Depois de cuidar de Baji — e ele evitar responder os questionamentos — e de tentar responder as intermináveis perguntas da mãe dele, Emerie desceu para a própria casa, e sabia que teria que escutar uma pequena bronca da mãe por voltar tão tarde, mas ao invés disso viu seu pai sentado no sofá quando entrou em casa.
— Oi… — Emerie disse, com a ansiedade dominando seu corpo.
As broncas do Senhor Valdez eram assustadoras, não porque eram barulhentas, mas exatamente pelo contrário. A mãe de Emerie sempre gritava quando estava brava, mas o pai dela mantinha um tom de conversa normal, o que deixava a garota temerosa, e ela nem sabia se ia levar uma bronca ou não.
— Boa noite filha. — Ele respondeu. Ok… não parece que vem briga por ai. — Porque voltou tão tarde?
Como ela poderia explicar aquilo? Meus melhores amigos fazem parte de uma gangue e eu estava em uma reunião com eles e depois encontrei um deles machucado nas escadarias e resolvi ajudar como sempre faço. Nada fora do comum. Invés disso ela só disse:
— Me distraí conversando com os meninos, desculpa. — Pelo menos não era de todo mentira.
Ele balançou a cabeça de forma afirmativa e caminhou até a cozinha, mexendo em algumas coisas.
— Já comeu? Sua mãe separou seu jantar. — Ele disse.
Emerie caminhou até lá, deixando a bolsa no sofá. O pai retirou um prato de dentro do micro-ondas, cheio de arroz, bife e batatas. Ela quase babou quando viu.
— Obrigada. — Ela disse quando ele entregou o prato nas mãos dela.
Isso não foi nada mal. Emerie comeu, deu boa noite para o pai e voltou para o próprio quarto. Ainda teria que descobrir o que aconteceu com Baji.
Quando saiu de casa na manhã seguinte viu que a cara de Chifuyu também estava toda arrebentada e Emerie já não sabia o que pensar. Os dois se meteram em uma briga? Mas com quem? Porque? O loiro estava bem pior que Baji, além de um olho roxo, dois cortes, um no lábio e outro na sobrancelha, o queixo também estava roxo.
Os três estavam caminhando cada um para suas aulas agora, e Emerie se segurou para não fazer todas as suas intermináveis perguntas neste exato momento. Ela iria esperar o final do dia, quando eles estivessem reunidos no quarto do Chifuyu como faziam sempre.
O dia estava passando rápido demais. Emerie assistiu às aulas mas sentiu que não absorveu nada e isso era péssimo. Na hora do almoço ela buscou por Chifuyu e Baji com o olhar mas não conseguiu encontrar e eles só apareceram mais tarde, quando o sinal tocou novamente. Os dois estavam com expressões esquisitas.
O refeitório estava começando a esvaziar.
Eles se afastaram, Matsuno estava vindo na direção dela e Baji seguiu para fora do refeitório. O loiro sentou ao lado dela, com as pernas uma de cada lado do banco longo.
— E aí? — Ele disse. — Teve que almoçar sozinha? Desculpa. — Chifuyu murmurou, remexendo nos restos do prato de Emerie.
— Que merda tá acontecendo? — Ela perguntou, finalmente.
Ele suspirou. Esfregou os fios de cabelo na nuca e comprimiu os lábios, e então repetiu esse processo mais duas vezes antes de responder:
— A gente… meio que discutiu. — o loiro disse. — Não precisa se preocupar, já tá tudo bem.
— Discutiu? Vocês dois se espancaram, é isso que quer dizer! — constatou. — Porque?
Chifuyu se virou, encostando a cabeça na superfície fria da mesa, e então encarou Emerie.
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𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒; baji keisuke
أدب الهواة「 . . . 𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒 ☆ 🎸. . . 」 𝗢𝗡𝗗𝗘 Emerie é amiga de infância de Baji e Chifuyu, porém quando eles entram no final da adolescência ela finalmente entende os sentimentos que tem pelo loiro, e pede para Keisuke ajudá-la a conquistá-lo, po...