Capítulo 2.

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Olá, meus amores.

Tom cortava devagar uma lagarta, tomando o cuidado para não fazer isso errado, ele prestava total atenção á isso pois poções eram coisinhas voláteis e que podiam explodir facilmente. Ele suspirou exausto, olhando para a mesa ao lado, o seu querido corvino estava lendo suas anotações, depois focando no ingrediente que precisava picar, as mãos de Harry eram bonitas, unhas bem cuidadas, a pele hidratada e que parecia macia, as vezes Tom imaginava o que aquelas mãos poderiam fazer com ele? Tom corou e voltou a atenção para a sua poção, ele não podia se distrair agora, ele não sabia que tinha uma imaginação tão fértil assim. Se distrair ao fazer uma poção era um grande erro, ele não queria que a poção explodisse...

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Estou com sono, Harry pensou, os seus olhos verdes vagando pelas palavras embaralhadas em seu livro, sem compreender direito o que estava lendo direito, a sua cabeça pesava dolorosamente, tudo parecia meio embaçado, os vapores das poções apenas faziam o seu sono e cansaço aumentar ainda mais. Catnip? Estranho, ele leu preguiçosamente, piscando sonolento para as palavras em suas anotações, por que precisaria de catnip numa poção de rejuvenescimento? Ele tinha anotado isso? Isso não fazia sentido, mas era a sua letra ali, então deveria ter sido ele, as vezes Harry esquecia o que fazia, já que vivia cansado e mal dormia mais do que 4 horas por noite.

Harry jogou a folha de catnip na poção sem pensar muito, a sua mente muito lenta para pensar e registrar direito, no momento ele parecia mais um zumbi de um filme de terror tosco do que um ser humano vivo, ele sentia-se quase morto de exaustão, já não aguentava mais o cansaço que parecia abraça-lo por todos os lados, uma exaustão pesada e envolvente. Passou-se alguns segundos antes de poção explodir em seu rosto, ele tirou o excesso com a manga da sua capa, o seu rosto vermelho e doendo como se estivesse se queimando com ácido, Harry escorregou em pânico para o chão, tentando cuspir o que tinha engolido sem querer, a poção parecia corroer a sua boca, língua e estômago, queimando e ardendo. Merda, ele tinha se distraído demais!

Harry não sabia bem o que estava acontecendo no momento, não conseguia ver nada, seus olhos estavam fechados para que a poção não lhe cegasse, havia tantos ruídos ao seu redor que fez a sua cabeça estremecer em dor, ele gritou em agonia, a poção parecendo fazer a sua pele descolar e derreter. Ele bateu a cabeça no ferro da mesa antes de batê-la no chão, muitas vezes, tentando tirar a poção do seu rosto, mal conseguia enxergar nada ao seu redor, ainda sem entender o que estava acontecendo. Ele odiava sentir dor, a sensação gosmenta da poção em seu rosto o fazia entrar em pânico, lhe lembrava coisas terríveis e dolorosas, Harry tentou limpar o rosto, mas a sua pele parecia estar realmente derretendo, batendo a cabeça com mais força em seu pânico.

Harry sentiu uma sensação estranha antes de desmaiar, como se caísse em um vazio eterno, escuro e completo, era como visitar o Limbo...

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Tom suspirou, sentado em sua cama, ele não sabia o que falar, como estaria Harry? Bem? Muito ferido? Ele não sabia do corvino desde o dia anterior, não havia muitos boatos sobre ele, alguns alunos diziam que ele tinha dois ferimentos horríveis, um na testa, roxo avermelhado e muito inchado, e um no pescoço por causa de estilhaços pequenos do caldeirão, outros diziam que ele provavelmente morreria de uma maneira dolorosa, principalmente Fleamont, ele realmente odiava Harry. Tom sentia o seu coração pesar e doer toda vez que pensava em seu corvino morto, Merlin, Harry não morreria, não é?

— Senta, Tommy — Abraxas o forçou á sentar em uma poltrona, tentando o acalmar, Tom parecia prestes á roer as unhas, mas ele só não o fez pela maneira como o loiro o encarou em aviso para parar — O amor da sua vida vai ficar bem, eu tenho certeza disso, vai ficar tudo bem, ok? Apenas respire e se acalme!

— Você viu como ele estava? — Tom perguntou, a sua voz cheia de pânico e uma leve pontada de medo, o garoto loiro suspirou antes de assentir, o menor sentia como se algo em si estivesse quebrada também, por quê? — Tão machucado, eu queria ir vê-lo...

— Tom... — Abraxas começou, ok, ele tinha uma ideia para ajudá-lo, não era a melhor das ideias, mas já bastava por enquanto, não é? —... Por que não vai vê-lo então? Use um feitiço de silêncio e um de invisibilidade, apenas vá vê-lo...

— É, mas e se ele ficar mais doente por minha causa? Feridas podem infeccionar, não é? Eu... — Tom começou á tagarelar nervosamente outra vez, o loiro apenas o encarou por minutos em silêncio, sério? Tom iria ou não iria á ala hospitalar? Abraxas não sabia mais como aconselhá-lo, seu amigo era muito inseguro em tudo.

— Tom, pelo amor de Merlin — Abraxas segurou os ombros do outro, sacudindo-o levemente para dar algum sentido á ele — Calma, respira, você vai ou não? Apenas decida, Tommy.

Tom suspirou, finalmente tomando a sua decisão. Sim, ele iria.

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Tom sentou-se na poltrona ao lado da cama de Harry, vendo que a testa dele estava enfaixada, que o ferimento em seu pescoço tinha uma camada de pomada verde clara e que ele parecia apenas dormir, um arrepio o percorreu ao lembrar do outro batendo a cabeça ao tentar tirar a poção de si, Harry tinha entrado em pânico, Tom ainda lembrava dos gritos de dor do maior, só de lembrar doía muito, ele quis acariciar os cabelos escuros de Harry, mas achava que esse movimento iria machucá-lo mais. Tom segurou a mão direita do seu corvino favorito, apertando-a com suavidade, tentando lhe dar alguma força, Harry finalmente estava dormindo após dias insones, ele parecia estar tão exausto e frágil ali, Tom quis abraçá-lo agora.

Melhore logo, Harry — Tom pediu em um sussurro, Harry apertou a sua mão, como se quisesse tranquilizá-lo de que iria melhorar, tão bonito dormindo.

Quem é você? — Harry murmurou a pergunta, os seus olhos verdes encarando o menor com curiosidade, parecia que Harry realmente não o conhecia, como?

Tom engoliu em seco, ele tinha esquecido o feitiço de invisibilidade? Que maravilha, ele era um grande de um estúpido realmente...

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Estão gostando?

Até o próximo capítulo, meus amores.

Querido Tom - Tomarry.Onde histórias criam vida. Descubra agora