Four.

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  ⚠Alerta de: Agressão doméstica / Crise de ansiedade.

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    Acordo sentindo o frio passar por de baixo do meu cobertor, a brisa fria que percorria o local, fazia com que eu me arrepia-se com o contato gélido em minha pele. Abro lentamente meus olhos, vendo a luz da lua adentrar meu cômodo; Estava chovendo muito lá fora, os trovões que caiam eram de estremecer a casa, as gotas de água caiam pesadas sobre o telhado. Mesmo com o alto barulho da chuva, era possível ouvir vozes de fundo, a chuva não as conseguia encobrir; Vozes essas que aumentavam a cada segundo, se tornando em gritos, barulho de coisas quebrando eram possível ser ouvidos. Me despertando por fim. Esses barulhos me assustavam, pois eu sabia bem, o motivo deles.

   Tiro os cobertores, e me sento na cama, observando a luz da lua; Solto um longo suspiro, logo me levantando e indo em direção a porta de meu quarto, saindo do local; Agora os gritos eram mais auditivos, o barulho da chuva era mais auditivo, os trovões que caiam fazendo um estrondo enorme. Cada vez que andava pelos corredores, eram mais possível ainda ouvir as coisas com clareza; Agora um barulho de vidro quebrando pôde ser escutado, vindo após um grito.

- VOCÊ É A CULPADA DISSO! ISSO É INFLUENCIA SUA! - gritos graves saindo de uma silhueta alta e forte.

- ELE É UMA CRIANÇA ROGER! ELE NÃO SABE O QUE TA' ACONTECENDO. - uma voz afeminada é possível ser ouvida, saindo do mesmo tom de voz que do outro.

- Angelina, os pais dos amigos dele falam que ele tem jeito de ser gay, VOCÊ ACHA MESMO QUE EU IRIA CRIAR UM MONSTRO?! - O silêncio é prevalecido, as lágrimas no rosto da mulher caiam pesadas. - Dê um jeito nisso, ou ele não me chamará de pai. -

   A silhueta alta se dirige até a porta de saída, batendo a porta num estrondo. O silêncio preenche o local, apenas podendo ouvir a chuva que caiam cada vez mais.
   A mais alta, solta um longo suspiro olhando pra baixo em negação do que acabou de acontecer.

   Em outra retrospectiva, lágrimas rápidas e grossas caiam sobre o rosto do pobre garoto, que tinha ouvido a briga escondido no corredor, ele não sabia o que se passava, era muito novo pra saber o que os mais velhos estavam falando; Respirava fundo busca de ar, o choro alto que estava segurando em sua garganta, o fazia fungar baixinho, caindo cada vez mais lágrimas pelo rosto do pobre menino.

   Barulho de choro esse que foram ouvidos pela mais alta, a fazendo levantar sua cabeça, olhando diretamente pro corredor, onde havia um pequeno ser, ainda de pijama, com suas mãos no rosto inchado pelo choro.

- Soot meu filho, vai ficar tudo bem, eu prometo. - A mais alta fala, se aproximando em passos rápidos até o garoto, o abraçando forte. Agora, o mais novo chorava como uma criança, se afundando ainda mais nos braços de sua mãe.

   Um estrondo de um trovão é escutado, acordando num susto o garoto que dormia, que levantou num pulo; Lágrimas caiam lentamente sobre sua pele pálida. Ele teve outro pesadelo; O mesmo pesadelo que o venha tendo desde do acontecimento, na noite chuvosa.

   A chuva dava pra ser ouvida do lado de dentro de seu cômodo, os trovões caiam sobre o céu ainda escuro pela noite. E tudo o que passa em sua cabeça, são lembranças daquele maldito dia, em que seu pai ao chegar em casa, o espancou, dizendo que aquilo era para ele 'virar homem'. Frases ditas pelo pai rodeavam sua mente, o deixando com uma forte dor de cabeça, a dor em seu peito foi ficando cada vez mais forte, um nó em sua garganta que o sufocava, ele queria gritar, mas não pudia, seus olhos fechados agressivamente, tentando impedir as lágrimas que caiam, o que de nada adiantou. A mão em seu peito, e suspiros desesperados, na tentativa de recurar o ar que falta em seus pulmões, fazendo com que mais lágrimas caíssem; Ele estava entrando em crise. Chorando mais uma vez, como uma criança; Não tendo muito oque ser feito, deixou esse sentimento de angústia e vazio tomar conta de si. Por mais uma vez.

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