My Wildest Dreams

My Hallucination is a Perv

ㅡ Uma paralisia do sono erótica? ㅡ Jin sugeriu rindo alto após Jungkook contar - apesar de ter resistido como pôde - o porquê de estar com a aparência péssima de quem não havia dormido nadinha.

ㅡ Não é engraçado. ㅡ Bufou, mas os amigos pareciam achar muitíssima graça sim.

ㅡ E com quem foi que sonhou? ㅡ Jimin questionou, sorrindo malicioso e Jungkook engoliu em seco. Nem ele mesmo sabia ao certo a resposta para essa pergunta, mas pensar nisso era suficiente para que se sentisse nervoso.

ㅡ N-não... Não sei quem era, não era ninguém. ㅡ "Ninguém", definitivamente, não era a palavra correta. Ele era alguém sim e, diga-se de passagem, alguém marcante demais para Jungkook simplesmente esquecer.

Mas Jungkook não sabia como nomear aquele ser que tomou sua mente e possuiu seu corpo.

ㅡ Joonie disse que quando você sonha com o rosto de alguém tem que ter visto essa pessoa antes, porque sua mente não pode criar uma pessoa sozinha. ㅡ Jin garantiu, fazendo Jungkook bufar novamente. ㅡ Nós conhecemos? Alguém daqui?! ㅡ Perguntou, um tanto eufórico com a ideia, os olhos se arregalando em indignação.

ㅡ Foi com o Yoon? ㅡ Hoseok perguntou em um tom um tanto gentil antes que ele pudesse sequer responder ao Jin. Foi a vez do Jeon arregalar os olhos, incrédulo para o amigo. ㅡ Não tem problema, sério.

Que pergunta era essa? O pior é que ele não parecia ter aversão à ideia, na verdade, talvez até o oposto disso e Jungkook não quis pensar no que aquilo significava.

Era uma história estranha, mas bem, resumidamente:

O trio de amigos queria ajudar Jungkook a dormir com algum cara, logo que descobriram que ele era gay, tendo considerado que a razão de ser sexualmente frustrado era a sexualidade reprimida.

Foi quando conheceram Yoongi. Os amigos convenceram os dois a ficarem e foi tudo um completo desastre. Ambos estavam tímidos, sem saber o que fazer. Jungkook não era bv na época, mas lembrava de ter beijado muito mal. Encheu a boca do outro de ar em um momento, foi muito constrangedor.

Para piorar ele e Hoseok acabaram se aproximando e agora namoram. Já não tinha mais tanta vergonha de olhar na cara do, agora, amigo, mas não gostava nada de lembrar da história e nunca haviam falado sobre isso um com o outro.

ㅡ Eu não vi o rosto dele. Só os olhos. ㅡ Segredou. ㅡ Ouvi a voz e... O senti. ㅡ Suspirou, pensando naquela noite, seu toque, suas mãos firmes... ㅡ É que... ㅡ Será que seria internado por contar o que houve? Talvez. ㅡ Acontece que... Não pensem que enlouqueci, mas é como se cada parte dessa... Dessa pessoa ㅡ Essa também não parecia a mais apropriada forma de chamá-lo. ㅡ, tenha se formado aos poucos. Eu senti sua presença e depois vi seus olhos sob minhas pálpebras. Ouvi sua voz no sonho e comecei a sentir seu corpo de forma gradual, como se estivesse se materializando por partes.

Se perguntava se chegaria ao ponto de vê-lo de fato, se só aquela voz já era capaz de causar tantas sensações...

Repreendeu-se por ter se animado com a ideia.

[...]

Quatro dias haviam se passado.

Na primeira noite após aquilo tudo correu bem e Jungkook pensou que, seja lá o que fosse, havia acabado, mas sua paz não durou tanto assim.

Na noite seguinte tudo se repetiu.

A temperatura estava mais amena e o rapaz usava uma calça de moletom, livre de camisa enquanto observava a rua, pela pequena varanda do apartamento.

A sensação do vento contra sua pele era gostosa. Estava sentindo de novo aquele estranho e aconchegante torpor. Sentou-se naquela cadeira macia que deixava ali fora, para quando queria pensar na vida sob a luz da lua, e se deixou levar pelas sensações, era mais forte do que ele e, sinceramente, nem testou a própria força para resistir. Queria aquilo.