Doce Como Fel

07- Compartilhando Veneno

HINATA

Sabe quando sentimos que temos tudo, que nossos sonhos são reais e que com eles podemos ser felizes pelo resto de nossas vidas?

Minha mãe era meu pilar, meu maior exemplo, minha melhor amiga e acima de tudo era a pessoa em quem eu mais confiava na vida.

Desde muito pequena minha mãe me ensinou a lutar por aquilo que eu queria e também que devia persistir por que muitas vezes a luta era bem difícil.

Mamãe era uma lutadora que me ensinou valores que jamais esqueci, o maior deles a continuar lutando não importa a circunstâncias ou as dificuldades por que os obstáculos nunca eram grandes o suficiente para me vencer.

Sempre estávamos juntas, falávamos sobre tudo e eu adorava escutar suas histórias e seus conselhos.

Para mim ela era meu anjo, minha protetora, minha maior riqueza e eu acreditava que ela estaria sempre ao meu lado para quando eu precisasse.

A única coisa ruim em ter alguém tão próximo de você é que essa pessoa jamais te conta a realidade da situação.

E você não espera um dia perdê-la para sempre...

Para mim minha mãe era a mulher mais bem realizada com um marido que dava tudo o que ela queria e que para mim tinha todo o amor dele também.

Uma criança ingênua acredita sempre em contos de fadas com os finais felizes onde ninguém nos prepara realmente para a realidade da vida.

Mamãe me preparou para um mundo que ela acreditava que eu poderia viver mais não me preparou para enfrentá-lo sozinha sem ter ela ao meu lado.

A minha maior tristeza foi o dia que descobri a realidade de tudo o que era escondido de mim dentro da minha própria casa.

Meu pai sempre foi alguém muito severo, isso eu já sabia, mais eu nunca imaginei que ele seria capaz de machucar minha mãe.

Por que não se machuca a pessoa que se ama.

Não é?

Bom, era isso o que eu pensava.

Meu pilar a quem eu me agarrava se foi, eu não tinha mais a quem recorrer diante as minhas crises e momentos de solidão.

Passei a ser acusada de toda a desgraça que ocorria, de não ter vindo um homem digno de herdar o nome da família e até mesmo pelos problemas que muitas vezes eu nem sabia do que se tratava.

Eu estava preparada para lutar e não desistir.

Mais não estava preparada para aquela realidade onde eu estava sozinha contra tudo, todos e contra o mundo.

Mamãe não havia me preparado para a verdadeira realidade de como é o mundo ao nosso redor e acabei tendo que descobri sozinha.

Sempre fui sozinha, sempre resolvi meus problemas, enfrentei gente grande para conseguir o que eu desejava e lutei contra inimigos bem mais fortes que eu para chegar onde estava hoje.

Apesar de todos os esforços eu sabia o que falavam de mim pelas costas e os comentários nada sutis ao meu respeito.

Ninguém gosta realmente de ser chamada de bruxa, megera, Diaba e muitos outros que ganhei ao longo do meu caminho.

Eu não gostava desses nomes mais era como as pessoas me viam e tudo bem desde que eu tivesse seu respeito.

Ou seu medo.

Eu não me importava desde que fizesse o que eu mandava.

Nem que eu o conseguisse a força ou pelo medo, mas eu sempre o tinha.