Primeiro capítulo

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A dona das madeixas azuis sorriu para o taxista. Seus olhos azuis, tão claros como seus cabelos, focaram-se na casa, qual o táxi tinha parado na frente. Ela sabia que devia descer ali. Mas não tinha coragem. Mordeu os lábios mais uma vez, mesmo os sentido sangrar. Suas pernas estavam tremulas e seu olhar borrado. Era mais uma garota bonita de Nova Iorque. Ou talvez, fosse diferente.

– Você veio falando a viagem inteira do aeroporto até aqui. Não vai me dizer nem seu nome, moço? – Perguntou, a garota, com os olhos cintilantes. - Ah, talvez você esteja esperando que eu me apresente primeiro. – Ela disse, se debruçando sobre a janela. – Eu sou Alice. Mas se quiser pode me chamar de Ali. – Falou a garota, encarando a casa, por cima dos ombros do idoso taxista. Então, ajeitou a postura, se desencostou do vidro e manteve os olhos fixos na casa.

– Joseph. – ele falou. – Espero que consiga fazer o que veio fazer aqui. – Foi tudo o que ele disse, antes de ir. A moça bonita, agora com um nome, arrastou uma mala até a casa cheia de enfeites de natal. Era ali.

Com as mãos trêmulas deu duas batidinhas na porta de madeira escura, com pequenas folhas entalhadas. Um girassol de prata enfeitava a entrada. Como se disse ''bem vindos!'' aos visitantes. Um balanço enferrujado balançava sozinho, no canto oposto da varanda.

Após alguns segundos, uma mulher atendeu a porta. Tinha cabelos brancos, e estava um pouco a cima do peso. Rugas no rosto, que um dia foi bonito. Mas, principalmente, os mesmo olhos cintilantes.

Ali a abraçou, e sentiu uma onda de eletricidade, pelo abraço caloroso que recebeu da moça.

– Alice! Alice, o que veio fazer aqui?! – foi o que ela disse, mas em tom de surpresa do que expulsão.

– Corrigir um erro, Mãe. – ela falou, levando o dedo indicador aos lábios e emitindo um 'shiu...''.

– Entre, meu amor. Venha tomar uma xícara de café.

(...)

– Elijah! – Disse Alice, batendo na porta. Seus cabelos azuis estavam presos em duas tranças verticais, e alguns fios rebeldes escapavam dos elásticos coloridos que Ali tinha usado para as prender. Seus olhos claros estavam nublados de preocupação.Ela usava um grande blazer vermelho, com botões pretos, que ia até o joelho. A neve branca e fina caia, manchando o asfalto negro da rua de branco. – Eu venho de Nova Iorque para te ver, e você nem abre essa maldita porta? Vou ter que derrubar?

Um ruído grave foi emitido. A porta, cuidadosamente aberta. Jilliard parou em frente ao batente de madeira escura. A morena usava bobb's no cabelo, e máscara de pepino no rosto. Sua aparência era engraçada. Mas ninguém estava rindo.

– Belezinha, escuta aqui. Elijah está morando em outro lugar. Agora, tchau, você acabou de acordar minha filha, com toda essa gritaria. – Afirmou Jill, claramente irritada.

– Jilliard! – falou a dona dos olhos cintilantes. – Não lembra de mim? Deve ser o cabelo. Quando namorei Elija ele era loiro...

– Ali? Por que está aqui? Seu cabeleireiro é sádico?

– Vim consertar uns erros aí. – foi tudo o que Ali disse, esfregando os pés na fina camada de neve que aos poucos caía no chão. – Sabe onde Elija está?

– Eu o expulsei de casa. – falou a morena, sem rodeios, sem remorso. – Escute meu conselho, belezinha. Desista dele, vocês dois não combinam...

– Eu e o Elijah? Ohhhh! Não mesmo, é que... – e Alice foi interrompida, por Jilli. Sua postura era digna de filmes de humor, e sua aparência deixava a situação ainda mais engraçada. Mesmo assim, ninguém ria ainda.

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⏰ Última atualização: May 19, 2015 ⏰

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