Capítulo 24 - Davi - O fim da história

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24 - Davi - O fim da história

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24 - Davi - O fim da história

"Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apóie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas."
Provérbios 3:5,6

Eu havia acabado de parar o carro em frente a casa da Sara, e pelo retrovisor arrumava o meu cabelo ansioso para vê-la novamente.

Apertei a buzina uma vez e desci do carro, disposto a esperá-la!

Percebendo o silêncio, voltei minha atenção para o lado de dentro da casa, e estranhei ver todas as luzes apagadas.

— Será que a Sara já foi com o pessoal? Mas combinamos que iríamos juntos! — Tentava entender o que estava se passando.

Nos segundos seguintes, senti meu celular vibrar no bolso e também senti meu mundo desabar! Era mensagem da Raquel, a Sara estava no hospital...

Dirigi para o hospital com as lágrimas quentes banhando meu rosto! Não podia acreditar... faz uma semana que a Sara recebeu alta e tem vivido e passado bem em casa, sem dor e completamente feliz... o que pode ter acontecido agora?

Corri para o pronto socorro mal conseguindo respirar. Assim que entrei no hospital, logo vi Ismael com Pedro no colo e Raquel sentada em uma das cadeiras, com o rosto coberto por suas mãos me deixando completamente perturbado.

— Ismael, o que houve? Cadê a Sara? — Eu perguntei desesperado, sentindo meu peito subir e descer com a minha respiração irregular.

— Ela está sendo atendida ainda, não sabemos direito o que aconteceu. Ela estava bem, se arrumando para sairmos, quando entramos no quarto para chamá-la a encontramos desmaiada.

— Não, não, não pode ser! — Eu soquei a parede sem conseguir controlar minhas emoções direito.

— Papai, a tia Sara vai ficar bem, não vai?! Ela vai melhorar não vai, papai? — Pedro perguntou com uma voz de choro, assustado talvez com a minha atitude impulsiva.

— Claro que vai filho, a tia Sara vai melhorar, logo, logo! — Ismael abraçou o filho.

— Desculpe, estou com os nervos a flor da pele! — Pedi reconhecendo meu erro.

— Tudo bem, Davi! Eu te entendo! — Respondeu. — Agora vou sair um pouco com o Pedro, ele está muito nervoso com tudo isso! Qualquer coisa me chamem, por favor! — Logo assenti em compreensão, o vi dar uma última olhada para Raquel que nem se mexia, totalmente abalada na cadeira e saiu andando.

Respirei fundo e me sentei ao seu lado.

— Estou com muito medo, Davi! — Ela disse ainda de cabeça baixa. — Ela estava bem, ela estava muito bem! — Começou a chorar.

— Para ser sincero também estou, Raquel! Eu também estou com muito medo! — Confessei preocupado.

— Raquel, Davi... — A voz de doutora Rute e sua presença nos fizeram levantar no mesmo instante. — Infelizmente temos notícias e elas não são boas. — Doutora Rute nos olhou séria e meu coração apertou. — Ao que tudo indica a Sara está com Endocardite Infecciosa, isso é uma infeção do revestimento interno do coração, que pode acabar afetando as válvulas cardíacas e até mesmo outros órgãos: como rins, pulmões e até mesmo o cérebro! Seu coração está estável, e o CDI continua funcionando corretamente. Já entramos com medicamentos, antibióticos na veia para solucionarmos o quadro bacteriano! Mas o que nos preocupa mesmo é que, ao que tudo indica, infelizmente, mesmo que de forma rápida, isso acabou afetando o cérebro da Sara, pois ela está inconsciente desde que chegou e não está respondendo a estímulos.

— E o que você quer dizer com isso doutora? — Raquel questionou parecendo se recusar a acreditar.

— Significa que alguma parte do cérebro da Sara foi afetada, pode ter sido de forma temporária, mas também pode ter sido de forma permanente, fazendo com que ela não consiga permanecer acordada!

— Então a Sara está em coma? É isso, não é?! — Eu engulo em seco ao fazer tal pergunta.

— Sim, Davi! A Sara está em coma! A respiração, os batimentos cardíacos, tudo está normal, mas a Sara não está reagindo e não consegue acordar! Precisamos continuar tratando-a e torcer para que ela acorde o mais rápido possível e que não haja sequelas.

Eu olhei para Raquel e ela estava muda, em completo choque.

— E ela ainda corre algum risco? — Resolvi perguntar, temendo a resposta.

— Bom, temos que observar: os antibióticos logo começarão fazer efeito, para eliminarmos a infeção. Mas temos que lembrar que tudo isso de certa forma compromete o coração da Sara! Oremos para que não aconteça nenhuma alteração ou complicação.

Temos que ter cuidado!

Permaneci estático no meu lugar absorvendo tudo. De repente, vi Raquel desmaiar, ser segurada pela doutora Rute e acudida por outras enfermeiras que logo se aproximaram.

Senti minhas pernas falharem um pouco, então me sentei de volta em uma das cadeiras. Um filme começou a passar em minha mente: o dia que vi Sara pela primeira vez, quando ela me viu cantar, quando cantei para ela, a primeira vez que cantamos juntos, nossas conversas, nossas orações, nosso primeiro encontro, nosso primeiro beijo, sua alta recente do hospital, a primeira vez que fomos ao cinema, quando a levei para apresentá-la corretamente aos meus pais ainda ontem, seus olhos brilhavam e seu sorriso era verdadeiro, ambos revelavam o quanto estava feliz e realizada! Eu tinha a certeza de que nossa história estava apenas começando, que viveríamos lindas promessas e que realizaríamos lindos sonhos...

O sonho não pode acabar aqui, esse não pode ser o fim da história! Esse não pode ser o fim!

O sonho não pode acabar aqui, esse não pode ser o fim da história! Esse não pode ser o fim!

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