CAPÍTULO 02

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PDV Anya

Subi primeiro, tendo em vista que o segundo filho ia demorar demais subindo. Adoraria mostrar para ele como sou uma boa espiã. Meus pés sabiam exatamente onde encaixar. Meu cérebro funcionava sozinho onde escolher o melhor lugar para por as mãos. Eu podia chamar isso de agilidade? Olhe, segundo filho, veja como eu sou incrível!

Olhei para baixo e o Damian ainda estava perplexo. Ele olhava para os lados. Na cabeça dele, ele calculava como concluir essa missão sem que ele se arranhasse ou eu morresse.

— Anda, metido. Sobe!

— Tá, tá! — Até de costas dava para perceber que ele revirava os olhos nesse momento. Depois de uns segundos de coragem, ele levantou as mangas da camisa e começou a subir. E droga, a agilidade masculina dele era boa, nada comparado aos meus anos de treinamento com a Ma, mas ele estava subindo com uma facilidade assustadora. Enquanto ele subia, eu já me esgueirava pelo peitoril do terceiro andar. Mas atravessar as janelas era o pior momento. Não se tinha muito espaço ou equilíbrio. Como o segundo filho iria atravessar aqui? Olhei para trás, precisava checar se ele iria conseguir, e só ai me dei conta que ele estava logo atrás de mim. O susto acabou me dando uma desequilibrada, enquanto ele foi mais rápido e colocou o braço na minha frente para que eu não caísse.

— O-Obrigada!

— Tenha cuidado! — Ele disse bravo. « meu deus, meu deus, meu deus, meu deus, meu deus »

— Se acalma, Damian!

— Você quase caiu, sua bobalhona! Presta atenção!

— Foi sua cara feia que me assustou.

— Anda logo!

Nos esgueiramos pelas janelas até novamente o momento da escalada até o telhado. Estávamos no teto, Damian segurou minha mão como o grande garotinho assustado que é. Andamos pelas beiradas, e onde parecia ser seguro. Até que precisávamos pular para a sacada.

— É sério isso? Vamos ter que pular? — Damian reclamou

— Sim, ou você tem algo aí no seu bolso que nos coloque lá dentro? Meu Deus, Damian. Por que tanto medo? Você não serve mesmo pra ser um espião.

— Medo? De onde você tirou isso? — levantei a mão que o Damian segurava desde o momento que chegamos ao topo do telhado. — O que? — Ele soltou minha mão e rapidamente seu rosto corou. — Estava te segurando pra você não se estabanar no chão. Do jeito que vc é desastrada poderia destelhar todo o dormitório.

— Medroso!

— Tanto faz, isso não é hora pra discutir. Eu vou primeiro! — Ele disse e logo se prontificou a ir na frente. « eu? Com medo? Quem essa nanica pensa que eu sou? »

— Vai logo! — Damian se segurou na lateral do prédio. Sua perna comprida alcançou até o ferro do parapeito da sacada. Ele conseguiu pular lá dentro sem fazer barulho algum. Ok, talvez um espião aceitável.

— é a sua vez... — ele sussurrou fazendo sinal para que eu fosse. Então eu fui, da forma mais elegante que eu pude, imitando cada passo do segundo filho, infelizmente não alcançando o parapeito da janela com minhas pernas e ficando pendurada no telhado. Damian estava logo em baixo. — é-é, com licença...

Após pedir permissão, Damian me segura, sinto que já posso soltar do telhado, todo meu corpo vai descendo devagar. Suas mãos que estavam nas minhas pernas, agora está na minha cintura e eu estou indo em direção aos seus braços, até finalmente meu pé alcançar o chão. Em todo momento, ele olhava diretamente para meu rosto e eu o dele. Meu coração estava acelerado, eu não escutava nada no seu pensamento, e ao mesmo tempo não conseguia parar de olhar para ele. Após meus pés tocarem o chão, me afastei subitamente. Minhas bochechas queimavam. Por sorte tudo estava escuro. Esse momento constrangedor não podia ficar pior, se não escutássemos alguns alunos no corredor.  Por puro reflexo puxei o Damian para o canto da varanda, aproximando novamente os nossos corpos que eu havia acabado de separar. Ficamos abraçados, no ponto cego da varanda.

<< Devemos avisar ao velho, reczxxx nós temos um prêmio ainda maior... A influência do Damian Desmond é o que precisávamos para concluir o plano; reczxxx podemos cahantagear o pai dele. reczxxxxxxx. >>

— O quê?! — De quem são esses pensamentos?

— Shhhh! O que foi, maluca?! — Desmond disse em um sussurro, me afastando um pouco e olhando pelo vidro da porta. E eu? Já não consiguia ler mais nada.

— Nada, literalmente. —  Eu disse brava, saindo devagar pela porta da sacada, com medo de ser pega, mas não havia ninguém no corredor. Como pode um pensamento cessar tão rápido?

— Anya? Tá tudo bem? — Não achava ninguém, parecia que os pensamentos sequer tinham uma fonte. Ele se escondeu? Não têm quartos ou portas nesse corredor, além da zeladoria e a cozinha, que esse horário são bem trancados.

— Sim, estou bem. —  Precisava procurar por pistas, talvez conseguisse encontrar algum sinal... mas nada. — Droga!

— Onde você está indo?

— Para meu quarto. Boa noite, Segundo filho. — Falo caminhando — Ah! Obrigada por hoje...  — Me viro para a direção do Damian Desmond. — Ah! Mais uma coisa. Para garantir a paz mundial, estarei de olho em você. Me espera pro café amanhã de manhã!

.... o quê?

SPY x ANYAOnde histórias criam vida. Descubra agora