𝘁𝘄𝗼 | 𝘄𝗼𝗿𝗿𝗶𝗲𝘀

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Baji ficou parado em silêncio por pelo menos 5 minutos antes de seu queixo cair um pouco — Emerie teria rido daquilo se não estivesse desesperada.

Fanculo! — Ele gritou, e Emerie correu, tampando sua boca com a mão dela.

Se a mãe de Emerie visse ele aqui ia encher o saco, e o desgraçado tinha acabado de gritar um palavrão. Mesmo que tenha sido em italiano. Baji a encarou com os olhos arregalados e segurou a mão dela que cobria os lábios dele, a afastando.

— Não grita, porra! — Ela sussurrou com a voz esganiçada. 

Baji balançou a cabeça devagar para demonstrar que entendeu e ela se afastou, suspirando ao colocar as mãos no quadril. Keisuke passou as mãos pelo cabelo, os jogando para trás.

— Desde quando? — Ele perguntou, e a voz dele soou estranha, por algum motivo.

Emerie coçou a parte de trás da cabeça. Desde quando? Ela sabia? Só começou a perceber os sentimentos estranhos depois que eles tomaram banho de chuva juntos. O sorriso, o cabelo molhado grudado na testa.

— Algumas semanas… eu acho. — Ela respondeu.

Baji se jogou na cama de novo, encarando o teto.

— Caralho. — Ele repetiu, agora em japonês.

Emerie franziu os lábios e se aproximou, sentando ao lado dele.

— De uma escala de 1 a 10, o quanto você está com raiva de mim? — Ela perguntou.

Baji levantou depressa, se sentando, e a Valdez pensou que se ele fizesse isso mais alguma vez ficaria tonto.

— Raiva? Não tem motivo pra ficar com raiva, Em. — Ele respondeu.

Ela o encarou, como se esperassem por uma explicação, mas ele só levantou e foi até a varanda.

— E o seu jantar? — Emerie perguntou.

— Perdi a fome. — Ele falou, começando a se pendurar pra escalar de volta para o próprio quarto. — Te vejo amanhã.

[...]

Emerie estava calçando seus velho e surrado all star vermelho. O uniforme da escola era muito sem graça, e a garota gostava de dar seu toque nas coisas. 

Ela pegou os fones de ouvido e a mochila, e então saiu do quarto, dando um aceno na direção da mãe que estava sentada no sofá. 

Assim que abriu a porta deu de cara com Chifuyu ali esperando, ele estava com os antebraços apoiados na varanda e o olhar passeando pelo céu. Lindo.

— Bom dia! — Emerie disse.

— Bom dia, Emerie. O Baji tá esperando lá embaixo. — Ele disse, já começando a caminhar. Emerie foi logo atrás.

E não pôde deixar de reparar em como aquilo era estranho. Baji era quem sempre vinha buscar ela, pois ele morava no andar de cima, então depois os dois buscavam Chifuyu no andar de baixo. Será que ele estava tentando ajudar? Não era bem o estilo do Keisuke, mas ela perguntaria mais tarde.

A dupla desceu as escadas, encontrando Baji sentado na moto enquanto tentava dar um jeito na gravata desarrumada. Emerie revirou os olhos e sorriu, era sempre desse jeito.

Ela se aproximou dele e deu um tapinha nas mãos do garoto, começando a ajeitar o nó, mas ele segurou as mãos dela e afastou.

— Pode deixar. — Ele disse. — Tenho que aprender a fazer isso em algum momento.

A garota franziu as sobrancelhas e se afastou, como um sentimento esquisito borbulhando seu peito. Chifuyu se aproximou e entregou o capacete da moto dele para ela, o objeto era preto com detalhes em azul gélido.

𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒; baji keisukeOnde histórias criam vida. Descubra agora