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A NOITE havia predominado e com ela vinha o frio e a escuridão total, mas não era só a escuridão da noite que incomodava a tríbrida, e sim a escuridão que havia se instalado dentro do seu peito, era como se uma luz tivesse se apagado dentro dela, como se o que a lembrasse de estar viva, não existisse mais. Algumas vezes Lizzie se pegava pensando o porquê dela ainda não ter quebrado todo vínculo com sua humanidade, mas ao olhar para seu lado, ela descobriu o porquê.
Um leve toque a despertou de seus pensamentos, algo mácio a puxava para seu lado direito, como se quisesse a manter por perto. A loira olhou para a mais velha ao seu lado, e sorriu genuinamente, sentindo seu coração acelerar com o modo como Melissa queria a proteger mesmo que não tivesse poderes algum.
— Fique por perto. — Melisa sussurrou, apontando sua lanterna para uma árvore, onde elas avistaram Chris apontando uma arma para as duas.
— Pai, não está querendo me deserdar agora, quer? — Lizzie o questionou, com um sorriso se abrindo em seus lábios.
Eram esses momentos em que a lembravam de sua humanidade. Os momentos com seu pai adotivo, com Melissa, mesmo que a loira não admitisse, ela sempre teria Melissa como sua mãe de consideração. Os momentos com Kath, sua caçula que estava amadurecendo com o tempo e seguindo os ensinamentos da família, as noites correndo pela floresta com Malia, as idas no shopping com Lydia, os treinamentos com Emily, e até mesmo os momentos em que estava com Scott, isso tudo lhe trazio um traço de sua humanidade. Mas algo ainda faltava, era como se boa parte de si houvesse sido arrancada. Ela não conseguia sentir um amor de um parceiro, ela sente ter vivido isso, mas mal se lembra quando e nem com quem, apenas a sensação se passa por sua mente. Ela sentiu falta de sentir coisas que não se lembra de ter vivido, mas no fundo ela sabia, só não conseguia se lemrar, sua mente era um labirinto.
— É melhor pensar duas vezes antes de assustar um homem com uma espingarda carregada. — Chris enunciou, abaixando a arma e se aproximando das garotas. — Oi filha. — As palavras soavam estranhas para Chris, como se algo alí não estivesse certo. O Argent se aproximou e beijou o topo da testa da loira.
— Oi Chris. — Lizzie sorriu, abraçando o corpo do mais velho de lado. Algumas vezes ela falava a palavra "pai" sem nem perceber, mas outras vezes ainda era estranho dizer aquilo. Ela se sentia roubando o lugar de alguém que merecia aquilo mais que ela.
— Bom, eu não queria surpreender você, eu só queria alcançar você. — Melisa explicou, gesticulando com as mãos.
— Eu sei, ouvi você chegando de longe. — Chris esclareceu.
— Acabei de dar com a cara em um galho enquanto tentava desviar Lizzie de outro. — Melissa espremeu os olhos, tentando enxergar algo. — Como consegue enxergar aqui?
