𝕮ʰᵃᵖᵗᵉʳ [𝟑]

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I've been searching for a man
All across japan
Just to find, to find my samurai
Someone who is strong
But still a little shy
Yes I need, I need my samurai

smile dkBUTTERFLY


. ⋅ ˚̣- : ✧ : - ⭒ ⊹ ⭒ - : ✧ : -˚̣⋅ .

Depois de chorar e se recompor duas horas após o ocorrido, a garota desempacotou suas coisas e acabou dormindo mais cedo do que devia. Seu despertar foi desconfortável.

Ela se remexeu, abrindo os olhos e vendo o teto escuro. Ela remoeu os lábios, sentindo-os secos, tão secos quanto a sua garganta. Faltava água e faltava comida em seu sistema. Ela não tinha jantado e nem almoçado ontem.


Shizuka passou a palma das mãos sobre o rosto, empurrando os fios de cabelo para fora da visão periférica. Estremeceu, tudo que tocou parecia estar sujo. Se levantou do colchão no chão, pensando em tomar um banho, sentindo dores de cabeça com o movimento brusco.


Arrastando os pés até o banheiro fora do cômodo, notou algo de estranho em seus cabelos quando conseguiu ver o próprio reflexo no espelho. Os dedos dela se emaranharam nas mechas que deixou crescer por anos. Estavam brancos.


De um dia para o outro, ela mudou. Balançou a cabeça, sorrindo enquanto se despia. Não era uma mudança tão ruim. Ela sempre quis platinar o cabelo.


O banho foi rápido e gelado. Vestiu um uniforme de marinheiro, a saia e a gola eram verde-água, uma cor estranha para usar. Suas pernas foram cobertas por uma meia-calça e os pés calçados com seus sapatos velhos de couro. Shizuka olhou para o horário com o celular que supostamente era seu, mas não o reconhecia.

Tinha duas horas antes das aulas começarem. Separou um pouco de dinheiro que seu pai carinhosamente deixou para ela (e esperançosamente deixaria todo mês a mesma quantia) e o guardou em sua bolsa escolar, a alça já estando sobre os ombros. Antes de sair, tomou dois copos de água, para tirar a secura da garganta.


Trancou a porta da casa e desceu a rua, sua cabeça indo de um lado para o outro com admiração. O sol ainda não havia tomado o céu, mas seus raios davam cores e iluminava o caminho dela. O mesmo caminho que há tempos seguia para a escola.

Lugares diferentes em endereços iguais; muita conveniência. O ser superior que era seu pai biológico (estremeceu ao pensar em chamá-lo assim) foi inteligente em colocá-la nesse universo.


Em seu caminho, a jovem encontrou um mercado 24 horas.

Um sorriso maior tomou conta de seu rosto, enquanto saltitou para dentro do estabelecimento. Ela não se incomodou com as próprias ações infantis, pois para ela, aquele mundo dava a ela mais liberdade do que o de seu passado. Se pudesse, ela até cantarolaria!

Sua atenção foi imediatamente para os produtos em desconto, encontrando sanduíches prontos para o café da manhã e um refrigerante - ambos perto da validade.


Ela comprou-os e pretendia comer sentada em algum canto da rua como uma mendiga, no entanto, um dia tão especial não seria tão comum. Claro que não.

Ela teve seus planos frustrados por um homem que apareceu usando balaclava preta para esconder o rosto. Ele segurava uma pistola e um saco grande.

A adolescente de cabelos brancos olhou para a figura. Era óbvio o que ia acontecer, não era?

𝐁𝐎𝐘'𝐒 𝐀 𝐋𝐈𝐀𝐑 • saiki kusuoOnde histórias criam vida. Descubra agora