05.

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narradora.

Algo que Alex sempre admirou sobre sua família era a facilidade que tinham em distribuir amor e carinho com quem precisava. Haviam feito isso com Schneider, que virará praticamente um membro de sua família, com o Dr. B que agora não comemorava mais as datas festivas com suas filhas o pedindo por dinheiro no telefone enquanto comia pizza fria, agora Leslie se servia da milagrosa paella de Lydia enquanto sua caçula exigia mais dinheiro para sustentar sua viagem para as Bahamas.

Após conhecer Maya, sentiu que talvez o amor Alvarez, por mais sufocante que seja, pudesse fazer a garota desconstruir aos poucos as muralhas que a mesma tinha construído ao seu redor. Ele também se sentiu culpado por todas as vezes que ignorou sua existência  enquanto Dylan fazia a vida da menina um inferno. Talvez, garantir que ela nunca mis se sentisse sozinha fosse a solução dos seus problemas, claro, se a morena permitisse que a família cubana a acolhesse como uma deles.

Alex Alvarez.

— PAPITOOOOOOOOO! - escutei abuelita gritar meu nome da cozinha pelo que acredito ser a 10° vez em 20 minutos, das últimas nove vezes o motivo de estar me chamando havia sido o jantar com Maya que aconteceria em exatamente 2:30

— Hola abuelita, ¿qué pasa? - me levantei do sofá e fui até a situação de campo de guerra que a cozinha estava. Música cubana no último volume, panelas quentes por todo lado, o aroma dos temperos misturado com o charuto e rum que abuelita usava para "defumar" a comida.

— Me conte mais sobre essa pretendente que vem jantar aqui hoje, ela é latina não é? Já basta Elena trazendo um número absurdo de branquelos e branquelas pra dentro desta casa, não diga que vai me deixar na mão! - soltei uma leve risada com a sua indignação

— Primeiro que ela não é uma pretendente, apenas uma amiga,  já conversamos sobre isso. Segundo que não tenho certeza mas desconfio que ela seja porto-riquenha - falei no aguardo da senhora na minha frente virar com uma expressão de quem está prestes a me assassinar por considerar colocar uma porto-riquenha dentro de casa, e foi exatamente o que ela fez. — Estou brincando, abuelita. Cálmate, ela é latina sim, só não de onde!

— Alejandro Alberto Alvarez Riera Calderón Leyte-Vidal Inclán! Nunca mais nem brinque sobre um desses imundos pisarem o pé em nossa casa! Agora vá tomar banho e ajeitar esse cabelo, já sua namorada chega aqui e você está desse jeito! - é incrível como uma senhorinha de 1,49 com uma colher de pau na mão pode ser uma das visões mais autoritárias da minha vida, mas conforme ela manda eu sigo para o banheiro.

Maya García

Qual a ciência que explica a capacidade de uma mulher começar a se arrumar duas horas antes de um compromisso e ainda sim se atrasar?

Esse era o principal pensamento que passava pela minha cabeça enquanto eu me arrumava para o jantar na casa Alvarez. Já havia testado todas as combinações possíveis de roupa e na parecia ser bom o bastante. Blusinha e saia jeans? Pouco vestida! Blusão e calça jeans? Muito vestida! Vestidinho? Não estava em forma para isso! Vestido longo? Muito formal!

São nesses momentos que a falta de experiências sociais me afeta, eu nunca havia ido jantar na casa de um amigo (se é que isso seja o que Alex me considera), a maioria das minha amizades ou aconteceram na infância, onde tudo era menos complicado, ou nunca foram sérias o suficiente para chegar nesse ponto.

Deveria existir um livro, um aplicativo, algo com uma resposta para situações como essa. Eu até tentei buscar no TikTok, Instagram e Pinterest por algo bom o suficiente para a ocasião, mas os resultados pouco me ajudaram.

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⏰ Última atualização: Jul 23 ⏰

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complicated - alex alvarez Onde histórias criam vida. Descubra agora