqui presentem, meu irmão foi e é mais leal a essa casa que todos vocês juntos. — Estava me sentindo inquieto e desconfortável. Sabia do julgamento, estava claro em seus rostos, e nunca passei por isso, mas disfarçava e colocava o máximo de determinação que poderia. Ninguém mais vai ofender a minha família ou a mim, e isso acaba hoje. — Passamos por momentos difíceis, assumo o meu erro e ineficiência na captura do nosso inimigo, mas foi Dante que se arriscou e buscou alternativas para que isso acabasse, e não posso permitir que vocês, que simplesmente não se moveram para nada, julguem a mim ou a meu irmão.

— Depois que essa mulher chegou, você mudou o que pensa, está deixando-a comandar e....

— Vamos deixar claro: Dark não deve ser tratada desse jeito e eu não sou um moleque, então não me ofenda dessa forma. — Eles estavam confiantes, e a culpa disso era minha. — Venho pensando nisso muito antes de conhece-la, mas não queria abalar a nossa relação. Os acontecimentos recentes e meu desejo de me casar com Dark só reforçam que eu devo tomar uma atitude mais rígida e firme. Acredito que já provamos que podemos fazer isso dar certo, ganhamos mais hoje do que em dez ou vinte anos, então está na hora de me verem da forma correta. Sou eu quem cria as regras, quem manda e desmanda. Dante terá uma boa participação, a partir de agora. Ele já era meu subchefe, mas vocês não respeitam as ordens que ele dá, isso mudará ou haverá consequências.

O bebê herdeiro da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora