Um Amor Na Flórida

2: O (re)ENCONTRO

Nós estavamos pousando. Eu havia dado a mão para Maya.
- Maya, nós vamos morrer! - eu falo me encolhendo e fechando os olhos.
- Não vamos não, você está com cinto, não vai simplesmente sair voando.
Eu respiro fundo e tento pensar em coisas felizes.
Mesmo eu não tendo medo de aviões, eu nunca, nunquinha, nunca havia viajado de avião, por isso estou desse jeito.
O pouso parece uma eterninade ate Maya falar:
- Viu, nem doeu tanto assim, né?
Em resposta digo:
- Já pousamos?
- Já - ela diz em uma risada e outra.
- Ah, ainda bem...
- Vamos, a gente precisa sair desse avião.
- E as bagagens? - pergunto.
- A gente pega ali fora -, você nunca andou de avião?
- Nunca.
- Tá falando serio? - ela pergunta em um tom acuzativo.
- Sim.
- Tá, isso é estranho, mas.. tudo bem.
Depois de pegar as bagagens logo fomos a uma cafeteria, que havia dentro do aeroporto - Que na verdade é um Starbucks.
- Oi, boa noite - falo.
- Oi, boa noite, sejam muito bem-vindas ao starbucks. - O que gostariam de pedir?
- Ahn, eu gostaria de um café com dose dupla de leite - diz Maya.
O moço que se chama Miles, já que está escrito em sua camisa, em uma plaquinha, assente.
- E a senhorita? - ele pergunta se dirigindo a mim.
- Eu quero um café expresso e um muffin.
Ele afirma com a cabeça novamente.
- Em dez minutos está pronto.
- Ok, obrigado - digo, enquanto ele está indo preparar.
Em menos de dez minutos nós já estavamos com os cafés em nossas mãos.
- Obrigado... Miles?
- Isso - ele confirma com um sorriso.
- Obrigado.
- De nada - ele sorri novamente.
Maya se vira de costas para mim e ele - acho que ela está procurando alguém - e ele me passa um bilhete dizendo:
"Gostei de você @mmoralis no insta"
- Só uma pergunta, você é brasileiro? - pergunto a ele.
- Sim - ele diz em resposta.
- Legal, eu também -, depois te mando mensagem.
- Beleza.
- Só mais uma coisa...
- Sim.
- Você conhece o Thomas Clark?
- Thomas? Não, mas conheço o irmão dele, Peter.
- Você sabe onde ele mora?
- Não, mas ele está ali ó - ele aponta pra um garoto, que está sentado nos bancos, deve estar procurando Maya.
Olho pro lado dele, e vejo um menino chegando...
Thomas.
- Ok, valeu - digo.
Thomas estava me olhando.
- Ah, Megan, olha quem tá ali.
- É, eu já vi.
Eu sabia que Thomas gostava de mim - desde o prézinho, na verdade - na época, eu até gostava dele, mas só até meus nove anos, depois, começamos a nos odiar.
Acho que ele não gosta mais de mim.
Fomos até lá.
De repente, Maya passa o braço pelo meu pescoço, fico pensando "gente, ela tá doida?".
- Oi meu amor, como está? - diz Peter, a puxando para um abraço
- Oi mor, bem - diz ela beijando-o.
- Como foi a viagem?
- Boa, olha quem resolveu vir comigo - ela diz saindo da minha frente.
- Megan - ele diz abrindo os braços pra me abraçar.
Eu retribuo o abraço.
Ainda era o mesmo Peter de sempre.
Agora mais musculoso, mas ainda aquele garoto bondoso, amigável e com aqueles óculos meio feios por causa da miopia.
- Ai, ai, o mesmo Peter de sempre.
Ele ri.
- Oi pra você também, Thomas - digo, olhando pra ele, em um tom de raiva.
Eu ainda era amiga de Peter, mas não de Thomas.
- E aí? Megan? - ele diz, meio sem graça.
Ele vem em direção a mim, querendo me dar um abraço meio serelepe, mesmo não querendo abraça-lo, eu o abracei.
- E então, como você está? Megan? - Peter pergunta.
- Ah, bem, você sabe, as coisas no Brasil...
- Aham, então vamos pra casa? - diz Thomas, ainda meio sem graça.
Até que ele estava bonito hoje.
Usando uma calça jeans bege e uma blusa preta com um Air Jordan.
- Claro! - diz Maya.
"Pra que tanta animação?" Penso.
Logo estávamos dentro do carro de Thomas.
- O que querem escutar? - Thomas pergunta.
Eu havia sentado na frente com ele, e Peter e Maya, atrás.
Se Peter e Maya não estivessem ali atrás, eu já estaria brigando com Thomas - e não aquela coisa de gritar alto, não, brigar mesmo, pra valer, tipo começar a dar tapas, e socos, e coisas do tipo.
O carro não era muito grande, mas até que dava pro gasto.
É bonito?
É.
De repente Thomas olha pra mim, ele estava perguntando o que eu queria escutar.
- Nada, coloca o que você quiser.
- Beleza, quem aí gosta da Taylor Swift?
Eu dou riso.
- Você só pode estar de brincadeira, você nem gosta da Taylor Swift - digo, ainda rindo.
- Gosto sim, não é Peter?
Olho relativamente para Peter, que está se virando para mim.
- Ele gosta sim, ouve todo santo dia, no banho, quando faz comida, até na musculação, eu já sei as músicas de cor e salteado.
- Beleza, Thomas, coloca aí a Tay-Tay.
- É pra já, senhorita.
Ele coloca "Style" - e eu rio.
Começo a cantar baixinho, e pego o bilhete de Miles do bolso, e também o meu celular.
Abro ele e logo entro no Instagram, pesquisando @mmoralis...
Encontro seu perfil, e começo a segui-lo.
- O que está fazendo? - pergunta Thomas, fazendo eu levar um susto.
- Ah, me desculpe, não queria assustar você.
- Não, não foi nada, estava seguindo uma pessoa que conheci.
- Quem?
- Miles Moralis.
- Aaaah, o cara do Starbucks, né?
- É.
- Ele é legal, é sim.
Não o respondi.
Logo quando vejo, estamos na frente da casa de Peter e Thomas.
- Vão entrando, nós vamos levar as bagagens pro seus quartos - diz Peter pegando uma mala.
- Ah, não precisa, a gente dorme no mesmo quarto, não é? Maya?
- É, amor, botem tudo no mesmo quarto.
- Beleza.

Depois, Thomas nos levou para fazer um tour pela casa, logo já estávamos no nosso quarto, que é divido em dois, um espaço pra cada uma.
- Legal, parece projetinho para quarto de criança - digo a Thomas.
Ele revira os olhos, em forma de brincadeira.
- Vou deixar você a sós, caso queiram dormir ou arrumar suas coisas.
- Beleza, tchau Thomas - diz Maya em um aceno.
- Vamos dormir? Tirar um cochilo? - ela pergunta.
- Vamos - digo me deitando na cama, que é em cima.
- Até mais, Megan.
- Até mais, Maya.