A triste e o gatinho

Três

O gatinho fixou olhar curioso na turma da mestiça, observando tudo pela janelinha
-Ah que humanos entediantes! Quem me dera que eu pudesse me esconder na bolsa dela! Mas com certeza ficaria perseguindo ela por minha causa....Vou passear.
Ele iniciou um passeio rapidamente pelos quarteirões que antecedia a instituição prestigiada de Paris.
-Ah,a tia dela trabalha aqui? - pergunta o gatinho, fixando novamente seu olhar na dama
Ela caminhava apressadamente com pastas em mãos além de uma bolsa cor de vinho
-Bom dia Senhorita Sanceour.
-Bom dia Juliene. Alguma novidade?
-Infelizmente só uma . As críticas da Borgeois e também a repercussão negativa do aniversário!
A dama compreendeu perfeitamente o que significava "aniversário". Faria um ano que Adrien Agreste estava desaparecido. Tudo por causa de um passeio proporcionado pela tia dele, Amélie de Vanily enquanto iam até o estádio do Paris Saint Germain. O estilista parisiense Gabriel Agreste em seus quarenta e dois anos estava praticamente devastado,ao ponto de não conseguir dar conta de nenhum trabalho ou projeto de moda sem auxílio da sua então vice presidente Nathalie Sanceour,a sua verdadeira amiga nas piores horas.
-Com licença senhor Agreste.
-Ah,que isso? Largue de cortesia e tranque a porta.
-Oh céus! Você está muito magro! Parece um eremita!
-Nath,eu sei que tenta me animar e me ajuda bastante mas é que simplesmente não dá! Eu não me concentro nem consigo comer, pensando que eu perdi meu único filho.
-Mas já disse que a culpa não é sua,mas da Amy!
-Que Amy o quê? Eu fui o idiota que...
-Gabriel....- e ela pegou cautelosamente pelas mãos, fazendo sentar na poltrona novamente - Me escute: Eu estou fazendo o possível para trazer nosso menino. Já descartaram a possibilidade dele ter morrido ou sequestrado.
-Mas ele....Ele só queria que eu fosse mais presente....E eu,eu fui estúpido demais para dar atenção ao meu filho....- lamentava o estilista aos prantos
Ela abraçou com ternura,beijou lhe a testa
-Eu estou aqui. Ele vai voltar... Eu juro.
-Mas..
-Sem mais. Volte ao seu projeto.
-Mas e a Audrey Borgeois?
-Eu cuido dela. Respira fundo,lave o rosto e fique bem .
-Nossa ....Eu ...acho que conheço ele! - pensou o gatinho -Sei lá ! Devo estar sonhando. Vou ver como está minha princesa
No François Dupont, Infelizmente,as populares continuavam fazendo as piores piadas com a mestiça, embora ela não ligasse. No intervalo,ainda que as meninas tivessem falado sobre seu cabelo curto azulado por causa do tratamento quimioterápico na cabeça,ela procurava ser feliz e otimista.
- Gatinho,onde esteve?
-Ue,fui ver sua tia ! - miou Cat Noir, pulando no colo de sua dona
-Ah mas seu malandrinho... Obrigada por me livrar daquelas malvadas...
-Dupain Cheng? - chamou uma voz grave e sonora
Ela ignorou e continuou brincando com o gatinho.
O azulado chegou perto e continuou falando
-Marinette, você pode falar comigo?
-E se eu não quiser?
Ele tentou puxar ela
-Olha me perdoa! Eu imploro!
-Ah,esse é o moleque que a fez chorar? Ah mas ele vai ver! - e Cat Noir tentou morder ele várias vezes
-Sai para lá bichano!
-Não encosta no meu príncipe!
-Ah,ela me chamou de príncipe? Que lindo! - comemorou o felino
-Marinette mil desculpas cara....eu pisei na bola mas tô arrependido!
-Aham sei.
-Mas Marie,cara...
-Não ouse encostar em mim! Ou meu gatinho irá lhe morder mais uma vez!
-Poxa como tu é difícil né? Eu tô tentado dialogar com você na moral,mas tu é
-Mas o quê? Sabe que não significa não?
-Mas eu me desculpei. Aí,não vai me dar uma chance?

-Venha comigo Cat Noir. Vamos deixar essa celebridade com sua vida difícil! E outra coisa: Não é porque te perdoei que seria obrigada a te paparicar como seu fandom! Paz. -disse Marinette Dupain Cheng debochando do azulado naquele instante