𝘊𝘦𝘰 𝘤𝘰𝘯𝘲𝘶𝘦𝘳𝘦𝘥, 𝘭𝘪𝘴𝘬𝘰𝘰𝘬

Eight

𝐋𝐀𝐋𝐈𝐒𝐀 𝐌𝐀𝐍𝐎𝐁𝐀𝐋

📌𝗟𝗼𝘀 𝗮𝗻𝗴𝗲𝗹𝗲𝘀, 𝗰𝗮𝗹𝗶𝗳𝗼𝗿𝗻𝗶𝗮

Não se atrasar: primeira regra quebrada.

Roupas sociais: Mais ou menos, eram sociais, talvez estivessem um pouco amassadas.

Cabelo preso: Ok, mas não estava nada tão impecável como eu vinha fazendo.

Agora, um bebê nos braços.  As regras não falavam nada sobre. Eu tinha lido e relido.  Eu não estaria quebrando nenhuma com Miyeon ali.  Não é mesmo? A criança em meu colo havia voltado a dormir, como se não estivesse me ajudando a quebrar todas as regras do meu serviço.

Milagrosamente, consegui passar pela recepção sem ser barrada por ninguém, e cheguei ao ultimo andar, jogando-me na cadeira, e colocando a bolsa com os pertences de Miyeon ao meu lado no chão.

Olhei para todos os lados, enquanto caminhava para a minha mesa, os ouvidos atentos, esperando algum barulho, ser chamada até a sala do chefe. Mas estava tudo em um silêncio sobrenatural..

Assim que consegui soltar o ar dos pulmões, levantei-me, ainda com Miyeon no colo, e me encaminhei até a sala de Jungkook. Bati com o coração na mão, ainda preparando todo o texto que despejaria nele, por ter me atrasado e estar com um bebê no colo.

Deus, ele nem sabia que eu era mãe.

Após bater, esperei alguns segundos, mas nenhuma resposta veio, como a cortina da sua grande janela estava fechada, resolvi abrir a porta.

Mas Jungkook não estava lá.

Novamente, soltei o ar dos meus pulmões em uma respiração aliviada, voltei para minha cadeira, deixando Miyeon segura por um braço e acessei a agenda online do Jungkook.

Ele estava cheio de reuniões com fornecedores, compradores e afins, na parte da manhã e durante a tarde. Já passava das oito e meia, provavelmente ele se encaminhara diretamente para uma reunião que estava marcada às nove. Por sorte, nenhuma delas era na empresa e ele não passaria por ali aquele dia.

Novamente, soltei a respiração aliviada. Mas no meio disso, o elevador se abriu, fazendo-me prendê-la de novo. Um rosto sorridente e familiar apareceu e uma Jennie saltitante e alegre saiu do elevador.

Ainda me surpreendia o quanto aquela menina distribuía alegrias, enquanto o irmão não sorria. Durante os dois meses em que estava trabalhando ali, não havia visto esse fenômeno nenhuma vez. Jennie parecia radiante, até chegar à minha mesa e sua feição mudar completamente.

O sorriso que antes estampava o seu rosto, agora dava lugar a um semblante de espanto, admiração e confusão. Tudo junto e misturado.

- Meu Deus, que coisa mais fofa. De onde veio essa coisinha pequena? - Ela estava admirando minha filha sobre meus braços, e nem sequer se dignou a olhar para mim. Mas eu a entendia muito bem.

- Tecnicamente de mim. - Abri um sorriso forçado. 

- Como assim? Você tem uma filha? Meu Deus, que coisa mais linda. Mas o que ela esta fazendo aqui? Por que... Por que ela está aqui, Lisa? - Ela finalmente olhou para mim completamente assustada.

- Eu... tive um imprevisto, Jen. A babá sofreu um acidente, eu não tinha com quem deixá-la - Desesperei-me.  Eu ainda não conseguia pensar direito. Minha cabeça girava em trezentos e sessenta graus.

- Sua filha é linda - Desviei os olhos de Jennie para a minha pequena. E eu tinha que concordar com ela. Admirava todo dia a beleza daquela pequena e concordava plenamente, ela era a coisa mais perfeita em que eu já havia colocado meus olhos.

- Ela é sim - falei cheia de orgulho na voz.

- Lisa, meu irmão sabe que você a trouxe aqui? - Olhei para ela já sabendo que minha cara demonstrava o meu medo, e o quanto eu estava perdida.

- Não acredito... Lisa, ele vai te matar...

Sim, eu tinha uma leve impressão disso. Na verdade, era uma certeza. Eu podia conhecer pouco da pessoa de Jungkook, mas sabia que com ele, tudo tinha que ser seguido à risca.  Quando eu estava prestes a responder, Miyeon começou a resmungar no meu colo, acordando.

- Ai, meu Deus, ela é fofa demais. Como é o nome?

- Miyeon...  - Peguei a criança por baixo dos braços, erguendo-a de frente para mim. Ela acordou calma, sem chorar e rindo.

Jennie deu a volta na mesa, colocando-se atrás de mim e também olhando para minha filha.

- Oi, Miyeon, tudo bem? - Ela colocou o dedo indicador e o polegar de cada lado da bochecha da minha filha, apertando-a delicadamente, o que fez com que ela soltasse mais uma risada gostosa.

- Posso pegá-la? - Ela estendeu as mãos em direção à minha filha, que se encantou com seus anéis e pulseiras, ela aproveitou a oportunidade passando as mãos por baixo de seus bracinhos, substituindo as minhas.

Ergui-a, passando a neném para ela, que voltou a dar a volta na mesa, sentando-se á minha frente.  Enquanto ela brincava com minha filha, olhei para os lados, pensando no que eu poderia fazer.

Faltar o serviço estava fora de cogitação.