A amante por hora

Capítulo 3

Dois anos depois...

— Você tem uma hora querido ...—     afirmo ao cliente.

Era a segunda vez que atendia aquele homem  irritante e exigente. Escolhia até a minha lingerie.

Já tinha prometido a mim mesma que se ele aprontasse dessa vez eu iria parar de atender suas ligações solicitando por meus serviços. Mas foi justamente o que eu esperava, tentou me beijar a força e era uma regra, eu não beijo cliente algum. Porém ele foi agressivo, eu tentei me soltar de todas as formas e suas mãos sobre meu corpo chegavam a doer. Não vi outra maneira eu chuto entre suas pernas fazendo ele cair no chão gemendo de dor.

— Quando eu digo não é NÃO! —       afirmo irritada.

Peguei minhas coisas apressada e sai do quarto daquele hotel, o meu carro estava no estacionamento e vou até o mesmo apressada.

Durante esses anos eu conquistei tudo que eu desejei. Um bom carro, um apartamento maravilhoso no centro de Chicago e uma vida confortável, nunca mais me envolvi com nenhum homem depois do que aconteceu com meu ex marido, fiquei marcada de uma maneira que não conseguia olhar para nenhum homem com outros olhos, meu olhar era de mágoa.

Chego ao meu apartamento e Mandy esta lá,  nos morávamos juntas desde que ela me ajudou quando fui humilhada e perdi meu bebê, jamais esqueceria disso.

— Pela sua cara o cliente não foi tão bom assim. —      supõe.

— Acertou!—      reviro os olhos.       — Esse idiota exigiu uma fantasia de secretária e ainda queria beijar minha boca a força, chutei as bolas dele.

— Nossa, mandou muito bem amiga...isso ai ! —     ela incentiva.

Ela gargalha, estava pintando suas unhas despreocupadamente ali no sofá da sala. A deixo ali e sigo para o meu quarto afim de tomar um banho, marquei de encontrar minha tia, a anos não conseguia ter contato com a minha família e eu não parei de buscar por todo esse tempo. Encontrei ela através de uma rede social e acabamos conversando brevemente e também marcando esse encontro, ela viria até o apartamento.

Já estava pronta com uma roupa confortável quando a campainha toca, Mandy já tinha ido para seu quarto então eu corro até a porta abrindo a mesma.

— Tia !—      olho para ela emocionada.

— Olá Diana .—      ela sorri.

Nos abraçamos e eu puxo sua mão até o sofá. Ela senta e eu faço o mesmo, segurando suas mãos aproveitando um momento com um familiar já que a muitos anos não fazia isso.

— Como minha mãe está?—     pergunto tristonha.

— A querida, ela continua na mesma. É um tanto reclusa, fala muito do seu pai. Tem dias bons e ruins.

Eu abaixo o olhar, sinto as lágrimas se formarem e respiro fundo afim de segurar a emoção. Aquele desgraçado destruiu minha família, eu nunca esqueci disso.

— Quero vê-la, sinto tanta falta dela. —      afirmo

— Poderemos tentar. —       afirma, então olha envolta.        — Uauuu,  você está bem mesmo... que apartamento lindo .

Ela fica abismada, eu me sinto estranha por saber que tudo que eu tinha seria por conta do trabalho com acompanhante. Esperava que minha família nunca soubesse desse detalhe pois seria algo muito doloroso.

— Trabalho em uma ótima ...empresa l —     forço o sorriso.

— Você não está mais com aquele ladrão assassino não é mesmo ?—     ela pergunta desconfiada.