Capítulo 3

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Park Jimin acordou por volta das três da manhã, com um Taehyung analisando a figura adormecida ao seu lado cheio de ódio nos olhos. Era quase como se pudesse ver as faíscas em meio à escuridão do quarto. Enfim ele levantou, agradecendo ao fiel "assistente" por tê-lo acordado e dizendo que lhe encontrasse em quinze minutos na frente de casa.
Ele seguiu ao banheiro da enorme suíte e encarou seu reflexo, penteando seus fios loiros impecáveis para trás e tratando de escovar seus dentes e se arrumar devidamente para seu compromisso.

Ele e Taehyung não trocaram palavras ao entrar no carro como passageiros de seu choffer, apenas sentaram-se ali e partiram rumo onde iriam. Jimin percebia como o outro parecia enciumado, e achava extremamente fascinante como as pessoas reagiam e sentiam cada um de uma forma.

Pousou uma mão em sua coxa, deslizando para um lugar perigoso. Mantinha um sorriso cafajeste nos lábios, o buscando com o olhar.

— O que te está te incomodando tanto? Eu e Jeon sequer dormimos juntos ainda... — Disse, se divertindo.

— E o que ele estava fazendo em sua cama?

— Você entendeu o que eu quis dizer...

O ruivo virou a cara.

— Pare... Jungkook apenas me desperta curiosidade. É como um cachorrinho novo no Natal... Nada além disso. — Se aproximou de seu ouvido para continuar, em um sussurro sexy: — Ninguém é como você, Tae.

E afagou suas coxas, aprumando a postura e se afastando novamente. Aquilo resultou em um Taehyung corado e com um sorriso satisfeito nos lábios, meio escondido, sabia exatamente o que ele queria ouvir.

Não demoraram para chegar ao compromisso, Jimin suspirando ao ter de passar por todo o procedimento de segurança ao se encontrar com um inimigo: Revistas, passar por diversos homens truculentos lhe guiando em meio a corredores escuros e outros, até finalmente chegar à reunião.

Quando atravessou a porta e seus olhos cruzaram com os olhos felinos de Namjoon, ele conclui que aquilo era a única coisa que poderia abalar sua postura arrogante e todo o seu império era aquele homem. Não era a primeira vez que se viam, mas toda vez em que se encontravam ele lhe causava aquele mesmo efeito. E o pior, Namjoom parecia perfeitamente ciente de seu poder.

— Soube do pequeno incidente envolvendo um de seus homens, Park Jimin? — A voz grave lhe deixou nervoso, ao contrário dele, que parecia perfeitamente confortável com a postura despojada na cadeira e o sorriso ladino.

— Fiquei sabendo... Mas temos de ser francos: Aquele é meu território.

— Seu homem arrastou o meu pessoal até lá. Ele estava vendendo em minha área, isso é inadmissível. Não pense que essa morte vai sair impune como tantas outras, Taewon era um bom rapaz.

Jimin forçou um sorriso confiante.

— Não posso fazer nada se o seu pessoal estava em meu território, certo? Não vejo motivo para brigar... Pode-se considerar um empate.

— Park Jimin... Você não vai querer comprar essa briga comigo. Sabe que eu poderia tirar tudo o que você tem com um estalar de dedos, e-

Eles foram interrompidos com um Taehyung adentrando a sala desesperado, o telefone em suas mãos.

— S-Senhor, temos um problema com o garoto...

— Que garoto? — Questionou Namjoon.

— Não interessa... Com licença. — E Jimin deixou a sala acompanhado de seu parceiro, atendendo o celular e ouvindo o que havia acontecido.

[...]

Jungkook acordou de madrugada como de costume, demorando um pouco para se localizar. Seu peito se encheu de raiva ao perceber que estava sozinho na cama. Não se lembrava ao certo da noite anterior, apenas de alguns flahs com o loiro do qual era posse... Será que Jimin havia feito algo com ele? E se tivesse, o havia deixado ali sozinho... Óbvio. Sua cabeça doía, estava enjoado e com saudades de casa. Ele esperou alguns minutos pelo retorno do outro, percebendo que ele não viria, se agarrou à possibilidade de fugir.
O rapaz, não acostumado a beber, saiu cambaleando e se escorando nas paredes enquanto tentava encontrar alguma saída. Era como se seu corpo não respondesse aos seus comandos. Seus olhos se cegaram com a luz no momento em que puxou as cortinas e abriu uma porta de vidro... E quando viu, estava caindo de cima da varanda daquela mansão.
Seu corpo se chocou com força contra a grama, o que amorteceu sua queda de alguma forma. Ele ficou ali deitado, tateando os fios verdes e úmidos, até dar por si e decidir se levantar. Então o fez, recuperado, respirando fundo e buscando o equilíbrio.

Só então percebeu um homem enorme possivelmente armado a certa distância e dois "Rottweiler" recém soltos vindo rápido em sua direção. Ele reuniu todo o fôlego que tinha e correu, disparou em direção ao enorme portão preto. Por um momento um resquício de esperança lhe encheu os olhos no momento em que seus dedos tocaram a grade fria e ele pôde escalar, sendo puxado de volta à triste realidade no momento em que um dos cachorros alcançou sua perna e o puxou. Mesmo que, de qualquer forma, o portão fosse impossível de ser escalado.
Ele urrou de dor e caiu no chão, batendo sua cabeça contra alguma coisa. Então desistiu de lutar contra sua conscieência enquanto os dois animais estavam sob si e aos poucos uma silhueta masculina surgia.

[...}

— Ei! Acorde! — Jungkook ouviu, sentindo a ardência de um tapa em sua bochecha. Aos poucos o rosto de Park Jimin pouco iluminado se formou diante de seus olhos. — Finalmente.

O loiro, irritado, se afastou um pouco. Jeon tentou se mover, percebendo que os braços estavam atados sobre sua cabeça e ouvindo o tilintar de correntes de ferro. A parte superior de seu corpo estava desnuda e seus pés descalços. Usava apenas uma cueca box preta e o pouco que sua visão alcançava via sangue seco pelo chão, agora com as memórias voltando e pela dor em sua perna esquerda, imaginava o estrago da mordida que havia lebvado mas não se atrevia a olhar.

— Pensei que estivessemos nos entendendo... Então saio para resolver um compromisso e você se atreve a tentar fugir de mim?

Ele se aproximou, o olhando nos olhos castanhos. Silêncio pairou sobre eles, até o mais novo retribuir o olhar e cuspir em seu rosto. Ele o limpou, curioso.
Taehyung riu no canto da sala, negando com a cabeça e cruzando os braços.

— Cansei de ser paciente, Jeon. Vou precisar te educar, já que seu pai aparentemente não o fez.

E num gesto rápido, o loiro arrancou o cinto de couro legítimo que usava e o fez de chicote. As primeiras vezes em que bateu na pele clara do peito, Jungkook se contorceu e gritou em um misto de dor e surpresa. Aos poucos vergões vermelhos surgiram ali, marcando seu "aprendizado" com as investidas certeiras por toda a sua pele.
Ele não queria chorar, definitivamente, segurou até que as lágrimas começaram a cair contra sua vontade.

— Você não vai fugir de mim, e se fugir, eu vou te encontrar. Eu sempre vou te encontrar. Entendido?

E bateu novamente, agora em suas costas.

— N-Não!

E novamente fôra atingido, fazendo seu corpo se projetar para frente e ele se pendurar nas correntes por não ter forças de ficar em pé. O ruivo, um terceiro elemento ali como mero espectador, assistia tudo muito interessado.

— Em pé. Eu não acabei com você. — Ele rodeou seu corpo até estar cara a cara, segurando seu rosto com firmeza o fazendo olhar para si. — Em pé.

Ele plantou os pés no chão e voltou à posição inicial, agora sentindo-o abaixar sua última peça e batendo em sua bunda. Se sentia humilhado, chorando feito uma criança, Jimin havia acabado com a postura do homem que a poucos minutos estava ali o enfrentando.

— Entendido? — Ele apertou seu rosto até conseguir formar um bico inconsciente e cuspiu em sua boca, lhe fazendo engolir enquanto assentia de cabeça baixa. — Espero que não tenhamos que passar por isso de novo.

Então vestiu o cinto e saiu da sala acompanhado por Taehyung, deixando-o finalmente livre para chorar.

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