𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐔𝐄

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PRÓLOGO

❛ Tudo bem ter medo

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❛ Tudo bem ter
medo.     O truque é
não deixar o medo
te dominar❜

     O truque é não deixar o medo te dominar❜

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[mil e sessenta e oito dias antes]

PENSEI EM VÁRIAS formas de acabar com aquele jantar. Eu poderia fingir um ataque de asma, seria convincente para algumas pessoas, mas tem uma médica na sala que me conhece muito bem.

Talvez eu derrube o copo de suco no meu suéter. Seria uma ótima desculpa pra ir ao meu quarto, depois era só esperar até eles irem embora como se não fosse meu aniversário. Resultaria em algum sermão do meu pai, mas não é grande coisa, o jantar não era pra mim de qualquer forma.

— Avery — A voz penetrante do meu pai soou pelos meus ouvidos. Ergui a cabeça e percebi que todos na mesa estavam me encarando, como se esperassem por uma resposta — Abigail te fez uma pergunta.

— Desculpa, eu não estava prestando atenção — Falei desnorteada, recebendo outro olhar de Marcus.

A mulher riu, não se importando com minha falta de atenção e todos voltaram a comer — Tudo bem querida, perguntei se já decidiu que profissão vai seguir.

Pousei as mãos sobre a mesa, pensando se esse era o momento certo para contar. Por fim, suspirei e Clarke me deu um olhar de apoio — Na verdade sim, estava pensando em entrar para guarda.

O garfo do meu pai bateu contra o prato e senti todos, exceto Clarke, me olharem novamente — Entrar para guarda Avery? Desde quando você tem essa ideia absurda? — Marcus perguntou

— Desde quando me pediu para entrar em aulas de luta — Eu provavelmente deveria ter usado a palavra "obrigou"

— Não se preocupe Kane, provavelmente é algo momentâneo. Logo logo ela muda de ideia e começa a seguir o seus passos, ou os da mãe — O chanceler diz, como se tivesse algum direito de falar sobre ela.

— Não vejo nenhum problema em ser da guarda — Clarke pondera confusa e Marcus da a ela um sorriso falso.

— Claro que não vê, vocês duas são novas para perceber isso mas, guarda não é uma profissão boa, principalmente para uma mulher.

— Deixe a garota fazer o que quer Marcus — O pai de Clarke revira os olhos e me da um sorriso acolhedor — Se você quer seguir isso, Avery, tenho certeza que vai conseguir.

Me desliguei totalmente depois que esse assunto se encerrou, minha atenção só voltou para mesa quando todos começaram a ir embora.

Me levantei e dei o primeiro passo para ir até o meu quarto quando a voz irritada do meu pai me parou.

— Você não podia ter falado sobre essa ideia idiota de ser da guarda outra hora Avery? Tinha que ser justo na frente do Chanceler?

Eu ri — Você e essa sua mania de querer agradar esse homem.

Ele franze a testa — Eu não sei se você reparou, mas é ele quem decreta tudo aqui.

— Como eu não iria reparar? Foi ele quem mandou matar minha mãe.

— Não começa com esse assunto — Ele apontou o dedo para mim — Sua mãe morreu por um erro que ela cometeu.

— E qual foi o erro do Liam? — Eu gritei. Não queria ter começado uma discussão justamente nesse dia, mas era impossível conversar civilizadamente com meu pai — Nascer? Esse foi o crime que ele cometeu?

— Já chega Avery, não alimente essa discussão — Ele caminha de um lado para o outro — Estamos falando sobre o seu futuro.

— Você não tem nada que se meter, sou eu quem decide que profissão irei seguir — Eu me apoio na parede, cansada de ficar ali.

— Óbvio que eu tenho, eu sou teu pai.

Eu solto uma risada irônica — Ejacular na vagina de uma mulher não faz de você um pai, Marcus.

— Ótimo, não me considera seu pai agora Avery? — Ele resmungou, afastando-se de onde eu estava.

Eu estava lutando contra as lágrimas em meus olhos, mas não deixaria nenhuma cair — Quando você foi, Marcus? Pelo que me lembro você nunca teve a capacidade de agir como um pai.

— Para com esse drama — Ele começou a caminhar para seu quarto, pela primeira vez eu vi o vislumbre de uma lágrima em seus olhos.

— Que dia é hoje? — Eu o questionei. Kane virou-se e me encarou, não entendendo o porquê da pergunta.

— 10 de abril — Ele responde e eu apenas o encaro, notando seu semblante confuso mudar para um envergonhado — Avery...

Solto uma risada e passo pela porta de entrada — Feliz aniversário para mim — A bato com força e começo a caminhar, sem qualquer destino em mente, a única coisa que sabia era que não podia ficar perto dele aquela noite.

𝐈𝐍𝐓𝐄𝐑𝐒𝐓𝐄𝐋𝐋𝐀𝐑,  𝐭𝐡𝐞 𝟏𝟎𝟎Onde histórias criam vida. Descubra agora