Capítulo Um

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Sasuke sorveu um pouco da cerveja em seu copo, olhando calmamente ao redor de si. Era a primeira vez que estava ali, naquele bar situado na mesma rua de seu estúdio de tatuagem.

Pôde notar, durante a semana, que o lugar era frequentado por muitos jovens e adolescentes, então pensou ser a oportunidade ideal para começar a divulgar o seu trabalho.

A garçonete loira sobre patins se aproximou novamente, sorrindo e mexendo a boca, equilibrando com maestria uma bandeja com copos de milk-shakes vazios em uma mão e um bloquinho de anotações na outra. Entendeu que a mulher talvez estivesse perguntando se ele desejava alguma coisa mais, então somente negou com a cabeça, vendo-a se afastar novamente.

Tomou mais um gole de bebida e tateou disfarçadamente o bolso de sua calça, sentindo ali o pequeno volume quadrado de seus cartões de visita. Queria pedir permissão ao proprietário do local para deixá-los em algum lugar, no bar ou no caixa talvez. Mas não pensou que já às seis horas da tarde o lugar estaria tão movimentado.

Aquela era uma cidade pequena do interior, era novo ali, portanto, ainda estava tentando entender como as coisas funcionavam. Deveria imaginar que a maioria dos alunos se juntavam ali depois de mais de cinco horas enfurnados dentro do colégio distante uma quadra dali.

Seu irmão dizia ser uma boa mudar de cidade. "Mudar os ares." No entanto, abriram a atividade há alguns dias e tiveram apenas alguns poucos clientes. Cidade pequena, pensamento conservador; essa foi a resposta que Sasuke encontrou para si.

Mas Itachi preferiu gritar ao vento que era falta de divulgação. Assim sendo, ali estava ele, encarregado de fazer a tal da divulgação, também conhecida como deixar os próprios cartões e rezar para que jovens inconsequentes e de língua afiada fizessem o resto por ele.

No entanto, era mais complicado do que parecia de fato, devido à sua condição. Amava Itachi por tratá-lo de igual para igual, mas às vezes adiava-o em mesma proporção. Principalmente, depois do mesmo inventar que deveria ir até a cidade vizinha comprar o divã que faltava para a sala de espera do estúdio e por isso não poderia acompanhá-lo até ali, deixando para o mesmo toda a responsabilidade.

Suspirou, vendo o tempo passar diante de seus olhos negros. A bagunça de jovens aumentou consideravelmente, as garçonetes pareciam voar encima dos patins, literalmente, tudo para conseguir atender à todo aquele afluxo gigantesco de gente. Talvez, o fato de ser uma sexta-feira à noite tenha pesado um pouco, estava quase desistindo e voltando na segunda de manhã. Mesmo depois de tanto tempo ali e com olhos atentos, ainda não tinha conseguido captar quem seria o responsável daquele lugar, tinha para si que seria mais fácil tentar se comunicar diretamente com tal pessoa.

Virou o rosto ao sentir a estranha sensação de estar sendo observado. Rondou o ambiente rapidamente e pôde encontrar, do outro lado, sentadas em tamboretes coloridos perto do balcão, um grupinho de amigas.

Escorou-se no apoio da cadeira quando olhos verdes cristalinos permaneceram em si mais do que a educação recomenda, uma moça de cabelos coloridos em um tom claro de rosa pastel, conversava com uma ruiva e uma morena. Franziu levemente o cenho, bebendo mais um gole de cerveja. Os olhos das três moças tentavam encará-lo de maneira sútil, virando o rosto e voltando eventualmente, entre risadinhas e cochichos, e dali supôs que provavelmente era ele o assunto que pairava entre elas.

Encarou o copo quase vazio de bebida espumosa, não era a primeira vez que algo assim acontecia, tinha conhecimento de que era um cara bonito e que atraia facilmente a atenção das mulheres, no entanto, nunca durava muito, o interesse se perdia no momento que sua condição era realizada.

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