Yolanda López.
Apoiei minha cabeça nos meus joelhos ainda sentada na pequena calçada na frente da casa, odiava meus pais brigando e toda essa situação tava me deixando aflita. Eu ainda não sei quem caralhos está atrás de nós e muito menos o porquê de estarem atrás do meu pai.
Chegamos no Capão há mais ou menos uma hora, e depois de checar se estava tudo bem comigo, minha mãe fez questão de se trancar com meu pai dentro de uma casa, que pra variar eu também não sei a quem pertence e estão lá há um tempão.
Esse dia pode ficar anotado como o mais estressante e agoniante da minha vida. Odeio não saber das coisas.
Foquei minha atenção no meu irmão mais novo Rafa, vendo o brincar de futebol com aquele homem que estava ao meu lado no carro, Kaká era seu nome ou apelido. Pelo menos meu irmão não estava tão atento a situação que estávamos passando, seria ruim se estivesse, ele só tem 6 anos e não poderia entender a gravidade de tudo.
- 'Cê é louco tio, o bagulho ta doidão lá dentro, to ouvindo a voz da sua coroa daqui - um menino que nos recebeu aqui no morro mais cedo disse escorado num muro perto de mim fumando alguma coisa.
Não respondi.
- Para de atazanar a guria, Breno. - uma voz surgiu e vinha de uma menina de tranças loiras que apareceu literalmente do nada ao lado do garoto.
- Ta maluca me chamando assim aqui, Priscilão? - ele respondeu todo sério encarando a garota e eu desviei o olhar dos dois pro meu irmão de novo, vi que ele e o tal Kaká se aproximavam caminhando juntos e conversando algo, Rafa parecia feliz.
Ouvi um barulho de um tapa e assustei olhando pro tal Breno e a tal Priscilão, que eu presumo ser Priscila né. Os dois brigavam como duas crianças por um doce, a garota distribuía tapas e eles se defendia, mas quase sem sucesso.
- Yoyo, 'cê viu a caneta que eu dei no 'pimo'? - fui atingida pela voz animada do Rafa na minha frente.
- Vi Rafa, foi muito legal. - eu não tinha visto, eu sequer sabia o que era uma "caneta" mas não queria tirar a animação do meu irmão.
- Tá apanhando pro menorzin, Kaká? Ta valendo nada mesmo em viado. - Breno falou e eu mal pude prestar atenção na sua conversa porque fui abordada pela menina de tranças.
- Então ela é a nossa nova prima? - ela parou na minha frente me olhando com um sorriso.
- Oi. - murmurei um pouco envergonhada com seus olhos tão penetrantes em cima de mim.
Prima?
Ainda estava meio perdida no meio de tudo, eles conversavam rápido e minha cabeça já doía de tantas coisas de uma vez, sem contar que devia ser a quarta vez que se referiam a mim ou meu irmão como primos, o que tava me deixando mais confusa.
- Para de olhar assim pra mina Priscila, tá parecendo uma maluca. - Breno aborreceu a loira.
Vi uma boa oportunidade pra descobrir o que tava acontecendo e resolvi perguntar.
- Algum de vocês sabe dizer porque eu tô aqui? - questionei olhando pra eles que pararam de conversar paralelamente e me encararam.
- Bagulho doidão mina, seu pai ta devendo.. - Breno foi o primeiro a começar a falar mas foi interrompido por um tapa na nuca do Kaká.
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𝖼𝗈𝗅𝗈𝗆𝖻𝗂𝖺𝗇𝖺
Romance𝘤𝘰𝘯𝘩𝘦𝘤𝘪 𝘶𝘮𝘢 𝘤𝘰𝘭𝘰𝘮𝘣𝘪𝘢𝘯𝘢 𝘶𝘮𝘢 𝘵𝘢𝘭 𝘥𝘦 𝘮𝘢𝘳𝘪𝘢 𝘫𝘶𝘢𝘯𝘢 𝘮𝘰𝘳𝘦𝘯𝘢 𝘥𝘢𝘴 𝘪𝘥𝘦𝘪𝘢 𝘣𝘢𝘤𝘢𝘯𝘢 𝘯𝘢 𝘧𝘳𝘰𝘯𝘵𝘦𝘪𝘳𝘢 𝘦́ 𝘦𝘭𝘢 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘢𝘯𝘥𝘢. - 𝗰𝗼𝗹𝗼𝗺𝗯𝗶𝗮𝗻𝗮, 𝗆𝖼 𝗌𝗎𝗋𝗒𝖺