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Estava caminhando e esbarrei na pior pessoa que essa escola podia ter. Gregory Gutierrez. Filho do comandante do exército.

– Eu tenho tanta sorte. - eu disse baixinho, tentando desviar aquele tronco que estava na minha frente.

– Com calma gnomo. - ele disse quando me viu esbarrando nele.

– Eu vou acabar com você- eu disse partindo pra cima dele.

– Oxi. - ele disse dando gargalhadas enquanto me mantia à uma distância considerável segurando a minha cabeça com uma mão.

– Argh! - gritei bufando e desistindo da ideia de socar ele. - Tenho mais coisas pra fazer do que ficar aqui a lutar com você.

– Não é luta quando você nem ao menos tenta - ele disse rindo soltando.

– Me larga, eu só vou dizer uma vez - eu disse já irritada.

– Não. - ele disse com um sorriso.

– Me larga!! - eu gritei.

– Tá bom plebeia - ele disse bagunçando meu cabelo.

Aquilo me deixou triste, aquilo sempre me deixava triste. Eles agiam como o que mais importasse fosse a classe social das pessoas.

Mas fiz o que eu melhor sei fazer. Fingir. Saí pisando duro e não ligando pra quem estava no meu caminho. Esbarrei em uma pessoa que literalmente parecia um poste. Parecia ter 189am¹, o que era muito pois eu meço 158am.

– Porra, tu é pequena mesmo. - ouvi a voz de Dmitry ligeiramente mais rouca do que o normal.

– Caraca, todo mundo tá cismando com a minha altura agora, porra velho. - eu disse emburrada.

– Mas tu é baixinha mesmo... - olhei pra ele de baixo pra cima e os meus olhos pararam no zíper dele que estava semi aberto, e com algumas gotas de... Não preciso dizer né?

E de repente esse menino fica mais estranho.

– Cuidado senão vai babar, Lara - ele disse me fazendo voltar a raciocinar.

– Não sabia que a escola tinha virado um bordel. - ele me encarou com um olhar confuso e direcionei meu olhar ao zíper e ele notou ficando extremamente envergonhado.

Deixei ele lutando pra fechar o zíper e fui pra casa.

(...)

Respirei fundo antes de abrir a porta de casa me deparando com o meu pai completamente embriagado batendo em minha mãe, era a 4ª vez hoje.

Eu queria chorar, eu queria fugir, eu queria desaparecer de lá, nem que fosse por um pouco. Mas não podia. Tentei entrar em casa fazendo o máximo de esforço possível pra não fazer ruído algum. Mas pela cara de meu pai, parece que não deu certo.

– Outra vagabunda! - ele gritou - Só sabem comer, gastar meu dinheiro com aquela escola inútil!! - ele falou olhando pra mim.

Ele soltou a minha mãe e veio até mim em passos rápidos e assustadores. Com um movimento rápido, meu pai me jogou para o lado e fechou a porta de casa abruptamente.

– Agora você vai apanhar sua cabra. - ele disse jogando a garrafa com cerveja em minha direcção, e falhando miseravelmente por causa do álcool. - Sua imunda! Você se acha melhor que todos não é? - ele gritou e eu comecei a chorar não aguentando.

– Amor para por favor, você vai machucar ela. - minha mãe falou tentando puxar o braço dele, resultando em um tapa na cara dela.

– Me larga mulher da desgraça. - ele disse pra minha mãe e logo voltou a atenção para mim - Você é como ela, acham que são as melhores, mas não são porra nenhuma! Você e ela são iguais. Mas ainda bem que uma já foi, agora só falta você ir ao encontro de sua mãe, aquela imunda. Você devia morrer como ela!! - ele gritou pra mim, e eu fiquei em choque.

Ou era o álcool no sangue dele, ou ele estava dizendo toda a verdade.

Corria em direção as escadas que davam acesso ao meu quarto, e entrando lá peguei todas as minhas coisas (que quantitativamente até eram poucas) e coloquei em uma mala.

Corri para a sala e vi minha mãe em uma poça de sangue, e o seu corpo jogado no chão. Meu sangue congelou. Olhei para a porta e vi que tudo estava livre, se eu não fugisse naquele momento teria o mesmo destino que minha mãe.

Eu fui até a porta com a minha mala e corri, corri desenfreadamente. Como um cachorrinho que andava amarrado e foi solto pela 1ª vez. Quando me dei conta estava perto da praça negra.

Aquele local era o único lugar em que eram vendidas coisas ilícitas. Era onde governavam os seres das trevas. Os grandes "lordes" da magia negra. A praça negra era o principal lugar de comércio de objetos, poções e até animais de estimação que tinham sido banidos de diversos mundos.

Me apressei em sair de lá, afinal de contas pessoas que praticavam magia branca não eram permitidas em locais como este.

Mas como todos universos conspiram contra mim esbarrei em alguém que estava com um capuz que eu bem conhecia.

Era a porra do meu pai.

– Achou que iria fugir de mim? Não, não. - ele deu um risinho um tanto quanto estridente, enquanto apertava o meu braço.

– Larga ela. - ouvi a voz que naquele momento eu menos precisava ouvir...

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Hmmm, vai dar treeeetaaaaaa que eu sei que ces gosta.

With love: lisa

Entre Bruxovia e o Olimpo Onde histórias criam vida. Descubra agora