waking up | chapter forty eight

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Como eu irei dizer que quem eu amo, partiu meu coração em pedaços? Eles diriam que se você fez isso, é porquê não me ama.

Eu te amei, mais do que deveria. As vezes penso que, eu poderia ter evitado conhecer você, porquê no final, você foi medroso demais para ficar comigo, e me deixou , com os pedaços que plantou em mim do seu maldito amor.

A única coisa que me restou, foram os seus pedaços plantados em minha memória, e o machucado que sangra, porquê não me levou consigo.

Ana Alencar | Londres 3 °

Quando a morte cruza o seu caminho, é inevitável lembrarmos o quanto adoramos estarmos vivos.

As vezes deixamos de amar, viver, se entregar, por medo do que possa acontecer, por medo de nos magoarmos, por medo de quebrarmos a cara. Mas quando a morte bate em nossa porta sem ao menos avisar, desejamos do fundo de nossa alma ter experimentado e vivido a dor, a mágoa, de ter experimentado quebrar a cara e se erguer novamente. Deixamos de amar por medo do que possa acontecer no final, deixamos de realizar nossos desejos mais profundos por conta disso. Lhes digo que é melhor pensar no agora, e não pensar no final, devemos amar, quebrar a cara, nos reerguer quantas vezes for necessário, e experimentar a mágoa, mesmo o gosto dela não sendo tão bom.

Mas, quando eu acordei e não o vi lá comigo, retirei imediatamente essa ideia da minha mente.

Olhei aos fundos, e não havia ninguém ali, meus olhos se entre-abriram cuidadosamente, e eu não estava enxergando alguém ali, apenas um quarto branco, com uma janela fechada, e uma fresta da cortina aberta, na qual passava o vento gelado que batia contra a cama.

Olhei para mim mesma, com as palmas das mãos geladas, e aparelhos médicos interligados ao meu corpo, o oxímetro em meu dedo, o oxigênio interligado aos fios que adentravam minhas narinas. Um dos meus braços machucados e coloridos pelos hematomas, e o outro engessado, juntamente de uma perna minha, que estava engessada também.

Minha mente se desespera, minha mão toma impulso e encontra a minha barriga, lágrimas geladas caem pela minha face.

" - Meu filho! Meu bebê, você está bem? Você está vivo?"

Minhas palavras são desesperadas, mas não tenho resposta alguma, pois não havia ninguém ali.

Logo avisto um vulto, um homem adentrando o quarto, com seu jaleco branco, no qual havia de ser o médico, que se aproxima rapidamente com uma enfermeira.

" - Ana? Sabe quem sou eu?" - Ele me pergunta, checando meus olhos, com sua mini lanterna, na qual não sei o nome.

" - Sei, eu sei que você deve ser o médico." - Respondi, e ele esboça um sorriso.

" - O meu filho, como está o meu filho?" - Ele se expressa desconcertado, e sei que forma palavras em sua mente, nas quais iriam me agredir menos. - Quero saber como meu bebê está, doutor!" - Repito.

" - Ana..." - Ele faz uma pausa. - "Você não está grávida, e não esteve grávida em momento algum" - Suas palavras se chocam com meus sentimentos mais profundos, fazendo com que eu relembre o positivo do teste de gravidez, e a minha reação ao descobrir.

" - Como assim? Eu fiz o teste, ele deu positivo, eu estava grávida, a Heloísa estava comigo. Onde ela está? Ela está viva? Está viva? "

" - Ana, testes de farmácias não são confiáveis, ao menos não cem por cento, devia ter feito um exame de sangue para ter a devida certeza. E em relação a sua amiga, ela está bem, a bebê está bem, e você precisa se acalmar, está muito alterada, acabou de acordar! "

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