- Abre a porta agora! - ordena o Dr. Wonka com olhos alucinados e lábios levemente trêmulos.
O clima na casa Wonka dos terrenos da fábrica Wonka não estava legal naquela noite. O doutor William Wonka não havia tido um bom dia, a noticia de que um " certo " alguém estava retornando ao Brasil para tirar satisfações consigo fazia com que o homem pensasse muito na possibilidade de exilar sua filha em um lugar mais distante e secreto.
- Eu não me sinto bem para levantar-me da cama, papai ... Amanhã de manhã eu vou até o seu aposento e lhe entrego o caderno. - diz a jovem Candy no intuito de se livrar de seu pai.
O mais velho então respira devagar e diz mais calmo e preocupado:
- Eu te amo, "Can"... Abre pro papai checar a sua temperatura, não vou conseguir dormir sabendo que você não está bem, amor meu.
Candy então olha para o homem com cabeça de gato e paletó de maestro que está parado ao lado de sua cama e pergunta com uma sobrancelha arqueada em sinal de desconfiança:
- Quem é você? O que quer comigo?.
A criatura então responde:
- Depende ... Me chamam de muitas coisas, senhorita Wonka. Me chamam de " alucinação", " Gatinho"," Deus egípcio do Paraguai", " maestro" e " Deus do tempo". Mas minha mãe me chama Raven.
A jovem abre um sorriso e murmura de forma simpática:
- Senhor Raven, muito prazer em te conhecer! . Mas eu realmente não entendo como você saiu do meu quadro.
O homem com cabeça de gato e paletó de maestro abre um sorriso amistoso e responde pacientemente:
- Já nos conhecíamos antes, mas você não deve se lembrar, afinal, era apenas uma menininha na época. Mas estou aqui porque eu tenho observado o seu sofrimento, o meu papel de amogo é lhe ajudar a curar a sua dor e lhe ajudar no que for preciso.
- E como pretende me ajudar? - pergunta a menina enquanto ouve barulhos no corredor.
Raven então responde:
- Eu vou te levar para o meu mundo. Enfim, quero que você visite os seus antigos amigos.
-É mesmo? ... Eu tenho amigos de verdade? - Pergunta a jovem animada.
Até onde Candy se lembrava, ela só tinha o seu pai em sua vida intima. As trabalhadoras da fábrica eram mudas e também eram proibidas de ficarem próximas de si. Então as únicas vozes que Candy ouvia eram as vozes de seu pai e da sua professora robô.
Raven sorri e responde incrédulo:
- Claro que sim! Você não se lembra mesmo?
- Não, não me lembro. - diz a jovem Candy um olhar curioso e levemente esperançoso.
(...)
"TEMPO REI "
(Poema de Red Dragonfly )
Tú me viu nascer
Me viu dar o primeiro suspiro
Tú me viu adoecer
Me viu sentir a dor com os braços cruzados
Tú me viu sangrar
Me sugou a alma feito um vampiro
Tú me viu alucinar
Me deixou com os meus pensamentos hostilizados
Tú me viu chorar, gritar, ameaçar me matar
Tú não comprou a minha dor, me deixou presa na cela com o horror
Me deixou com o tempo, os cortes na alma
Me deixou com o tempo, as feridas na alma
Me deixou com o tempo, as cicatrizes da alma
Me deixou com o tempo, tempo rei.
Tempo rei, cura o adoecer
Tempo rei, faz parar de doer
Tempo rei, não quero mais sofrer
Tempo rei, não me deixa morrer
(...)
- Vamos comigo, Candy. " Alá " lhe aguarda! - Diz Raven com a mão estendida na direção da filha de William Wonka.
- O que é " Alá" ? - questiona Candy curiosa.
- O lugar que está retratado na pintura. O meu país. - responde Raven com os olhos esperançosos.
Nesse momento, a porta do quarto se abre revelando o Dr. Wonka com a chave reserva em mãos.
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O diário de Candy Wonka - a menina presa na fábrica
Fiksi PenggemarSer filha de um homem com síndrome de Peter Pan e mania de manipulação não é uma tarefa fácil, e Candy Wonka sabe muito bem disso. Essa história é sobre o poder dos sonhos, abusos psicológicos, chantagens emocionais e muito, mas muito açúcar. Devo l...