Prólogo

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Essa é a minha história,
e eu decido como ela acaba.

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- Vá para o seu quarto agora. - diz em um tom frio. 

- Não precisa falar, "mamãe", já estou indo. - responde, com lágrimas nos olhos.

Mais uma tarde no reino de Snezhnaya, mais uma briga entre a rainha Tsaritsa e a princesa Odetdile, já era quase uma rotina para os empregados do castelo. 

A princesa corre para seu quarto e bate a porta com força, para mostrar sua insatisfação. Senta-se ao pé de sua cama, perto do criado-mudo onde havia um retrato de sua família como era antes. Ela o pega entre as mãos e encontra-se mais uma vez acariciando com o polegar onde estava o rosto de seu pai, Pierro. Ele fazia tanta falta... Infelizmente o rei havia falecido 8 anos atrás, devido á uma rara doença que não possui antídoto, deixando para trás sua esposa e filha única. 

- Papai... Queria tanto que ainda estivesse aqui. - sussurra com sua fraca voz. Uma lágrima molha o vidro do porta-retrato, deslizando lentamente até a base enquanto a garota via o próprio reflexo, tão triste, no objeto - Eu pensei que ao menos na véspera do meu aniversário ela me deixaria em paz, mas lá vem ela me empurrar mais e mais "pretendentes". Sei também que o baile de amanhã não passa de um pretexto para que eu conheça todos os príncipes dos outros reinos. Eu não aguento mais isso. Eu não quero me casar, papai... Não com alguém que eu não ame.

Um suspiro penoso escapou de seus lábios, e seu coração parecia ser constantemente perfurado por cruéis espinhos. Cansada de se sentir tão pequena e impotente, a garota por fim deita-se na cama, querendo esquecer de sua própria existência neste mundo. 

Na madrugada daquele dia fez mais frio que o usual. A brisa gelada carregava consigo palavras sórdidas, agourentas, nefastas; palavras sussurradas em meio ao silêncio da noite, que arrastavam consigo as sombras do pútrido despudorado. Não se sabia de onde elas vinham ou para onde iriam, pois nada acontecia. As palavras só eram jogadas aos ventos, como se estivessem tentando gravá-las em seu ser.

Naquela noite, a princesa teve pesadelos, onde era rodeada por uma energia purgatória, maligna, onde ela abraçava e era abraçada pela escuridão de outrém. A amarga visão em seus sonhos era como o soar das sete trombetas, que anunciavam o início de um apocalipse.

Corrupted Swan - [Arlecchino x  Reader]Onde histórias criam vida. Descubra agora