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𝐋𝐀𝐋𝐈𝐒𝐀 𝐌𝐀𝐍𝐎𝐁𝐀𝐋

                                     📌𝗟𝗼𝘀 𝗮𝗻𝗴𝗲𝗹𝗲𝘀, 𝗰𝗮𝗹𝗶𝗳𝗼𝗿𝗻𝗶𝗮

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                                     📌𝗟𝗼𝘀 𝗮𝗻𝗴𝗲𝗹𝗲𝘀, 𝗰𝗮𝗹𝗶𝗳𝗼𝗿𝗻𝗶𝗮

Eu estava exausta. Cansada de correr atrás, mandar currículos e... de fracassar. Mas eu sabia que no momento em que chegasse em casa e visse aquele pequeno ser abrindo um sorriso para mim, minhas esperanças seriam renovadas e eu teria forças novamente para lutar no dia seguinte.

É, eu sabia. E graças a Deus eu a tinha em minha vida para repor minhas energias.  Depois de mais um dia exaustante de entregas de currículos, estava finalmente na garagem do prédio estacionando Abigail.  Não, Abigail não era um cavalo, ou um animal no qual eu andava montada, estávamos no século vinte e um, e no meio de uma cidade como Los Angeles não se viam mais pessoas andando em animais.

Abigail era uma caranga velha, um carro Gol G3 quatro portas, aquele famoso Gol Bolinha, que ganhei de herança da minha avó. Eu não podia reclamar de forma alguma, ele era o que me socorria em momentos mais urgentes. Ah, e o nome, foi minha própria avó que havia sugerido, não me julguem. Segundo ela, era o nome da sua melhor amiga de infância.

Assim que coloquei Abigail na vaga, subi para o apartamento, que também era herança da minha vó. Na verdade, eu estava vivendo á custa dela até aquele momento, com os dois apartamentos que havia herdado.

Um que havia vendido e que sustentará a mim e á minha pequena até então e o que eu morava

Quando entrei no elevador, apertei o número do meu andar, encostei minhas costas na parede, ajeitei que a bolsa no ombro e apertei a pasta que estava com alguns currículos ainda sobre o peito. Aqueles dias não estavam sendo fácies. Nem um pouco. Após a porta se abrir, saí e caminhei até a porta de entrada.

Eu estava derrotada emocionalmente e fisicamente, mas aquele sentimento ficaria para fora da minha casa, sempre.

Respirei fundo, enchendo meus pulmões de ar e soltando-o calmamente, abri um sorriso. Era apenas isso que ela merecia, a minha felicidade, e nada além disso. Abri a porta, procurando por elas, e no meio da sala. Chaeryeong estava com minha pequena sobre os braços mamando, com os pezinhos para cima.

Assim que ouviu o barulho da porta, eu a vi empurrar a mamadeira e se esforçar para se erguer, curiosa em ver quem estava ali.

- Oi, meu amor, que saudade a mamãe estava de você. - Estendi meus braços para ela, que esticou os seus desesperada pelo meu colo.

- Oi, Chae, como ela se comportou hoje? - Comprimentei.

Chaeryeong era uma mulher jovem que conheci através do meu ex-namorado, e acabei contratrando como babá, pelo menos por aquele período de tempo, até achar uma vaga em uma creche. Ela morava por perto, vinha para o meu apartamento de bicicleta, e ficava até a hora em que eu chegava, o que variava muito.

Aquele dia, por exemplo, estava em casa um pouco depois das seis da tarde.

- Como um anjo. Ela é muito quietinha e não dá trabalho nenhum, você sabe disso.

Sim, eu sabia. Miyeon era uma criança calma e fácil de lidar, e eu agradecia por isso.

- Essa é a minha menina. - Dei um beijo no pescocinho dela, o que a fez gargalhar em meus braços.

- Já que você chegou, eu vou indo. Amanhã, mesmo horário? - Olhei para Chae que ajeitava a bolsa nos ombros, preparando-se para ir embora.

- Claro, por favor.

Coloquei Miyeon sobre o bebê-conforto que estava em frente ao sofá e acompanhei Chae até a porta.

- Você não quer que eu te leve, querida? - Perguntei preocupada com o horário.

- Não precisa se preocupar, a distância não é tão grande e sabe que eu estou acustumada. Mas me conta, como foi o dia hoje? Conseguiu alguma coisa?

- Nada, todos dizem que vão me ligar. Mas a gente sabe, né... - Olhei por cima do ombro para a criança que brincava distraidamente com os pés.

- Emprego assim para uma pessoa como eu, mãe solteira, não vem fácil. Ainda vivemos em uma sociedade retrógrada.

- Eu sei, Lisa, mas não desista, uma hora aparece.

- Não vou desistir. Eu tenho uma pessoinha que depende de mim, Chae, e por ela eu sou capaz de tudo.

- É lindo o amor de vocês. - Ela falou com um sorriso melancólico no rosto e os olhos se enchendo d'água.

- É, mas não vamos continuar este papo, se não vamos as duas chorar aqui. Você anda muito chorona, Chae.

- É a TPM, com certeza. - Nós duas rimos, enquanto ela se virava e se distanciava de mim.

- Então amanhã, no mesmo horário.

- Isso, obrigada, Chae, e boa noite.

- Boa noite, Lisa. - Ela gritou á distância para mim. Com um sorriso no rosto, fechei a porta e voltei para minha filha.

- Agora somos só eu e você, pitchuca. - Peguei-a novamente do bebê-conforto e levantei-a até o alto beijando sua barriguinha, o que a fez sltar gargalhadas novamente.

- Sabe, filha, as coisas podem estar meio difíceis agora, mas vamos dar um jeito, não é? - Ajeitei-a novamente no meu colo, pegando a mamadeira e voltando a me sentar com ela.

- Ainda bem que eu tenho você, minha carga de energia diária. - Passei as pontas dos meus dedos pelas mãozinhas pequenas que também seguravam a mamadeira.

- Você é tão especial na minha vida, Miyeon, e ainda não tem nem consciência disso. Mas por vou você e com você, eu sou capaz de tudo.

Em sincronia, ela soltou o bico da mamadeira, e deixou escapar uns sonzinhos, mostrando um sorriso banguela e cheio de baba, o que parecia fazê-la corroborar com tudo o que eu tinha dito. Aquele serzinho minúsculo era o que restaurava a vida em meu corpo todos os dias.

 Aquele serzinho minúsculo era o que restaurava a vida em meu corpo todos os dias

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𝘊𝘦𝘰 𝘤𝘰𝘯𝘲𝘶𝘦𝘳𝘦𝘥, 𝘭𝘪𝘴𝘬𝘰𝘰𝘬Onde histórias criam vida. Descubra agora