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   Não era como se Bruce não tivesse acostumado a receber um não, mas aquele foi especialmente mais doloroso. Tinha comprado um buquê de flores do campo e escrito um cartão á mão, se esforçando ao máximo para a letra ficar bonito e legível. 

   Tinha dado sinal para Beth — colega de trabalho — que estava interessado nela, e entendeu que ela também estava dando sinais que estava interessado nele. Mas pelo visto Bruce estava errado.

   Colocou a mão na testa apoiando o cotovelo no joelho, desejando mentalmente que nunca tivesse comprado as flores ou batido na porta dela. Olhou para o buquê pousado ao lado dele e sentiu um desejo de dar um chute e ver ele voar longe, porém não fez isso, as flores são bonitas demais para ser desperdiçada dessa forma — além de que foi um pouco caro. —, então o que iria fazer era levar para o apartamento que mora e colocar em algum vaso para ter uma lembrança dolorosa do que aconteceu.

   Não queria lembrar do sorriso triste e da expressão de culpada de Beth, ela segurando o buquê e depois devolvendo sem nem mesmo ler o cartão que Bruce escreveu com tanto cuidado. No momento que ela pediu desculpas sabia que tinha confundido tudo, que iria levar um pé na bunda gostoso e que a única coisa que poderia fazer era voltar para casa em silêncio e lidar com a rejeição da melhor forma possível. Bebendo e se afogando no trabalho.

   Trabalho. Como iria ser no dia seguinte? Ter que olhar para ela depois da rejeição e ainda trabalhar como se nada tivesse acontecido. Será que iria conseguir? Agora entendia porquê empresas tanto insistem para que funcionários não tenham um relacionamento.

— Porra... — Bruce sussurra olhando para a rua movimentada.

   A verdade é que não conseguiu voltar para casa. Sabia que a solidão o espera quando chegar e não quer isso, então sentou no meio fio em frente de uma loja de conveniência pra criar coragem para ir pra casa, coragem que não veio ainda.

— Dia difícil?

   Bruce se assusta pulando no lugar. Estava tão imerso em pensamentos que não tinha percebido o homem sentado ao lado dele. Analisou o homem em busca de alguma ameaça mas como não percebeu nenhuma relaxou um pouco e suspirou.

— Pois é...

— Quer um cigarro? — o homem pergunta estendendo um maço de cigarro com um já destacado para Bruce pegar.

— Não obrigada, não fumo.

— Espera aí então. — o homem disse e levantou em um pulo indo para sabe Deus onde.

   E Bruce esperou. Não queria ficar sozinho e aquele homem não parece ser ameaçador, então continuou sentado imerso em pensamentos.

   Dessa vez Bruce notou quando ele sentou ao lado dele novamente, estendendo o que parecia ser uma garrafa de cerveja envolta de papel pardo.

— Sou Thor. — é o que o homem diz olhando para Banner, antes de dar um gole da bebida.

— Me chamo Bruce.

   Bruce deu um gole também vendo que realmente é cerveja.

— Então, quer conversar? — Thor pergunta sincero ainda olhando para Bruce.

— Não sei. Não te conheço.

— Você sabe que meu nome é Thor e que eu fumo, já me conhece melhor do que muita gente.

   Bruce ficou em silêncio encarando Thor sem saber o que falar ou fazer, até que suspira novamente e volta a olhar para a rua.

— Levei um fora. Nutri sentimentos que era unilateral e me ferrei.

Fall in Love With Me | ThorBruceOnde histórias criam vida. Descubra agora