Kawe não imaginou que sua vida mudaria tanto quando saiu de Alagoas e foi morar numa das grandes metrópoles mundiais para estudar numa escola de gente rica.
Logo quando chega ele acaba se envolvendo numa bela confusão envolvendo os arquinimigos Nat...
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INEZ GARCÍA NÃO IMAGINAVA que o cerco estava se fechando. Após ter amordaçado Mercedes e a deixado inconsciente, trancada num quarto de sua casa, ela se dirigiu até a residência na praia de Nathaniel a fim de realizar as fantasias que seu imaginário recorrentemente acumulava, explodindo suas pretensões e as alçando em vôos altíssimos. Determinada, ela tinha a clara certeza de que bastaria um momento a sós com o mocinho que rapidamente seria capaz de rebobinar o relacionamento de outrora. Uma paixão mal resolvida sempre volta para atormentar os corações desassossegados, assim como os pesadelos atormentam os sonhos e tal qual entrou sorrateiramente com sua garrafa de vinho na mão e sua cesta de palha pretensiosa à um jantar romântico a luz do luar.
NATHANIEL TINHA ACABADO DE VESTIR A CAMISA. Pretendia mesmo ficar em casa e ter um pouco de paz para estudar quando recebeu uma mensagem de Aliza pedindo para que ele encontrasse todo mundo na casa de Kawe, pois tinha descoberto algo que precisava ser esclarecido. Nathaniel jogou um desodorante no corpo, agarrou seu celular de cima da cômoda e pronto para sair se voltou para a porta, onde deu de cara com Inez, sorridente, enquanto erguia a garrafa de vinho.
一 Inez? O que é que você veio fazer aqui? 一 jogando o cabelo escorrido para trás. Inez sorriu, aproximando-se.
一 Eu vim relembrar os velhos tempos, lembra? De quando a gente roubava as bebidas dos nossos pais e vínhamos para cá, para a praia, tomava todas e olhávamos as estrelas feito dois lunáticos. Você sempre foi o que me amou mais, Nathaniel.
Inez se aproxima de Nathaniel e toca em seu rosto, afetuosa.
一 E, para ser honesta, se você acaso me pedisse para escolher entre você e o Leon, a escolha óbvia…
Inez para de falar e beija Nathaniel, como se sua boca fosse a fonte de toda fome, de todo o seu idealizado subjetivo Amor.
JADE IGNOROU A REUNIÃO MARCADA ÀS PRESSAS pois tinha um inadiável com desmascarar irremediavelmente sua rival mais avessa. Sua vontade ultrapassou a lógica que o medo lhe causava e quando a noite caiu estava Jade, de pronto na casa de Inez. Todas as luzes estavam acesas. Ela deixou o número da polícia na discagem rápida caso tentasse ser assassinada novamente. Como da última vez, também não sabia o que diabos ia procurar no lugar e, como da última vez, tinha esperanças de que encontrasse algo que acabasse de uma vez por todas com a nuvem negra que era Inez García.
A porta rangia, a escada rangia, o chão que ela pisava parecia pedir socorro e ainda mais a sensação de que estava sendo seguida.
一 Inez?!
Jade a chamou, sentindo a brisa que vinha das janelas abertas em seu rosto, lhe causando novamente o corriqueiro calafrio na espinha.
一 Inez você está aí? Eu preciso conversar com você sobre hoje mais cedo…
Não obteve resposta. Parada no corrimão da escada, ela respirou fundo e deixou que seu corpo esquentasse um pouco. Continuou subindo até chegar no corredor. Sem cerimônias, ela agarrou o ferrolho da porta do quarto de Inez e adentrou, tomada de valentia.
