Highness Royal - Harry Potter

IV

Pov Harry

Acordei com um ardor em meu rosto e com o corpo dolorido. Abri meus olhos lentamente e ajustei-os para a figura em minha frente.
Gina.
Ela parou de passar o que quer que fosse em minha bochecha e me encarou por alguns segundos, antes de dizer:

- Se sente muito mal?

Maneei a cabeça e ela pegou um copo, enchendo-o de água.
Ela me encarou por outros segundos e corou.

- É melhor... não se mexer... Majestade. Me deixe.

Com essas palavras, ela levou o copo até minha boca, me ajudando a beber.
O corte felizmente não havia sido profundo, portanto minha bochecha interna estava apenas sensível.
Eu tomei toda a água e a observeiz, enquanto voltava a mexer a pomada que estava passando.
Gina tinha uma certa estranheza, que me fazia querer entendê-la. Seus olhos eram atentos, suas mãos precisas e delicadas.
Porém, sabiam como se defender e atacar, se fosse preciso.

- O que... - Eu tentei falar, mas fui interrompido.

- Não! Não fale! Isso atrasará sua recuperação. Apenas descanse. - Ela ajeitou alguns fios de cabelo de minha testa e depois se afastou, corando. - Majestade.

Eu apertei os olhos, com um sentimento de riso impedido de ser liberto.
Ela era tão interessante!

- Agora, tome isto. Irá dormir mais um pouco. - Ela se aproximou com um estranho líquido marrom num copo.

Com certa dificuldade, ela me auxiliou até que não houvesse mais nada no recipiente. O gosto era amargo, porém ardia a área sensível de minha bochecha.
Eu tossi, sentindo o corte ser forçado.

- Sinto muito! Aguente... - Ela agarrou minha mão e eu a apertei.

Ela secou meu rosto molhado de suor, enquanto a dor ia diminuindo gradativamente.
Após alguns minutos em silêncio, senti minhas pálpebras pesarem. Apenas senti a mão quente de Gina em meu rosto, antes de adormecer.

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Pov Gina

O Príncipe dormia no meu quarto, enquanto eu preparava um guisado para o almoço.

- Quando eles estarão de volta? - Eu olhei para Rony, sentado a mesa.

- Daqui quatro dias.

- Acho que o Príncipe já estará melhor até lá.

Rony me encarou.

- Amanhã irei ao Palácio.

- Para o que?! - Eu soltei de vez a colher e o encarei.

- Ora para que! Para avisar onde o Herdeiro está. Já terá feito dois dias de seu sumiço, acredito que as altezas não estão tranquilos. - Eu continuei o encarando. - Gina...

- Ele não tem condições de sair daqui! Ele está com febre e...

- Gina. - Rony me interrompeu. - Lá eles tem toda a estrutura para cuidar do Príncipe. Você pode ser boa em cuidados, mas não é curandeira.

Eu me voltei para o guisado novamente, segurando a preocupação que eu tinha com o Príncipe.
Ali, deitado e ferido, ele parecia tão frágil e necessitado que fez meu coração arder.
Não parecia nada com o famoso e intocável Príncipe Herdeiro.
Ele parecia apenas um rapaz.

- Olhe, eu sei que se preocupa com ele. Ele é o Príncipe. - Rony continuou. - Sei que se sente importante ajudando o Príncipe Herdeiro, mas já fez muito. Amanhã pela tarde, muito provável virão buscá-lo.

Eu não respondi e continuei fazendo o guisado, preocupada com a saúde do Príncipe.
Um Príncipe Herdeiro deitado em minha cama fina e próxima ao chão.
Que loucura.

- Ele está melhor? - Meu irmão perguntou, tentando puxar assunto.

- O corte sim, porém a febre veio junto. Por sorte o corte não perfurou seu rosto, senão os danos seriam muito piores.

Ele concordou com ar satisfeito.

- Além disso, - eu continuei. - Eu remendei seu corte, enquanto o mesmo dormia. Logo se fechará a ferida.

- Remendou pele?! Por Deus.

Eu ri levemente.
Nós permanecemos em silêncio, enquanto eu terminava o guisado.
Nós nos pusemos a mesa e começamos a comer. Após um tempo, Rony quebrou o silêncio.

- Hey Gin... - Eu olhei. - Sabe que não deve esperar nada do Príncipe, não é?

Eu o encarei.

- Entende muito bem o que digo. Ele pode ser grato e lhe prometer o mundo, assim como pode nem se lembrar de seu nome. - Eu abaixei a cabeça. - Não seja tola. Não espere algo grandioso, nós não o conhecemos.

- Tudo bem.

Ele concordou e voltamos a comer num eterno silêncio.
Afinal, Rony estava certo. Ele era o Príncipe Herdeiro.
Talvez nem se lembrasse de nós, após sua recuperação.
Mesmo assim, meu coração doía.

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