𝐒𝐖𝐄𝐄𝐓, georgenotfound.

iv.

2010.

kia estava vendo seu pai pintar uma tela, ele estava pintando o salgueiro que ela amava. ela não sabia como estava ficando, ela apenas observou suas expressões faciais mudarem enquanto ele movia seus pincéis contra a tela.

"então, como vão as coisas entre você e aquele garoto? george davidson?" seu pai perguntou.

"o que você quer dizer? somos apenas amigos." kia respondeu.

"claro, apenas amigos. isso explica porque você fala tanto sobre ele." seu pai brincou, "por que você gosta dele?"

kia pensou por um momento, "bem, eu acho que são aqueles olhos lindos, cabelo impecável-"

"não, de verdade, por que você gosta dele?"

"como assim?"

"bem, você não pode simplesmente gostar dele porque ele tem olhos bonitos e cabelo impecável."

ele estava certo. isso a fez pensar.

o george era mais do que um rostinho bonito?

ela gostava mesmo dele?

os pensamentos continuaram vindo, mas foram interrompidos por seu pai dizendo seu nome. olhando para ele, ela o viu entregando-lhe a tela. tinha a árvore nele! era lindo. ela não podia acreditar.

"achei que seria uma ótima ideia pintá-lo, para que você pudesse tê-lo no seu quarto. eu sabia o quanto você gostava dessa coisa." seu pai sorriu.

ela não disse nada, apenas deu a ele um grande sorriso antes de lhe dar um abraço.

mais tarde naquela noite, ela o pendurou ao lado da cama, para que pudesse olhar antes de dormir. os pensamentos encheram a cabeça de kia novamente, pensando no que seu pai lhe disse.

era tudo falso?

ela estava prestando atenção em algo além de apenas suas características?

isso a fez pensar, como seu pai disse, 'você tem que olhar mais para a foto'.

ela tem mesmo sentimentos pelo george?

a família de george não gostou muito da vista da casa de kia. sempre foi tão 'bagunçado' para eles. ele sempre ouvia seu pai reclamar sobre como os arbustos eram muito grandes, a grama tinha ervas daninhas, as janelas tinham trepadeiras e musgo crescendo. as reclamações de seu pai nunca terminaram.

george viu kia e seu pai no gramado. seu pai estava sentado em um banquinho em frente a uma tela transformada em paisagem, e kia estava sentada ligeiramente inclinada atrás da tela.

"o pai dela pinta. o trabalho dele é muito bom. ele vende na feira de arte todo ano. lindo trabalho." ele ouviu sua mãe dizer.

"sim, lindo. a única coisa que seria considerada 'bonita' é se eles fizessem algum trabalho em seu quintal. quero dizer, olha aquilo!" seu pai falou, ouvindo o sarcasmo em sua voz.

"eu acho que as vinhas estão bonitas." disse seu avô.

george não disse nada, ele é relativamente quieto com sua família, especialmente quando se trata de kia. ele não queria que sua família tivesse uma ideia errada.

lembrou-se do jornal que seu avô lhe deu ao falar dela, estava em seu quarto. então, ele subiu para pegar, talvez estivesse com vontade de conhecer o kia. finalmente, depois de todos esses anos.

folheando o grande artigo sobre a garota à sua frente, ele aprendeu o quanto ela se manteve firme. ele gostou disso.

enquanto ele examinava as informações sobre ela, ele começou a sentir algo. mas o que foi? ele não sabia.

ele começou a gostar de kia holland?