Capítulo 25

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Marília

Fazem exatamente 15 dias em que passo a maior parte do tempo aqui. No início era mais difícil, até que comecei abrir mão de algumas coisas, reduzi 30% do tempo do meu trabalho para estar com ela.

Confesso que não faço ideia de como irei explicar a ela sobre nossa perca, não consigo ter um plano ou sequer imaginar como irei lidar com essa situação.


Passo a manhã trabalhando e geralmente como alguma coisa no escritório. Chego no hospital no início da tarde, sempre me encho de esperança para encontrá-la acordada mas isso nunca aconteceu. Durante esse tempo, fiz algumas coisas que podem ser considera erradas.

Alguns dias depois que aconteceu, os pais de Maraisa ligaram, foi horrível ter que dar essa notícia a eles. Claro que eu não falei quem eu era, apenas falei que eu era a outra mãe do bebê.

Descobri o tamanho do amor que eles tem por ela, por que dois dias depois a mãe dela chegou a São Paulo. A tia dela sabia de tudo, mas disse que os pais dela não deveria saber de nada, pois estavam em um momento delicado.

A mãe dela está aqui o tempo todo. Chorava muitas vezes e sempre ficava conversando com a Maraisa. Falava coisas sobre sua infância e pude perceber que ela foi muito feliz.
 

Duas semanas depois, a patroa de Almira (mãe da Maraisa) avisou que caso ela não voltasse, seria despedida. Notei o quanto ela ficou nervosa, suas mãos tremiam, mas o sorriso permanecia ali, sem dúvidas, aquela mulher é muito forte.

Falei com ela e disse que eu cuidaria dela. No início ela não aceitou, mas eu acho que a precisão foi maior.

-Meu amor, eu te amo tanto, eu não estou te abandonando mas eu preciso ir - passava as mãos limpando as lágrimas - você vai me entender, tenho certeza.

Percebi que a mãe dela estava muito triste, mas também percebi que havia coisas envolvidas, ela parecia esconder alguma coisa e isso me intrigou.

Cada dia é uma luta, fazem 34 dias que tudo aconteceu e os médicos não fazem ideia de quando ela iria acordar.

Olho para  trânsito e toda a paisagem é deslumbrante, eu realmente vejo a beleza dessa cidade. Escutei um barulho e me viro preocupada e mais uma vez não era nada.

Caminho até sua cama e toco  seu rosto mais uma vez. Sua pele parece distante, já não há aquele brilho...

1 semana depois...

Abri a porta do quarto e fui deparada com um par de olhos castanhos olhando para o vazio.

Ela sem dúvidas estava destruída.

...




Quem sabe eu volte hoje 😘

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