Daensa - Gelo seria suficiente

Capítulo 5: Lugares desertos

Nem Bran nem Sansa estão na fortaleza quando Daenerys retorna com o livro na mão.

Quando pressionados, os guardas externos encolhem os ombros, afirmando que Bran se afastou na direção das criptas e seu noivo estava falando com Catelyn. Daenerys faz uma pausa, optando pelo menor dos dois males e pede informações sobre as criptas de Winterfell.

Quando ela sai, os guardas gritam atrás dela para ficar de olho na criança Stark mais nova. Rickon desapareceu horas atrás e Catelyn está convocando uma busca em todo o castelo.

Daenerys promete. Ela vagueia pelos pátios até chegar a uma gigantesca porta de pau-ferro perto da Primeira Fortaleza - uma construção redonda e quadrada com gárgulas - e o que os guardas chamam de lichyard. A porta está entreaberta, como se algo tivesse se espremido, apesar do peso da madeira velha.

Daenerys entra em uma sala com um teto abobadado que se estende tanto para trás que ela não consegue ver o fim. Mais abaixo dela, ao lado de uma parede, há uma escada estreita que se abre como uma ferida. Braseiros queimando com chamas preguiçosas projetam as tumbas e estátuas opostas umas às outras em um brilho laranja quente. Seria quase acolhedor, exceto por um estranho frio no ar, um frio que penetra mais profundamente do que o externo.

Daenerys aperta mais a capa em torno de si e avança, a cabeça girando entre as duas paredes forradas com caixões de pedra. Diante dela erguem-se fileiras de pilares de granito aos pares como sentinelas silenciosas. Ela murmura: "Estou começando a pensar que Bran não está aqui."

Ela continua nas criptas, seus passos ecoando como a batida de um canto fúnebre. Estátuas de senhores estão com um filme sobre elas, algumas de suas espadas quase enferrujadas. A seus pés estão lobos gigantes esculpidos em granito, alguns descansando, outros de pé. Todos eles lembram Daenerys da loba que Sansa chamava de Lady, e a inquietação toma conta de seu estômago.

Nem todos têm estátuas ou espadas. A maioria eram túmulos com inscrições em sua base, exceto por duas estátuas que parecem deslocadas. Daenerys só se preocupa com a réplica que viu no jardim de vidro. Ela para na frente de uma escultura de uma mulher jovem e feroz - provavelmente não mais velha que Sansa, mas ainda mais feroz, mais selvagem. “Lyanna Stark,” Daenerys exala, olhando para a pedra fria dos olhos duros de Stark. “Tudo o que você fez assombra sua família até agora.”

Uma risadinha soa no ar, e Daenerys olha, se perguntando se o espírito da morta Lyanna estava rindo dela. Ela obtém sua resposta quando, um momento depois, um garoto de cabelo ruivo sai de trás de sua estátua. Por sua expressão feroz e semelhança com Sansa, Daenerys conclui que deve ser Rickon Stark.

Ela inclina a cabeça. “Você sabe que sua mãe está procurando por você.”

Rickon sorri. "Eu sei! Estávamos brincando de esconde-esconde! Estou aqui há duas horas!"

"Realmente?" Duas horas aqui? Isso explica a busca em todo o castelo. "Eu encontrei você, então você tem que voltar agora." Daenerys franze a testa.

Rickon dá de ombros, contornando a estátua e entrando nas criptas. “Você me encontrou, mas não encontrou Shaggydog!” Ele sai em direção à escada enquanto Daenerys amaldiçoa e o persegue, imaginando quem ou o que era Shaggydog.

Sinceramente, crianças.

Rickon alcança as escadas e desce rapidamente, seguindo um sulco desgastado no centro por muitos séculos de visitantes. Daenerys segue, encontrando um conjunto curvo de degraus que leva ao próximo nível. As luzes aqui dos braseiros queimam mais fracas, como se não fossem tão bem cuidadas. Sua respiração sai em uma nuvem de vapor, surpreendendo-a com o quão frio está. Ela pega uma tocha abandonada caída no chão e a mergulha no braseiro mais próximo, esperando que a lenha pegue fogo. Quando isso acontece, ela continua, chamando pelo filho Stark mais novo.