● nota:
oi, pessoal! Tudo bem? Quanto tempo, né? Desculpem meu sumiço, talvez e provavelmente esse ano eu esteja mais presente pois, finalmente, concluí minha faculdade (obrigada a todos as forças do universo por isso ksksksks). Eu desapareci não por mal, mas quem me conhece ou me segue nas redes sociais sabe que ano passado enfrentei o ano mais difícil da minha vida, psicologicamente falando. Mas eu estou aqui e de pé! Com saudades também.
● sobre esse enredo:
quem me acompanha há anos conhece meu tipo de escrita e sabe como eu flutuei entre os gêneros literários. Porém, dentro do meu coração sempre houve uma enorme vontade de escrever algo muito dramático para me desafiar mesmo. A boa (ou má) notícia é que cá estou, trazendo um dos enredos mais tristes que já criei. Espero que gostem. ah, os capítulos são divididos em passado e presente, ok? mas vou sempre avisar
● obs:
não larguei SOTT, pelo amor de Deus, sei que vocês amam mas parem de me xingar nos comentários kkkkkk logo, logo estarei de volta por lá. Feliz ano novo, meu povo e feliz nova história. olá para quem já me conhece e bem vindo para quem chegou agora.
espero que gostem. bora?
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O sol alegre que irradiava forte pelas vidraças daquela janela fez Camila se remexer pelo colchão. Ela espreguiçou-se, esticando os braços apenas para se dar conta de que seu marido já havia se levantado. Ela abriu os olhos rapidamente, levando sua atenção para o relógio em cima do criado-mudo. Eram 6 horas da manhã de um domingo e Milo já não estava mais na cama, o que só podia significar que estava tramando alguma coisa. A mulher levantou-se cuidadosamente para não dar nenhum indício de que já estava acordada também, calçou as suas pantufas e abriu bem devagar a porta do quarto, saindo de fininho pelo corredor. Camila caminhou até o quarto da sua filha e adentrou lentamente, percebendo de imediato que a criança também já não estava mais por lá. A espanhola sorriu, meneando com a cabeça em negativo enquanto deixava o quarto da menina para trás. Camila seguiu seus passos lentamente, tentando não fazer nenhum barulho, quando saiu do corredor e passou pela sala, foi desviando dos móveis somente para se esconder atrás da parede na entrada da cozinha. De lá, ela conseguiu ver as duas pessoas que mais amava no mundo inteiro, ainda de pijamas, organizando o que parecia ser um café da manhã de aniversário pois havia alguns lindos cartazes de cumpleanos pendurados e… Meu Deus, já era 3 de março e 3 de março era o seu aniversário!! Como ela havia se esquecido do seu próprio aniversário???
A verdade é que Camila havia se tornado uma mulher bastante preocupada desde “o grande baque", como ela costuma chamar. Dentre tudo o que já havia enfrentado em sua vida, de longe, o grande baque foi o pior dos acontecimentos. Era fato que todas as circunstâncias de sua vivência a transformaram em um poço de ansiedade, mas nenhuma poderia se comparar àquela, de alguns anos atrás, que ela nem sequer gostava de lembrar. Devido a isso, a mulher sobrecarregava os seus dias com preocupações desnecessárias. Quando não estava pensando em seu marido, pensava em sua filha, quando não estava pensando em nenhum dos dois, sua mente se prendia a sua padaria/cafeteria que não estava indo tão bem quanto há alguns meses, mas também não estava falindo. A espanhola mal respirava, mal conseguia se cuidar da maneira que cuidava das outras pessoas, ela nem lembrava-se a última vez que fez alguma coisa boa para contemplar a si mesma e era exatamente por isso que havia esquecido o seu próprio aniversário.
Camila sorriu quando ouviu sua filha cantarolar enquanto passava geleia nas fatias de pão. O sorriso da mulher alargou-se ainda mais quando o seu marido acompanhou desafinadamente a canção How far I’ll go da Alessia Cara. Os dois cantavam tão empolgados arrumando a mesa que nem perceberam quando a mulher invadiu a cozinha para admirá-los mais de perto. A espanhola ficou ali por alguns segundos em silêncio, somente depois abriu a boca:
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Em tus manos
Fanfic"Sinto que estou indo embora, acredito que quando você estiver lendo essa carta eu não estarei mais aqui. Não chore, meu amor, pois não tenho medo da morte, meu único medo é que não exista outro alguém que te ame tanto quanto eu e que te faça feliz...