Corrupted Swan - [Arlecchino x Reader]

Ato I - A maldição

"Chorando em um grito silencioso
É como um oceano que tem toda a sua luz apagada
Segurando meu tornozelo quando perco o caminho
Não escuto nenhum som
Isso está me matando"

𝐵𝓁𝒶𝒸𝓀  𝒮𝓌𝒶𝓃  - BTS

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Pela manhã do aniversário da princesa, suas servas passam pela porta apressadas, cada uma exercendo sua própria tarefa; uma acordava a princesa, outra trazia-lhe café da manhã em uma bandeja, outra abria as cortinas, outra começava a preparar o traje do dia para a senhorita, outra começava a limpar o cômodo, etc. Seria um dia agitado, e todos aqueles que prezam por seu pescoço intacto deveriam fazer as vontades da rainha e se assegurar de que tudo estivesse perfeito.

Odetdile comia lentamente, ainda sonolenta e sem muitos reflexos. Uma vez que termina sua refeição, é puxada e colocada de pé por uma das empregadas, que começa a retirar seu vestido para logo ser empurrada para o banheiro, onde um banho quente a esperava. Lá, uma criada começa a esfregar seus cabelos ensaboados com shampoo enquanto outra esfregava seu corpo com um escovão. Todas as suas manhãs seguiam aquela mesma rotina, então já estava acostumada.

Ao sair, ela é rapidamente enrolada em várias toalhas e arrastada até a pia, onde seus dentes são escovados.
Odetdile odiava que fizessem absolutamente tudo por ela, mas reclamar nunca resolveu nada, então àquele ponto havia apenas se conformado.

Com o corpo completamente enxugado, as empregadas começam a vesti-la em uma peça extravagante que com certeza faria a princesa revirar os olhos em desgosto assim que se olhasse no espelho.

Vestiu a roupa de baixo de cor creme que parecia uma espécie de pijama de seda e por cima, o espartilho começou a ser colocado, ainda mais apertado que antes. Cada puxão dado nas cordas das duas empregadas que seguravam, era um suspiro sôfrego arrancado da princesa, que tinha certeza que os ossos de sua costela iriam ceder e quebrar a qualquer momento.

- Huff... Devagar! - suplicou entre um sopro e outro, segurando-se no mastro de sua cama enquanto as mulheres continuavam a puxar, como se estivessem a domar um animal selvagem - Adelaide, por favor... Hah... Huff ah-hah... T-Tiffany!

- Está quase lá, princesa. - uma range entredentes, com dificuldade - Só mais um pouco e...

Com muito esforço e suor, elas dão um último puxão e amarram a corda com um belo forte laço e quando por fim soltam as cordas, todos respiram aliviados - a princesa nem tanto.

Uma das mulheres se aproxima com uma fita métrica, checando a circunferência de sua cintura. Quando tem a confirmação que o espartilho estava apertado o suficiente, ela apenas faz um sinal positivo para outro grupo de empregadas que logo se aproximam, começando a colocar na garota o vestido recém confeccionado para si, para seu dia tão especial, seu aniversário de 20 anos.

Uma vez terminado, a garota caminha até a parte refletora de seu armário e encarando a si mesma, suspira desgastada.

Era um vestido de baile azul celeste cheio de camadas, correntes de prata e diamantes de vários tamanhos. Admitia que tinha sua elegância, mas era muito grande, pesado, apertado. Era sufocante e exaustivo usá-lo, mas jamais ousaria reclamar, pois sabe que sua mãe a engoliria viva caso o fizesse.

- Bom dia, senhorita Odetdile. - começou o conde Vincent, seu tutor e assistente pessoal -  Sua agenda de hoje está bem cheia, então devemos nos apressar. Das 8h às 10h você tem aulas de dança, das 10h ao meio dia, aulas de etiqueta, do meio dia às uma da tarde você terá um banquete com vossa Majestade, das uma às três...