A condenação

123 10 2
                                    

Não me atrevo a produzir nenhum som, engulo o choro e me limito até mesmo a respirar. Me sentia errada em estar ali naquele momento, aquele definitivamente era um lugar proibido para humanos, aquilo me fazia desejar a morte a estar ali, era uma pressão horrível!

-Douma...

Me arrepio com a voz forte e pesada do homem pálido e de cabelos escuros em minha frente.

-Muzan-sama~?

-Essa é a humana que está ficando em sua residência?-O oni pergunta com descaso.-Marechi?

Nego com a cabeça.

-Sim.-Responde a pergunta, me deixando ainda mais perdida.

Não!! Seu demônio maldito!! Você disse que seria o único a me comer! ... merda, essa fala é tão estranha... mas mesmo assim! Eu não quero servir de banquete para esses desgraçados!! ... pra' ninguém! Eu prefiro morrer de causas naturais! De preferência de velhice.

-Marechi?

-Oh~...

-Eh, neee...

-Uma marechi?

-Oh, mais que azar essa humana ter nascido com esse sangue tão precioso~... uma verdadeira pena.

O oni portador de olhos vermelhos e presença mortal para em minha frente. Por tamanho medo não consigo desviar o olhar, com receio, iniciando um contato visual com aquele demônio.

... por favor...

Me encolho.

-Cento e treze anos...-Volta a caminhar, se afastando de mim, me possibilitando de voltar a respirar.-... e vocês não foram capazes de me trazer a única coisa que desejo.

-...

Um silêncio se instala, deixando tudo ainda mais sufocante.

-Não temos desculpas para nosso erro...

-Não mesmo!-Muzan corta a fala.-Por séculos, espalhando meu sangue por esse mundo asqueroso... por décadas sendo submetido...

Por que... alguém... socorro...!! Eu não deveria estar aqui, não deveria estar escutando essas coisas, na presenca desses demônios...

Por mais que meus instintos gritassem para que saísse correndo dali, correndo de todos aqueles seres que amaldiçoavam a vida na terra, sabia que era impossível, meu corpo não respondia, minha mente era branca, sem qualquer tipo de pensamento, talvez seja essa a sensação de estar perto de seus momentos finais, a impotência... mesmo sabendo que poderia lutar, de resistir... simplesmente não me lembrava como se fazia isso.

-Já se passaram tantos séculos que tememos que a planta que Muzan-sama esteja procurando seja-...

Em menos de segundos Muzan segurava apenas a cabeça de um de seus vassalos, o ser que tinha boca nos olhos e visse versa.

-O Lirio aranha azul é real...-Ameaça fincar suas unhas na cabeça do oni que continuava vivo mesmo após decapitado.-A prova disso são vocês, Gyokko.

L-lirio...? Ele quer...

Meu corpo tensiona, se tornando rígido, uma surpresa e familiaridade me causam uma coisa inexplicável, me dando calafrios.

-Sim senhor, iremos redobrar ainda mais a procura.

-Já era para terem feito isso desde o início.-Responde com completo desprezo e fúria.

A Lua Do Meio Dia(Demon Slayer And You_ Imagines)Onde histórias criam vida. Descubra agora