1 - descoberta.

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Minha vida como calouro universitário começa aqui, e está melhor do que o esperado. Porque mesmo que o meu querido pai tenha me forçado a morar no campus da faculdade,pelo menos eu tenho os meus amigos,colegas de jogos. E agora, um colega de quarto no qual. Ainda não pude conhecê-lo,mas tenho certeza que nos daríamos super bem.

Aposto que podemos ajudar uns aos outros a transar ainda no primeiro ano.

Ah..e como o esperado,espero que não seja gay. Porque eu os odeio.

Apertei a alça da mochila contra meus dedos,apreçando meus passos até o banheiro masculino dos jogadores de basquete. Ser um deles tem suas vantagens,como por exemplo. Sair cedo de aulas insuportáveis, Vulgo a aula da senhorita Mikjay. Cai entre nós, ninguém aguentaria passar uma hora escutando sobre dimensões de um cubo bobo.

Sorri pequeno ao adentrar no local parando em frente a um velho armário de tonalidade cinzenta. O abri guardando dentro da mesma a mochila que antes estava em minhas costas.

— Jimin ! - gritou suspirando.

Observei o garoto de pele pálida apoiar suas mãos em seus cotovelos respirar e soltar o ar de seus pulmões diversas vezes por todo o cansaço de ter chegado até ali.

— mais que diabos ! você é tão barulhento.. - reclamei pelo seu estado.

— você sabia? sabia que seu colega de quarto.. - fez sua pausa dramática todas as vezes em que contava algo chocante de sua parte. - é gay?

Arqueei as sobrancelhas o olhando incrédulo por sua informação. Em um movimento rápido bati a porta de meu armário fazendo com que o barulho do metal ecoasse por todo o banheiro. Aquilo não poderia ser real, não poderia.

— o que você disse? - esbravejei,alto.

— é isso mesmo que você ouviu,escutei os garotos do clube dos livros fofocarem entre si sobre isso. - confirmou.

Neguei diversas vezes com a cabeça, deslocando-me em passos duros até o dormitório em que agora,ficava. Deixando para trás um garoto de fios esbranquiçados chamando por meu nome, por minha sorte. A porta se encontrava encostada,levando-me a parar e pensar o quão descuidado o outro era de sequer se preocupar em fechá-la.

Cheguei pisando duro observando o interior do quarto,a parede em um tom pastel. Junto, as duas camas acompanhados de lençóis azuis. Tão claro quanto um céu limpo de verão, a escrivaninha em um canto do quarto pequena de material rústico.

Sentei-me na cama à direita fitando a parede. Precisava digerir toda aquela informação,por mais que toda a raiva que habitava em meu interior quisesse tomar posse de todo o meu corpo, suspirei fundo fechando os olhos. Não poderia ser suspenso por consequentemente ter um surto no dormitório e acabar jogando todas as coisas no chão.

As vezes,minhas crises me levam a fazer coisas que jamais pensei que fosse capaz de fazer. E é algo que me assusta bastante,desta forma. Sempre busquei a calma tentando não deixar que a mesma fosse roubada de mim nunca.

Escutei a porta ser aberta. Mas,sequer tive coragem de observar o indivíduo que adentrava no local. Não havia coragem em mim para isto.

— Jimin.. quando você voltou? - perguntou cautelosamente.

Fiquei atento,reconhecia aquela voz de algum lugar.

- Já comeu? Eu trouxe alguns salgadinhos. - retornou a falar balançando a sacola em suas mãos.

O olhei assustado,era ele ! o garoto do vestiário masculino.

A muito tempo atrás pude encontrar um  garoto de porte alto,ele me olhava estranho. De uma forma completamente diferente dos demais meninos e isso me deixou completamente assustado.Nenhum garoto sequer tinha pensado a me olhar daquela maneira levando-me a pensar se o mesmo era gay,e foram por estes motivos que levei a fazer com que ele nunca tivesse a chance de entrar para o time de basquete.

— v-você ! - me amaldiçoei por ter gaguejado. - oras.. não importa ! eu..eu tenho uma coisa para te perguntar.

— uhm,já começamos dessa maneira? - lambeu seus lábios - achei que perguntaria meu nome ! - brincou.

Fitei minhas mãos brincando com a barrinha da calça

— O que aconteceu? Parece tão sério.. - tornou-se a dizer. Agora, preocupado.

Não havia entendido o porque disto.

— Você é gay? - despejei de uma vez,buscava ser o mais direto possível.

Suas mãos que antes estavam na sacola foram de encontro ao a parede,lentamente se virando para me observar.

— e aí? - buscava respostas.

suspirou.

— sim. - olhou em meus olhos.

— então eu preciso ser franco,odeio gays. - Cuspi as palavras.

— Então, o que quer que eu faça?

— um de nós tem que se mudar ! - cruzei os braços dando um passo a sua frente,com meu olhar erguido sempre.

— você está com nojo,só porque eu sou gay? - perguntou, de um jeito surpreendentemente calmo.

Balancei a cabeça em concordância. - sim,isso mesmo.

— e como eu ser gay,tem alguma coisa haver com você? - arqueou as sobrancelhas. - exatamente, nada ! então,se está tão incomodado. Se mude você. Não sou eu que vejo problema nisso, é você.

O moreno aproximou nossas faces fazendo com que ficássemos cara a cara. Afastei-me de supetão. Urrando irritado.

— olha,eu irei dizer mais uma vez,eu odeio gays com todas as minhas forças. Se eu soubesse que era gay, não teria sequer ousado dirigir minha palavra a você. - fiz questão de lembrar. - seu pervertido !

— isso não é da minha conta,porque eu não vou me mudar. Nem que eu tenha que morar com um mente fechada como você ! - anunciou irritado. - se quiser, você mesmo saia. Eu não sei por qual tipo de merda você passou. Mas, por mais que consiga se livrar de mim. Não irá conseguir viver nessa sociedade.. se continuar a julgar as pessoas com essa sua lógica ridícula. - gritou. - se lembre disso !

O empurrei incrédulo, não iria ficar calado ao ter alguém gritando comigo.

— o que está fazendo? - perguntei ao seu mesmo tom.

— parabéns, você irá viver com um gay.. por um ano. - caminhou em minha direção, empurrando-me contra a cama.

Senti sua raiva sobre mim,quando seu olhar pousou-se em minha direção. O garoto de fios escuros girou seus calcanhares dando-me as costas. O observei sair do quarto.

Isso não podia estar acontecendo, não poderia,não poderia ! Eu não aguentaria viver por muito tempo sendo colega de quarto deste indivíduo que sequer sei o nome.

Apenas uma coisa veio em minha cabeça.

Eu estou completamente ferrado.

love dorm - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora