3 - Mia

56 11 1
                                    


Já estava na missão de fazer a mala a uma hora e a dificuldade de saber o que levar já estava a deixando profundamente irritada.

— Quer saber? Dane-se! Por que me preocupar tanto com a roupa que vou vestir? Estarei reclusa por um mês! Não é como se eu fosse conquistar qualquer um deles com minha boa aparência ou senso de moda mesmo...

Aliviada com a conclusão em que havia chegado pode terminar a organização da bagagem em vinte minutos, pois bastou enchê-la com suas roupas folgadas e surradas preferidas, aquelas que gostava de usar quando estava escrevendo. Em seguida foi até o banheiro recolher seus itens essenciais de higiene e beleza. Sua única extravagância pessoal era a paixão pelos maravilhosos cosméticos coreanos. Entre máscaras, cremes, séruns, tônicos e perfumes encheu uma maleta de mão, pois a pele extremamente bem cuidada era sua única vaidade.

De volta ao quarto deu mais uma olhada por todo cômodo para confirmar se havia pegado todo o necessário. Tudo parecia ok, uma mala grande com roupas, um chinelo, uma sapatilha e um tênis e sua mala de mão com seus bebês de beleza e seu querido Pugui.

Pugui é uma pelúcia de cão da raça boxer. 30 centímetros de pura fofura caramelo e marrom. Um presente que ganhou da irmã mais nova antes de deixar o Brasil rumo ao futuro incerto na Coréia. No começo o cãozinho era só uma recordação da irmã e do pai que só via por vídeo chamada de quando em quando, depois começou a falar com a pelúcia, desabafando nos momentos de tensão ou compartilhando as pequenas vitórias, uma prerrogativa para uma jovem que se sentia solitária, mas acostumou-se tanto a isso que, mesmo depois de fazer amigos e novas conexões simplesmente não pode parar de conversar com o bichinho.

Ele transformara-se na personificação de sua consciência, logo não poderia ir sem ele. Depois de ter certeza de que havia pegado tudo checou rapidamente o resto do pequeno apartamento, saiu trancou a porta e desceu. O carro da empresa que a contratara já a esperava lá embaixo.

No elevador pensou com gratidão na oportunidade que estava tendo. O que ganharia com esse trabalho seria suficiente para comprar um apartamento e um pequeno carro para sí. Valia a pena suportar as extravagancias contratuais da agência do Bangtan, coisas que pra ela cruzavam a linha da segurança e passavam para o território do exagero, como: nenhum contato com pessoas não relacionadas a empresa ou ao grupo, seu celular permaneceria confiscado até o fim do trabalho, para escrever tinha que usar um computador fornecido pela empresa, a todo tempo deveria estar acompanhada de um segurança e só podia ir aonde os membros fossem. Essas coisas tinham cheiro de paranoia afinal pra que isso tudo? Já tinha assinado um contrato de sigilo com uma multa tão absurda que nem roubando um banco poderia pagar, só sendo muito idiota pra vazar alguma coisa e isso definitivamente ela não era.

Lá embaixo reconheceu em pé ao lado de uma van preta, o produtor com quem havia conversado algumas vezes na agência dos meninos. Sem demora foi até ele. Cumprimentaram-se com uma breve reverencia e ele a ajudou a pôr as malas para dentro. Depois de se acomodarem o produtor, cujo nome ela acabara de lembrar, senhor Lee, deu uma leve batida no vidro preto que separava a cabine do motorista do restante do automóvel, num claro sinal para que este os colocasse em movimento. No primeiro sinal vermelho em que pararam PD Lee aproveitou para repassar algumas coisas:

— Senhorita Passos, devo lembra-la que a senhorita receberá um passe temporário de visitante para transitar pelas dependências do condomínio onde fica o apartamento do grupo, e que deve portá-lo o tempo todo, pois sem ele não poderá permanecer no prédio. Quando seu contrato estiver encerrado eu mesmo o recolherei. A senhorita tem alguma dúvida a respeito disso ou qualquer outro assunto pertinente ao trabalho que irá realizar?

— Na verdade, tem algo que me ocorreu sim. Como devo me identificar quando os acompanhar em algum lugar?

— Preparamos para a senhorita uma identificação como membro do Staff. Relações públicas internacionais exclusiva do Bangtan. Isso irá bastar para lhe dar acesso integral. – Explicou enquanto lhe estendia o crachá de membro da equipe e o passe para o condomínio.

— Certo e presumo que o senhor mesmo o recolherá ao fim do contrato.

— Certamente. – Responde o outro com toda naturalidade.

O restante do percurso foi feito em silencio, mas pelo pouco tempo de translado Mia pode perceber que não era muito distante de seu próprio prédio.

Passaram direto pela portaria, obviamente o carro da empresa era comum ali. Assim que o motorista estacionou, o produtor desceu oferecendo a mão para ajuda-la a sair. Pegaram as malas e subiram pelo elevador dos funcionários. Curiosa Mia perguntou:

— Esse é o elevador que devo usar enquanto estiver aqui?

— Se estiver sozinha sim, afinal para todos os moradores e funcionários do condomínio a senhorita é uma funcionária da empresa não uma hospede, mas claro que quando estiver com os membros a regra não se aplica.

Mia assentiu, afinal fazia sentido. A subida foi grande, mas finalmente chegaram ao destino. O elevador parou na cobertura.

Saindo do elevador percorreram um extenso corredor, no fim dele na esquerda a porta do apartamento e a direita a porta para o elevador social.

Pararam de frente da porta do apartamento e PD Lee tocou a campainha. Breves segundos se passaram até que Mia ouviu o leve clic metálico da trava eletrônica se soltando. Mais uns segundinhos e estaria de frente com o grupo de Kpop mais famoso do mundo.

ALGUEM ESPECIAL - IMAGINE NAMJOON BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora