Capítulo Único

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Eren está especialmente puto porque perdeu a semifinal para a Sonserina.

Ele tem uma tala escura envolvendo o seu braço esquerdo e Armin Arlert a direita. Armin é especialista quando se trata de ouvir reclamações de Eren Jaeger, então mesmo com Mikasa ajudando nessa árdua tarefa, saber que o time da Grifinória não está jogando hoje é um caos à sanidade.

A tala incomoda e é fruto da desesperada tentativa de bloquear o balaço do último jogo. Se Jean está vivo hoje, é graças ao heróico braço de Jaeger, mas não é como se ele prestasse atenção nisso agora.

A derrota da Grifinória nas mãos da Sonserina não foi tão feia. Eren é um bom apanhador, contudo, a dor do braço quebrado foi suficiente para Annie conseguir o pomo de ouro antes dele.

Ele ainda bate na tecla que o foco do dia não deveria ser a Pieck da Corvinal apostando o pomo com Annie, e sim o coco gigante que Connie chama de cabeça defendendo os balaços e o grande estrelismo de Eren Jaeger.

Reiner, o goleiro dos leões, ficou frustrado de início, mas agora está tão tranquilo que se deu ao direito de apostar quem seria o vencedor com as quatro casas. Ele está contando os galeões e sicles, agora mesmo, ao lado de Mikasa.

— Corvinal ganha. — Reiner insiste, então joga o cachecol vermelho-dourado para o lado. — Precisa ganhar, é onde a maioria está votando, e eu quero esse dinheiro.

— Tomara que a Sonserina inteira caia das vassouras. — Eren é amargurado demais para a idade, o que faz Armin balançar a cabeça negativamente. — Bando de cobrinhas dissimuladas...

— Eren, para, pelo amor de Merlin. — Armin vira o queixo para trás, encontrando Bertholdt entrando sorrateiramente na arquibancada da Grifinória. Ele espera que as vestes amarelas da Lufa-Lufa não dificultem sua mini-invasão.

Bertholdt prontamente deita a cabeça no ombro de Reiner, mas antes oferece um copo de suco de abóbora para Eren.

— A Madame Hanji pediu para te entregar, faz parte do seu tratamento. Não me pergunte o que tem aí dentro, só finja que é suco de abóbora.

Eren pega o copo com o nariz torcido.

— E você tem permissão para estar aqui? — Bertholdt dá de ombros, então Eren comete o erro fatal de cheirar o tal suco. — Que nojo!

— Não reclame, não. — Mikasa pausa a leitura de um livro maior que ela para responder. — Bert teve a boa vontade de trazer até você, seja grato uma vez na vida.

Armin concorda e Eren bufa.

— Tenho uma garrafa de água aqui. — Armin coloca a mão no ombro direito de Eren. — Toma o remédio, depois é só beber a água para tirar o gosto.

— Tá bom, tá bom... — Ainda irritado, ele dá a primeira golada e, com nenhuma surpresa, aquilo é horrível. Ele tosse algumas vezes, os lábios retorcidos para baixo. — Ugh... Mas fala sério, mais ninguém está revoltando que não é a Grifinória jogando hoje? Deuses!

— Eren...

— Era só ter segurado quatro minutos de jogo! — Ele puxa os cabelos, murmurando depreciativamente. — Meu Deus, qual a dificuldade? Quatro minutos, eu pegava o pomo e a gente ganhava! Quatro minutos...

Em meio aos murmúrios tristes e desconexos de Eren, que mais atraem uma nuvem de fumaça, Armin encontra os olhares confusos de Mikasa, Bertholdt e Reiner. Todos pareciam pensar em que tipo de coisa poderia haver dentro do suco e porque Eren está tão reclamão em uma final de quadribol.

Uma resposta de conforto está na ponta da língua de Armin, mas ela é interrompida com a voz do diretor Erwin Smith ecoando por todo estádio. Eren para de murmurar e só faz bolhas irritadas com o suco de abóbora na borda do copo.

Kiss Cam (Eremin)Onde histórias criam vida. Descubra agora