Me sinto angustiada ao relembrar deste passado tão sombrio e tão eloquente com a realidade. Estaria eu então em Paranoia? Ou em uma Obsessão Histérica? Certamente Sigmund Freud adoraria se deliciar nas minhas angústias. Mas como ele não esta, desejo à você leitor que goze de minhas palavras e imagine esses cenários da forma mais insana...
Naquele mesmo ano, a próxima memória que vem à minha mente se da por uma tarde quente. Estou tomando um banho... Escuto barulhos estrondosos de coisas caindo e se quebrando - deve ser a minha mãe matando um rato, pensei...
Pasmem. Quando sai do banheiro só de calcinha estava meu pai e ela com os braços envoltos um no outro, parecia uma dança esquisita, sei la.. Até que ele levantou uma das mãos bem la no alto e em câmera lenta eu vi meu papai bater na cara da minha mãe. Minha cachorrinha Dolly, ainda filhote chorava de MEDO. Tadinha de Dollynha... Ela fez xixi na sala. Logo em seguida me deparo com minha super mãe arremessando as gavetas da cama cheias de roupas e logo vejo uma chuva de roupa se formar no quintal, e fazia sol hein.
Ate que Dolly latiu, como em um estalo, me dei conta de que aquilo que estava acontecendo estava errado. Comecei a pedir socorro e ajuda das pessoas na rua... As pessoas simplesmente me ignoraram e me lançaram a seguinte frase: ' - Briga de marido em mulher ninguém mete a colher' , agora veja bem ninguém estava fazendo comida, vai entender. Bom, quando me dei conta que n teria ajuda e diante dos meus gritos de socorro meu pai simplesmente entrou no carro e saiu... Passaram semanas até que eu o visse novamente.
Vi dia após dia minha mãe chorar 24horas sem parar, sem dormir, sem se alimentar, sem trabalhar... Não entendia o porque. Nunca perguntei. Chegou o dia dos pais, ela comprou um sabonete Dove (que era bem caro na época) e um creme de pele da Monange (da propaganda da Xuxa, sabe?!) . Gente vou dizer uma coisa pra vocês, ela embrulhou com jornal e mandou eu ir no serviço do meu pai e entregar pra ele de presente (não ri não) eu fiquei felizona.
Passaram alguns meses e minha mãe continuava chorando sem parar, acho que era de fome, porque Dolly chorava sempre que estava com fome.
continua...
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A doce angústia de Lucy
RomansaLucy é uma jovem adulta, negra, do interior que de repente se depara com seus traumas de infância. Num estalo ela se vê sozinha e esquecida em seus pensamentos. E agora? O que fazer?
