02.

1.7K 262 415
                                    

2000 Palavras

        — Isso é venenoso? — Neteyam perguntou para Aonung que andava mais a frente com uma cesta de palha.

        — Não. — Ele nem sequer olhou para saber qual fruta ele estava se referindo, continuou olhando para cima em uma árvore média buscando frutos maduros.

        — Então porque não colocou elas na cesta? — Perguntou colocando a frutinha amarela com casca brilhante na boca.

        — Porque elas são horríveis. — Foi o herdeiro dizer e Neteyam cuspir quase que imediatamente.

        — E você esperou eu comer e só depois me diz isso? — A frutinha bonita tinha gosto de fumaça ou talvez de madeira? não sabia ao certo, mas era realmente ruim.

        — Você me perguntou se eram venenosas, não se eram gostosas. — Virou para olhar para Neteyam com aquele sorrisinho maldoso que sempre escorria de seus lábios.

        — Sabe, não sei se alguém já te disse isso antes. — Se aproximou mais de Aonung. — Mas você é realmente irritante. — Encarou um pouco o Metkayina antes de passar reto andando na frente, o cabelo balançando cada vez que ele pisava forte.

        Aonung observou o Omaticaya, ele diria que era refrescante ver alguém diferente de tudo o'que conhece - Mesmo que pegasse em seus pés por serem diferentes. -, claro, nunca falaria isso em voz alta, Neteyam era um Na'vi admirável, era perceptível como ele se esforçava para relevar cada vez que o herdeiro o irritava, mesmo sabendo que era de propósito, achava tão engraçado quando ele o respondia, ninguém o repreendia ou retrucava além de seus pais ou Reya, era interessante olhar a cauda flexível balançando como um aviso que a qualquer momento podia atacar, mas nunca fazia, ou pelo menos Aonung achava que não, então não podia deixar de pensar que era hilário.

        — A gente seca elas no sol e usa para fazer tempero. — Explicou para o Omaticaya que estava irritado, a cara fechada e o maxilar travado deixa isso bem claro. — Toma come essa. — Pegou uma outra fruta, também de coloração amarela mas era maior com a casca um pouco rugosa.

        Neteyam o olhou desconfiado, mas pegou a fruta, apesar de estar tentando ser legal com Aonung o outro não ajudava muito, ele apresentava uma ânsia de ver o Omaticaya irritado que deixava esse em alerta sobre o menino, então com certo receio mordeu a fruta, a casca fina e rugosa se rompeu e um sabor cítrico e doce preencheu seu paladar, era muito gostoso.

        — É muito boa. — Olhou surpreso para Aonung que tinha o sorriso soberbo de sempre no rosto.

        — Melhor que as frutas da floresta? — Perguntou se aproximando para andar lado a lado do Omaticaya.

        — Hum. — Fingiu pensar. — Não, nunquinha, as frutas da floresta são muito mais saborosas e maiores — Deu uma outra mordida na fruta se deliciando.

        — Eu discordo. — Se virou para pegar mais frutas amarelas.

        — Não sabia que já tinha ido pra floresta e comido nossas frutas. — Disse sorrindo enquanto dava mais uma mordida.

        — Não tive esse desgosto, muito obrigada Eywa. — Fechou os olhos agradecendo a grande mãe. — Mas é claro que o nosso lar sempre vai ser o melhor em tudo na nossa opinião é inevitável.

        Neteyam concordou com a cabeça enquanto terminava a fruta, sobrando só o caroço mediano, olhou em volta tentando escolher um bom local, quando encontrou se ajoelhou cavando uma cova generosa, com cuidado colocou a semente dentro e cobriu.

Ocean EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora