Yolanda López.
- Se estiver me ligando pra reclamar do seu namorado, pode desligar. - declarei assim que atendi a ligação, aumentei o volume do meu fone para conseguir ouvir melhor em meio a tantas vozes alheias em volta de mim.
- Você não sabe o que ele fez, Yolanda. - Raissa simplesmente ignorou minha fala e começou a falar de Jorge, um playboy metido que ela resolveu namorar seis meses atrás - Ele me disse que ia sair ontem a noite com o pai dele, você já pode imaginar pra onde. - ela deixou no ar e eu deduzi: algum puteiro de luxo em São Paulo.
- Ele disse que me ligaria quando chegasse mas não ligou e nem mandou mensagem, então eu fiz isso, e ele não atende e nem me responde! - disse com raiva e eu respondi com um murmúrio - Eu juro que se ele não me responder vou na casa dele e termino com ele. - disse por último e eu revirei os olhos.
Ela vivia falando isso mas nunca terminava, e caso fizesse, como aconteceu umas 3 vezes, bastava um buquê de flores e um presente caro para voltarem, depois de alguns dias ele voltava a vacilar e tudo se repetia. Quem sofria era ela e eu que tinha que ficar ouvindo horas e horas de lamentações.
Eu já cansei de dizer que esse relacionamento nunca vai melhorar e só continua indo pra frente porque ela empurra com a barriga por conta dos próprios pais. Mas Raíssa nunca me escuta.
- Termina com ele de uma vez. - respondi à ela mas estava mais interessada em uma bota que vi na vitrine de uma boutique do que naquela conversa tortuosa.
Havia passado o dia todo no shopping, comprando coisas, indo ao cinema, almoçando com amigos, eu não posso me dar o luxo de fazer isso sempre com a correria da faculdade mas juntei toda a mesada que meu pai me deu por ajuda-lo no restaurante e resolvi tirar o dia para gasta-la à vontade. É claro que não havia gasto somente o dinheiro da mesada, mas se eu tinha livre acesso à um cartão sem limite, por que o pouparia?
Liguei a tela do meu celular ainda ouvindo Raíssa falar sobre o namorado pelo meu fone bluetooth. Olhei as novas notificações vendo chamadas perdidas e mensagens da minha mãe.
"Oi filha"
"Você está em casa?"
"Responde"Respondi com um "Ainda não" apenas e desliguei o celular novamente, olhei a bota na vitrine de novo e resolvi entrar de uma vez.
Uma das vendedoras veio em minha direção rapidamente com um sorriso no rosto, a cumprimentei com um sorriso e apontei com o dedo para a bota na vitrine para ela, que logo se encarregou de pega-la. Me despedi de Raíssa e desliguei a ligação.
Não me estendi muito para provar e comprar a bota, em poucos minutos já estava caminhando para fora da loja com mais uma sacola nas mãos.
Alcancei meu celular na bolsa para pedir um uber, mas me assustei com a quantidade de mensagens e ligações da minha mãe, ela dava pra ser maluca às vezes. O modo silencioso me impediu de ouvir qualquer coisa que eu recebesse o dia todo.
Retornei uma das ligações da minha mãe logo para evitar um esporro quando chegasse em casa, ela conseguia ser insuportável quando estava brava e pela quantidade de mensagens e ligações não respondidas, ela já deveria estar pronta pra me descer o tapa.
- Onde você está, Yolanda? - ela atendeu na primeira chamada.
- No shopping. - falei em tom óbvio.
- Seu pai vai te buscar, fique aí, não importa o que aconteça não saia de dentro do shopping. - sua voz transparecia o mesmo tom de autoridade de sempre, a diferença era que ela estava nervosa.
- Mãe? O que ta acontecendo? - questionei com o cenho franzido pelo seu jeito estranho.
Parei perto da praça de alimentação me concentrando na conversa que estava tendo na ligação.
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𝖼𝗈𝗅𝗈𝗆𝖻𝗂𝖺𝗇𝖺
Romance𝘤𝘰𝘯𝘩𝘦𝘤𝘪 𝘶𝘮𝘢 𝘤𝘰𝘭𝘰𝘮𝘣𝘪𝘢𝘯𝘢 𝘶𝘮𝘢 𝘵𝘢𝘭 𝘥𝘦 𝘮𝘢𝘳𝘪𝘢 𝘫𝘶𝘢𝘯𝘢 𝘮𝘰𝘳𝘦𝘯𝘢 𝘥𝘢𝘴 𝘪𝘥𝘦𝘪𝘢 𝘣𝘢𝘤𝘢𝘯𝘢 𝘯𝘢 𝘧𝘳𝘰𝘯𝘵𝘦𝘪𝘳𝘢 𝘦́ 𝘦𝘭𝘢 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘢𝘯𝘥𝘢. - 𝗰𝗼𝗹𝗼𝗺𝗯𝗶𝗮𝗻𝗮, 𝗆𝖼 𝗌𝗎𝗋𝗒𝖺