capítulo 1

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Antes de mais nada, devemos começar do início, como todas as outras histórias

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Antes de mais nada, devemos começar do início, como todas as outras histórias...

Pode se observar, naquele salão havia uma criança sem qualquer resquício de emoção, sua vida não tinha diversão, porém, era cheia de frustração, ela olhava as janelas em busca de salvação e libertação, querendo sair daquela horrorosa prisão, mas ninguém atendia a sua deprecação, ela caminhava de um lado para o outro mostrando preocupação, a sua mãe estava em seus últimos suspiros de vida, "entre a cruz e a espada" como dizia o jardineiro Simeão, a criança cansou de toda aquela agitação e sentou em uma poltrona no canto da parede, balançou seus pequenos pés, o que mostrava inquietação, quem cuidaria dela? Uma única pergunta que rodava em sua mente inquieta de pura depressão, Maia Flora Campbell, este era o nome da criança afogada em pura solidão, ela caminhou até a janela, observando o jardim, com flores bem cuidadas e vibrantes, o que causava com certeza confusão nas pessoas que a frequentava, como um jardim tão bonito pertence a uma família tão amargurada? Ninguém sabia, principalmente o jardineiro que era quem cuidava.

Como consequência ela lembrou da rainha vermelha, e o quanto ela odiava as flores brancas, todas tinham que ser vermelhas, sem exceção, e neste jardim não tinhas as flores odiadas pela mulher, violetas, azuis, roxas, amarelas, prestas, vermelhas, amarelas, e entre diversas cores, menos o tão abjurado branco, Maia adora a rainha de copas, pois a considerava uma mulher determinada, forte e indomável

“Ora, o fato, Senhorita, é que aqui devia ter sido plantada uma roseira de rosas vermelhas, e plantamos uma de rosas brancas por engano; se a Rainha descobrir, todos nós teremos nossas cabeças cortadas. Assim, senhorita, estamos nos virando como podemos, antes que ela chegue, para…”

Embora Maia amasse essa história, ela nunca compreendeu o motivo da raiva pela rosa-branca, a rainha odiava a cor ou a flor? Ela não entendia, todas as flores são tão lindas, porém, na mesma medida, rejeitadas, a menina apenas não sabia que finalm...

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Embora Maia amasse essa história, ela nunca compreendeu o motivo da raiva pela rosa-branca, a rainha odiava a cor ou a flor? Ela não entendia, todas as flores são tão lindas, porém, na mesma medida, rejeitadas, a menina apenas não sabia que finalmente acharia uma teoria para tamanha façanha, as histórias são feitas de realidade, teorias, sonhos (objetivos), ou seja, coisas  incompreendidas ou inalcançáveis pela sociedade podre, mas podem ser reveladas por aqueles que realmente intendem a profundidade do assunto abordado.

Logo, ela ouve um estrondo, e um homem de roupas totalmente brancas, porém meladas de sangue caminha até ela, e ali a menina percebe que o fim da história de sua mãe havia chegado, logo após a notícia que o anjo de branco e sangue está lhe dando. Conclui-se que o médico era o anjo, que carregava sangue inocente, sem qualquer culpa em suas mãos, e teria que viver com esse peso para toda a eternidade, a culpa de ter deixado que ela partisse, e o lamento de não poder fazer mais por aquela menina, mas afinal, essa não é a dor que todo o médico carrega?

                          Talvez!
                            Sim!
                            Não!
                       Quem sabe!

Apenas um médico poderá lhe dizer

Logo após a notícia que a menina não esperava receber, ela lembrou de uma segunda-feira em que tomava chá e comia biscoitos com a sua amada mãe, e sua progenitora lhe perguntava quanto tempo dura o eterno, ela não sabia, mas sua amada mãe sabia, só não lhe diria, pois, a vida é feita de descoberta, e para essa descoberta ela precisaria crescer para entender, ela não percebeu que também era uma frase de Alice, mas após a morte dela, sua mente voltou para aquele dia, então olhou para o anjo e perguntou-lhe

_Senhor anjo, me diga quanto tempo dura o eterno?- o médico sem entender o questionamento da menina a olhou confuso

_Como?- ele indagou ainda pasmo com a pergunta da pequena garota

_Quanto tempo dura o eterno? Ela repetiu, acreditando que o anjo não a havia escutado

_ Não! Isso eu entendi, só não compreendo o motivo da pergunta- ele tentou se explicar

_ Não tem um motivo específico, é apenas algo que eu tenho que fazer, e tenho certeza que ela gostaria que eu fizesse, então lhe pergunto novamente, quanto tempo dura o eterno?

O senhor de cinquenta e seis anos não sabia responder, ela esperou por alguns minutos e então vendo que o homem não sabia, ela respondeu por ele

_ Às vezes apenas um segundo, em um segundo podemos perder a vida, em segundos a vida se fecunda e nasce, o "um segundo" é desprezado pelas pessoas por conta de momentos fúteis, bobos e com brigas desnecessárias, e acabamos não percebendo que aquele segundo faz diferença, um segundo um após o outro é transformado em minutos, depois em horas, dias, meses e por fim anos, sendo assim, um segundo é eterno!- o médico a olhou sem reação com o rosto pálido, e lábios roxos por tamanha sabedoria o acertando de uma vez só, a menina não lhe deu tempo para questionar ou argumentar, logo estava completando a sua teoria que era incomum (maluca) para um adulto bem-sucedido.

_Carlos Drummond de Andrade é um poeta brasileiro, e ele diz "eternamente não é o que dura para sempre, mas sim o que dura um segundo é capaz de marcar tão fundo, que se faz impossível de esquecer"- a menina respirou fundo, e continuou com a sua teoria- ou "eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata", então chegamos a conclusão de que um segundo é o tempo de durabilidade da eternidade, o senhor não acha?

O médico não sabia o que a menina queria dizer a ele, talvez não significasse nada,ou talvez sim! Só a menina saberia , o senhor mentalmente reconheceu que a menina poderia estar certa, mas não admitiria isso em voz alta, pois para os adultos, eles são os únicos que tem conhecimento de algo, pois já viveram tempo o suficiente para dizer a uma criança que o que ela diz não passa de loucura, ou quando não é loucura, é apenas fruto de sua imaginação, mas para a menina aquela pergunta maluca e sem nexo valia muito, assim como a resposta, o velho senhor saiu apressado da casa atordoado com tamanha revelação feita por uma criança

Desse modo, o início de tudo chega ao fim, e uma história se inicia.

"Alice: Quanto tempo dura o eterno?
Coelho: Às vezes apenas um segundo"

"Alice: Quanto tempo dura o eterno?Coelho: Às vezes apenas um segundo"

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"- Você se vai, aonde vai?..."

Alguma ideia de qual seja?

Com muito amor e carinho da Flora 💕

Preso na Avareza Onde histórias criam vida. Descubra agora