Capítulo 12

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Alfonso

— Lá vem o submarino Claire voltando de sua jornada pelo oceano — sorrio, guiando o brinquedo de plástico, de uma extremidade da banheira para a outra, fazendo sons enquanto o pequeno barco azul flutuava.

— Eba! — Claire grita, jogando os braços para dentro e fora da água com emoção.

Banhos matinais na banheira não faziam parte da nossa rotina habitual, mas tínhamos ficado acordados até tarde jogando bingo na noite anterior, e eu tinha me esquecido completamente da hora do banho. Só lembrei de manhã cedo, quando ela foi para a minha cama para se aconchegar. Um beijo no topo de sua cabeça, e eu notei que era hora de levar o submarino Claire para outra viagem.

— Para onde foi o barco desta vez, papai? — Ela pergunta, olhando para mim com os olhos brilhantes e animados.

Deixando o brinquedo balançar à sua frente, coloco um pouco de xampu na mão e passo em seus cabelos. Enquanto o xampu entrava embaixo dos meus dedos, gentilmente esfrego seu couro cabeludo, sorrindo ao ver as bolhas que se formam em toda sua cabeça.

— Bem, ouvi dizer que viajou até a Islândia desde a última vez que o vimos.

— Islândia?

— Uhum.

— Na Islândia é muito frio, papai?

— É, mas não tão frio quanto a Groelândia. Acredita nisso?

Seus olhos se arregalam quando ela olha para o pequeno barco azul e balança a cabeça, negando. Então pega o brinquedo e começa a conversar, perguntando quanto tempo havia demorado para chegar à Islândia, se havia visto algum castelo de gelo quando chegou lá.

Enxaguo o xampu de seu cabelo, sorrindo enquanto ela espirrava água e brincava. Era um daqueles momentos em que eu sabia que deveria ficar atento à hora para ela não chegar atrasado à escola e eu ao trabalho, mas não conseguia me apressar tanto. Não dava para ignorar momentos incrivelmente preciosos como aquele.

Se alguém tivesse me dito, há cinco anos, que a minha vida seria completamente alterada por um pequeno ser, que um bebê entraria em minha vida, eu teria dito que esse alguém era louco. Mas a partir do momento em que a mãe de Claire me disse que estava grávida, eu soube que minha vida nunca mais seria a mesma. Ao olhar para a foto do ultrassom, eu me apaixonei. E quando ficou claro que eu cuidaria de Claire sozinho, optei por fazer isso sem pensar duas vezes. Não havia outra opção para mim.

Minha filha se tornou o centro do meu mundo no momento em que soube de sua existência. Por mais que minha vida pessoal tenha sido alterada por eu estar ocupado criando minha filha, cada segundo que eu passava ao seu lado era mais do que valioso. Claire era tudo para mim e nada poderia tirar o que tínhamos.

A gravidez obviamente foi uma surpresa para nós dois, mas a mãe de Claire não teve interesse. Agora ela morava do outro lado do país e ligava uma vez por ano, no aniversário de Claire.

Quando termino de tirar o sabão de seu corpo, ajudo Claire a se secar e puxo o ralo para drenar a água da banheira. Eu a visto rapidamente e arrumo seu cabelo antes de vestir as minhas roupas do trabalho. Escovamos os dentes juntos no meu banheiro. Logo estamos ambos prontos para começar o dia, e enquanto caminhamos pelo corredor até a porta, verifico o relógio da cozinha. Mesmo com o tempo extra no banho, estávamos no horário certo.

Quando saio pela porta da frente, meu olhar se desvia até o apartamento acima da garagem. Não conseguia parar de lembrar daquele dia, no apartamento de Anahí, quando acabamos no chão da cozinha. Não que estivesse reclamando.

Meu Eu em Você - AyA Adapt [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora