Capítulo 33

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Maraisa

Eu estava louca para ir até uma loja de sapatos que ficava próximo ao shopping. Implorei pra Melissa ir comigo, mas ela disse que havia marcado de almoçar com um Crush da faculdade.

Claro que Marília não teria paciência de me esperar provar a loja toda pra no final comprar um ou dois pares. Da última vez, tentamos ir juntas a uma loja e ela me fez praticamente comprar a loja inteira.


O trânsito de São Paulo é pior que já existiu, por esse motivo tive que estacionar uma rua antes. Eu estava apresada quando senti que alguém esbarrou em mim, ou melhor uma miniatura.

-Voxe tabe da minha mamãe ?- perguntou com a voz de bebê

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-Voxe tabe da minha mamãe ?- perguntou com a voz de bebê

Me abaixei perto dele e encarei seus olhos castanhos.

Ele era lindo. Estava com um bico e uma carinha de choro. Sem dúvidas a mãe deve estar louca atrás.

Antes que eu pudesse responder venho uma freira correndo rápido em nossa direção.


-Léo! Volte aqui! -gritou a madre


-Mi leva pla mia mamãe - me abraçou rápido


-Me desculpe senhora, ele passou pelo portão antes que eu pudesse fazer qualquer coisa.- falou tentando controlar a respiração


Olhei em direção a Léo e seus olhos estavam tristes, voltei encarar a freira e disse:

-onde estar a mãe dele ?-Perguntei para confirmar minhas suspeitas


-Ela deixou Léo com alguns meses de vida, há uma semana recebemos a notícia que ela morreu de overdose.- falou mais baixo para a criança não escutar


-No caso ele estar na fila de adoção ?-perguntei curiosa


-Sim, ele entrou a fila nos últimos 03 dias - confirmou se aproximando do Léo para levá-lo de volta.

Não sei o porque, mais imediatamente coloquei a mão em sua direção impedindo de se aproximar.

-Não!

-Senhora eu preciso levá-lo para o orfanato- falou calma.

Eu não tinha o direito de fazer nada, e eu não poderia impedir a freira de cumprir o seu papel. A cena do Léo chorando foi uma das piores cenas que eu pude presenciar.

Voltei para empresa e não conseguir me concentrar em nada. Os meus pensamentos sempre voltavam para aquele olhar triste de uma criança que só queria ter o amor de mãe.

As lembranças do dia que descobrir minha gravidez, assim como as consultas e o dia em que percebi que seria mãe me atingiram de uma vez só. Eu já não conseguia fazer nada.

Caminhei rápido em direção a sala da Marília. Eu precisava dela, precisava da sua ajuda, eu precisava tirar meu filho daquele lugar o mais rápido possível.

-Marília, eu preciso da sua ajuda.


-O que aconteceu? -perguntou caminhando em minha direção.



-Eu encontrei meu filho, e eu preciso de você pra tirá-lo de lá - falei rápida e eufórica



-Filho? Como assim Maraisa? Vem, senta aqui.- falou me abraçando


Eu comecei a chorar como se fosse o dia em que perdi meu filho, era um misto de tristeza e alegria. Eu não sabia se eu poderia dar a ele os melhores perfumes ou as melhores roupas, mas eu tinha certeza que a minha família me apoiaria sem dúvidas e daria o amor necessário.



-Eu conheci um menino hoje, a mãe dele o abandonou em um orfanato e semanas atrás veio a notícia que ela morreu. Aquela criança precisa de mim e eu não vou deixar ele sozinho. A freira do orfanato disse que ele esta na fila da adoção e eu preciso que você me ajude no processo de adoção.- falei tudo de uma vez



Senti meus batimentos descompensado, eu seria mãe daquela criança. Não me importava se Marília ia me ajudar ou não, eu lutaria por tudo, eu lutaria por ele.

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