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– Larga ela. - ouvi a voz que naquele momento eu menos precisava ouvir.

Virei e vi Gregory, com uma carranca enorme encarando meu pai no maior ódio.

– Mas é puta mesmo. Tá dando para o filho do general? - meu pai me olhou com raiva e apertou ainda mais o meu braço, mas desta vez cravou as unhas em minha pele e me fazendo gritar de agonia enquanto minhas lágrimas rolavam sem parar.

– Eu não quero ficar repetindo, mas por ser pai dela vou ter paciência e vou repetir uma última vez. LARGA ELA. - Gregory falou entre os dentes.

Meu pai deu uma risada debochada até que a pior cena aconteceu.

Ouvi um barulho de lâmina e vi a cabeça do meu pai caindo lentamente em meus pés. Olhei para a figura acima procurando quem fez aquilo e fiquei enojada com tudo.

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》》 Bruxovia
》》Praça Negra
》》Dmitry Leonid narrando

Olhei para a cara dela tentando decifrar a sua reação e só faltava cuspir em mim. Porque tá óbvio que ela tem nojo de mim.

– Porquê? - ela sussurou. - Porquê Dmitry? - ela ajoelhou-se na frente do corpo inerte do pai.

– Eu só fiz isso pra te ajudar Lara... - eu tentei explicar. - Ele iria te matar.

– Que matasse. - ela disse chorando mais. - Agora eu vou pra a porra de um orfanato. Não vou terminar a merda dos estudos por a porra de um filhinho de papai e mamãe não consegue se controlar. - ela disse com um olhar de reprovação e desprezo.

– Meus pais podem te ajudar com isso. - eu disse tentando apaziguar.

– Você só pode ter merda na cabeça, porque só pode. Me ajudar é o caralho, quero ajuda não. Eu não nasci pra ficar aceitando esmola, e ainda mais de alguém que matou o meu pai. - ela disse chorando compulsivamente.

Sinceramente eu não estava a entender absolutamente nada. Ela vivia em abuso físico constante e quando eu tento dar um fim nisso ela age assim?

Eu sei que só nos conhecemos hoje, mas porra, dói ver alguém sofrendo assim. Ainda mais quando o seu pai é a porra de um homem que não consegue controlar a pica.

Mas ela tem razão. Deusa Lua e outros Deuses nos dão a vida, e eu não podia tirá-la de ninguém. Apesar de ser um semideus eu não tinha essa autoridade.

Mas eu não iria me rebaixar e dizer que ela estava certa. Que se foda, tentei fazer o certo sem caô, ela quis assim então que seja.

Fechei a cara e fui embora.

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》》Bruxovia
》》Praça Negra
》》Lara Sinclair narrando

Eu obsevei ele saindo. Ele era mesmo um covarde. Ele matou o meu pai e saiu,  como se nada tivesse acontecido. E quem levaria a culpa disso?

– Lara... - Gregory falou tirando me de meus pensamentos e colocando sua mão em meu ombro, fazendo me lembrar que eu não estava sozinha ali.

Apressei me em limpar as lágrimas do meu rosto.

– Se formos a justiça ele não será considerado culpado. Ele é muito poderoso - eu disse para evitar perguntas da parte de Gregory.

– Eu vou falar com o meu pai, e vou assumir a culpa do que aconteceu. Só preciso de provas de que seu pai matou sua mãe e quis matar você. - ele disse enquanto andávamos saindo da praça negra.

– Obrigada Gregory, mas não...

– Eu não aceito um não como resposta, gnomo. - ele disse enquanto afagava meus cabelos sorrindo.

– Poxa, pudia ficar sem essa né. - eu disse rindo. - Na minha casa tem câmaras, então vai ser tudo mais fácil assim.

Caminhamos durante um tempo até chegarmos ao posto da guarda de bruxovia.

Gregory falou com um guarda que liberou nossa passagem, enquanto outros 10 guardas iam em direção à minha casa para averiguar a situação.
Aproveitamos e explicamos toda a situação ao pai de Gregory, e o mesmo permitiu que eu ficasse o tempo necessário em sua casa. Eu ficaria no quarto de hóspedes e ajudaria nos trabalhos de casa, apesar do pai de Gregory ter insistido em eu ficar sem fazer nada.

Mas era o mínimo que eu podia fazer, afinal de contas eles me sustentariam, e nada mais justo do que ao menos tentar ajudar de alguma forma. Estava deitada na cama, pensando em como a minha vida foi tragicamente destruída em apenas algumas horas. Estava viajando em meus pensamentos quando dois leves e firmes toques na porta me despertaram.

– Entre. - eu disse me tapando com os lençóis e me ajeitando para que a pessoa do outro lado não se assustasse com o pedacinho de pano em forma de vestido que era por mim utilizado. Não sou muito fã de coisas curtas, mas meu corpo precisava respirar.

A porta foi levemente aberta e fui vendo o corpo de Gregory adentrando em "meu" novo quarto. Ele utilizava uma calça moletom e estava de tronco nu. Os seus cabelos loiros do garoto ligeiramente molhados e despenteados denunciavam que o mesmo havia saído do banho.

– Vai ficar aí estagnada babando, gnomo? - ele disse com um sorrisinho maroto entre os lábios.

– Ah, me erra Gregory - eu disse jogando uma almofada nele e me sentindo envergonhada.

Se eu fosse branca juro que eu estaria vermelha agora.

– Pode continuar a olhar, eu sei que gosta do que vê. - ele disse rindo e se aproximando.

– Vai continuar me cassoando ou vai falar o porquê de estar aqui? - eu disse tentando desviar o assunto.

– Ah, eu vim ver se você tá bem. - ele disse com as mãos na cintura, à uma pequena distância da minha cama enquanto estava em pé.

– Eu tô respirando. - eu disse dando um suspiro.

– Eu sei que você vai ficar bem gnominho babão. - ele disse.

– Eu estou bem - falei sendo completamente sincera.

– Tem certeza? - ele disse se aproximando, e molhando os lábios enquanto me avaliava.

– É, eu tenho. - eu disse enquanto ficava a apreciar o abdómen perfeito dele.

– Você está a babar em mim gnominho. - ele disse me olhando maliciosamente.

— ah isso você queria. - falei atirando uma almofada pra ele mas me desequlibrei caindo e ficando um pouco despida.

Ele foi até mim me ajudando a levantar.

– Você se machucou? - ele perguntou enquanto me ajudava a levantar.

– Se não fosse você dizendo besteiras eu não teria caído! - falei batendo a mão no peitoral dele.

Acho que só fiz aquilo pra realmente puder ter contacto com aquele corpo maravilhoso. Eu levantei o olhar e os meus olhos pararam naquele olhar naravilhoso e intenso. Era como se o tempo tivesse parado por alguns segundos.

– Não é como se o que eu disse tivesse mudado coisa alguma, sendo que você é meio desastrada... - ele disse enquanto me puxava pelo braço, me puxando e por impulso o meu corpo ficou grudado ao seu.

Nesse momento, seus olhos desceram e parecem ter finalmente reparado a nossa proximidade e o pedaço de pano que me cobria (ou melhor, cobria menos do que a metade de minhas coxas).

– Ah... - senti minha garganta seca, e pela primeira vez não sabia o que dizer.

Gregory parecia me analisar minusciosamente sem dizer uma única palavra.

– É melhor descermos - decidi quebrar o silêncio, e me afastar um pouco.

Gregory parecia não querer se afastar e quando olhei pra baixo, notei um volume nas calças de Gregory, então pigarreei.

– Ah sim - ele disse, acordando de seus desvaneios - é melhor irmos antes da comida esfriar.

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with love: Lisa

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⏰ Última atualização: Apr 01, 2024 ⏰

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