Capítulo 17- A história da investigadora desencantada e o príncipe sapo

246 26 1
                                    

Nada como um dia após o outro, ou melhor, um ano após o outro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Nada como um dia após o outro, ou melhor, um ano após o outro. O sol voltará a brilhar sobre a cidade maravilhosa, os embates épicos tinham cessado, Nathaniel e Leon voltaram a ser amigos, Jade estava novamente onde sempre quis estar e Aliza, bem, Aliza continuava sendo Aliza. Como uma cidade em guerra a anos que tinha cessado fogo. As férias já estavam acabando e mesmo depois de uma viagem acalorada, Leon e Nathaniel quiseram passar o penúltimo dia na praia. Aproveitaram o esplêndido sol da tarde sem limitações, pois mesmo numa cadeira de rodas, Leon se permitiu esse tempo viver o melhor da vida, enquanto Jade ficava igual louca moderando seus exageros, como se a qualquer momento ele fosse despencar da cadeira e se quebrar no chão em pedacinhos. Cada êxtase, uma nova pequena parada no coração.

Ela sorria ao vê-los se divertindo no ar, mesmo sem a mínima paciência para nada. Preferiu continuar lendo um livro com seus óculos escuros no rosto e chapéu gigante numa cadeira reclinável. Queria se concentrar na leitura, mas não deixava de observar Leon, na beira da água, olhando para seus pés, depois para Nathaniel, nadando contra as ondas azuis e convidativas.

一 Ei, você podia nadar se esforçasse na fisioterapia 一 ela falou, chegando perto dele.

一 Bobagem. O médico disse que eu nunca voltaria a andar 一 Leon disse, sorrindo, achando a ideia de voltar a andar muito absurda.

一 Ele disse que é muito difícil, mas não é impossível. Com o progresso da fisioterapia, a cirurgia seria uma opção 一 Jade disse, tentando pela milésima vez convencê-lo.

一 Não valeria a pena arriscar, Jade! Poxa vida, eu tô bem assim. Eu já me acostumei. Não vou me encher de esperanças só pra tudo dar errado depois 一 Leon disse.

一 É por isso mesmo que você se recusa? Leon, você pode até disfarçar, mas eu te conheço bem. Você nunca superou ele ter partido sem deixar notícias. Admite.

一 Por que tocar nisso agora? 一 Leon diz, visivelmente incomodado.

一 Por que só agora? Eu já entendi que você nunca vai me amar desse jeito. Mas, caramba, até quando você vai ignorar isso? Ele se foi, eu tô aqui e mesmo assim o Kawe é a pessoa a qual a sua terapeuta conhece.

Leon fecha os olhos, carrancudo, ao escutar o nome de Kawe.

一 Você se recusa a seguir em frente preso em algo que nunca vai voltar. O que é? Você pensa mesmo que ele vai voltar porque percebeu, do nada, que você é o amor da vida dele? Se liga.

Leon se locomove para distante de Jade, deixando os rastros das rodas de sua cadeira na areia. Por esses e outros motivos que ela se enraiveceu. Leon não era mais o mesmo há algum tempo. O Leon que ela conhecia jamais fugiria assim de uma discussão sem soltar uma piada ofensiva e sarcástica, mesmo que isso custasse uma noite inteira de choro dela, já que era corriqueiro que ela se machucasse por uma bobagem ou outra que ele falava. Não que ela sentisse falta de sofrer, mas é que vê-lo perdido daquele jeito a deixava em conflito com seus sentimentos. De repente, quando percebeu, se enfurecia, também, com o Kawe e o fato dele ter sido egoísta o bastante para deixar tudo para trás depois de todo o estrago que causou, fugindo como um rato no meio da noite. Por outro lado, sentia uma estranha quase convicção de que não era da personalidade insuportável do garoto correr daquela forma. Afinal de contas, ele tinha se metido no meio de um incêndio para salvar alguém que o odiava.

Me Encontra (NOVELA GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora